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Cadê o Biiiiill? Beijinho no ombro pra você. Eu sou rycaaaaaaaaaa!!

Sua marca deve chegar onde o povo está, com a cara do povo, o jeito do povo. Pra vender pro povo, tem que entender do povo.

10/11/2022 às 22h11, Por Soraya Macêdo

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Foto: Reprodução/Internet

Já ouvi dizer por aí que “calada vence!”, mas vamos combinar, tem que fazer algum tipo de barulho pra chamar atenção no mundo concorrido, dinâmico, disputado, caótico e fascinante da comunicação. “Me chama que eu vou” contar uma coisa importante para você agora: a propaganda da sua empresa precisa entregar o que seu cliente gosta, o que ele consome, o que ele quer (e o que ele nem sabe que quer ainda!!).

Vou começar com um recadinho “de milhões”: se o seu cliente gosta “quando encosta em meu nariz e faz Bilu-bilu-bilu…” então não fuja! Se tiver que ser brega, seja brega! E ser brega aqui não é algo ruim, muito longe disso. Entenda além da conotação comum da palavra. Ser brega aqui é ser popular, estar na boca do povo. “Cadê a mulher do Bill?”, se ela gostar de cerveja gelada, sentar no bar da esquina pra escutar funk e pedir um pratão de mocofato pra petiscar, você precisa conhecer ela (ninguém conhece a mulher do Bill, mas todo mundo conhece… dá pra entender?). Sua comunicação deve entender isso.

Sua marca deve chegar onde o povo está, com a cara do povo, o jeito do povo. Pra vender pro povo, tem que entender do povo. E povo aqui não é só o popular, o povão. Pra falar com o público, entenda o público e ponto final. Se sua marca é do tipo refinada, daquelas que falam com gente que não coloca os cotovelos sobre a mesa, que ouve Beethoven no almoço (confesso que tive que pesquisar como escreve Beethoven…) e compra bolsa cravejada de cristais, seja chique, “chique no último”! Nada de achar que o “cabeça branca” quer que você chame ele de homem da lancha (esse cara costuma andar de paletó, frequentar ótimos hotéis e ser muito inteligente – não generalize, nem misture os públicos).

A arte da comunicação é a arte de se apropriar dos costumes, dos trejeitos, das preferências, ambientes, vestimenta, vocabulário… do universo do seu cliente. Não, você não precisa gostar nem mesmo ouvir Amado Batista nem Caetano. Você não precisa acordar maquiada nem usar unhas compridas. Você não tem que comer caviar ou encarar uma buchada… mas sim, você precisa saber o que o seu cliente prefere e adequar sua marca e sua comunicação a ele.

Agora, tem uma coisa muito importante, talvez a mais importante de todas: não subjugue nem caricature o seu público. Não é porque ele gosta de coisas simples que ele vai aceitar o feio ou o malfeito. O público popular escolhe bem o que quer, sabe o valor do seu dinheiro e não quer fazer um mau negócio. O público mais elitizado também sabe onde deve ou não aplicar a grana. No final das contas, pra realizar a troca entre seu produto ou serviço e o dinheiro do seu cliente, é preciso entendê-lo, não julgá-lo.

Já vi propagandas na TV com produções toscas e gente dançando sem ritmo, já vi propaganda tão refinada que só quem entendia (e olhe lá!) foi quem criou. Comunicação não é sobre isso… por isso a arte de comunicar é a arte de conhecer pessoas e a época em que vivem. A propaganda é quase um retrato da sociedade, inclusive, é possível entender um pouco da história estudando as propagandas de um período. Existe na propaganda uma responsabilidade social imensa, mas isso é assunto para um outro momento…

Bom… “não sei, só sei que foi assim” que eu vi muita marca se perdendo pelo caminho… não é toda palavra, nem todo lugar, nem toda brincadeira, muito menos qualquer vídeo de Tik Tok que se aplica à sua comunicação. Então, se estiver fazendo as coisas de maneira aleatória, PARE! Ou então não venha depois dizer que “é tudo culpa da Rita!”.

Soraya Macêdo é publicitária formada pela Ucsal e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Uefs, diretora da Formato Ideias, 22 anos de experiência no mercado publicitário, 15 anos lecionando em faculdade e formando novos profissionais, 18 anos à frente da agência e aprendendo coisas novas ainda hoje.

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