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Vendas de carros seminovos aumentaram em Feira de Santana durante a pandemia

O cenário de pandemia trouxe uma mudança de comportamento em motoristas.

31/08/2020 às 06h25, Por Andrea Trindade

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Rachel Pinto

O mercado de carros seminovos e de alguns carros mais caros aqueceu em Feira de Santana com a pandemia da covid-19. Quem avaliou esse comportamento foi o diretor regional do Grupo Itadil, Carlos Henrique Azevedo. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele explicou que muitas pessoas estão optando em ter seu próprio carro para garantir mais segurança no deslocamento e uma oportunidade para muitos clientes, foi a parada das fábricas. Elas deixaram de fabricar e vender os carros 0 km e o comércio de veículos seminovos aumentou.

“As pessoas perceberam que o carro ia subir muito em função do dólar, então as lojas e montadoras estavam com preços antigos e muita gente aproveitou isso. Havia muitos carros com preço antigo do estoque. Houve uma antecipação grande de compras desses carros mais caros, Dentro das marcas que nós trabalhamos, dos mais caros, vendemos também a exemplo da Toyota o SW4, o RAV4. Até em um determinado momento faltou esse produto no estoque. São carros econômicos e entre outros aspectos também fala-se muito que as pessoas estão redefinindo os conceitos de vida principalmente quem está em um determinado patamar financeiro. Quem está em um determinado estágio de vida, começa a pensar também ‘eu vou me dar o prazer das coisas, que eu quero, porque não adianta guardar esse dinheiro porque eu não vou poder estar aproveitando de outras maneiras’. Antes o pessoal planeja viagem ao exterior e agora como não estão podendo fazer isso estão trocando de carro. Outra coisa que favoreceu muito, foram os seminovos, o mercado dos carros seminovos aqueceu muito. Como preço dos carros 0km subiu e ficou faltando 0km no mercado por que as indústrias pararam, o que que aconteceu? As pessoas partiram para comprar carro seminovo e isso favoreceu a troca”, afirmou.

Carlos Henrique Azevedo relatou também que o mercado de veículos teve crescimento em virtude que que as pessoas estão evitando viagens com avião e preferindo viajar de carro. Dessa forma escolhem veículos melhores e mais potentes. Quem tem um maior poder aquisitivo, por estar privado de festas e viagens, de acordo com ele, acaba se presenteando com um veículo.

“É muito comum a gente vê essas pessoas se presenteando. Muitas vezes as pessoas falam que vão se presentear com uma viagem para o exterior, mas como não estão podendo fazer esses tipos de viagens, se presenteiam trocando o carro ou pegando o carro dos sonhos. É aí que a emoção fala um pouco mais alto, até mais do que a razão, então eu acho que foi em função disso. Juntou a razão porque a pessoa estava comprando um carro com dólar mais baixo, as lojas tinham muitos carros com o dólar mais baixo no estoque e o lado da emoção, das pessoas se presentearem. Repensarem na vida e foi o que houve com muitas pessoas nesse momento”, afirmou.

Cotação em dólar

Carlos Henrique explicou que os carros que são importados diretamente do Japão tem o preço cotado em dólar, outros veículos também importados passam por essa cotação e o dólar tem uma imponência muito grande nos veículos.

“Se hoje você chegar em uma concessionária, só tem estoque para 10 dias o que antes era 30, 40 dias de abastecimento, porque as fábricas voltaram agora e estão começando a produzir os carros, mesmo com preço subindo. Mas, o mercado já reagiu bem e outro fator que a gente também tem que atrelar isso é a taxa de juros que baixou muito, então essa taxa de juros o governo baixou para 2% ao ano, taxa de financiar baixou, até porque cerca de 50 a 60% desses carros são financiados. Então a taxa de juros está mais baixa, com a maior possibilidade das pessoas fazerem esse financiamento. A taxa de juros baixou muito nos últimos 4, 5 meses e a gente sofreu com o dólar que subiu”, frisou.

Procura por oficinas

De acordo com o gerente do grupo Itadil, o cenário de pandemia trouxe uma mudança de comportamento nos motoristas, em relação a ida com mais frequência às oficinas automotivas. Devido aos cuidados de higienização, o movimento aumentou nas assistências técnicas. Ele declarou que passaram a chegar às lojas do Grupo Itadil, veículos com os painéis queimados e volante danificado pelo álcool gel ou produtos abrasivos. Ele recomendou que as pessoas façam a higienização desses equipamentos com um pano úmido com detergente.

“O pessoal está passando álcool em gel, ou o próprio álcool no painel do carro e no volante, na alavanca de marcha. Isso resseca o produto, resseca o material, perde o brilho e não é garantia. As fábricas não dão garantia, então para aqueles nossos amigos que estão andando de carro constantemente, evitem passar álcool ou álcool gel, ou qualquer outro material abrasivo no painel do carro, no volante e nas alavancas, nos forro de porta, nas partes plásticas. A recomendação é que, se usou o carro muitas vezes, use uma flanelinha, deixe ela úmida, use um pouquinho de detergente e passe pelo painel, pelo volante, por todas as partes que têm contato. Não passe o álcool, seja em gel ou álcool 90%. Não aplique-os diretamente porque pode comprometer a vida útil daquele produto e do carro, principalmente esses carros mais modernos, que têm o painel com Black Piano, um painel preto brilhoso. Quando aplica o álcool fica opaco e feio e não vai conseguir a garantia desse item”, salientou

Outra recomendação de Carlos Henrique é que se o motorista tiver o volante do carro queimado pelo uso de produtos abrasivos, que faça a troca dessa peça para não perder a estética do carro e até mesmo a funcionalidade. Segundo ele, há muitos carros funcionais que o volante tem muitos itens embarcados como comando de som, comando de voz, piloto automático. “Hoje a maioria dos carros, o volante é multifuncional. É um componente que não é barato e merece zelo”, enfatizou.

Carros populares

Carlos Henrique explicou por que a venda de veículos mais baratos não venderam muito.

“Não teve aquecimento. Geralmente era os carros que a indústria mais produzia, então estava todo mundo bem abastecido. O que houve? Nós começamos no início do ano, em janeiro e fevereiro muito bem, a indústria projetava vender ao mercado brasileiro, algo em torno de três milhões de carros. Janeiro começou uma boa parcela deles, fevereiro bem e março todo mundo esperava que em março viesse muito bem, investiu-se muito, as montadoras aumentaram a produção porque era pós-carnaval e esperava-se que em março fosse pico de vendas. Veio esse cenário de pandemia e todas as montadoras pararam. Quando elas pararam, as concessionárias estavam muito abastecidas de carros. Com esse abastecimento dos concessionários, passamos a achar que iria parar geral e o mercado de carros premium começou a ficar aquecido, a vender tudo e os carros mais baratos, nós ficamos. Primeiro porque uns ficaram com receio e houve uma perda de renda de grande parte desses clientes. Começou a comprar muito seminovo e as fábricas paradas. Agora no início de agosto é que as montadoras voltaram a produzir”, informou.

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