Feira de Santana

Sindicato dos Policiais Civis pede interdição de Complexo Policial para evitar contaminação por coronavírus

O presidente do sindicato comentou ainda que a situação do preso considerado como suspeito de ter coronavírus abre um alerta para todo o estado e para as demais unidades policiais da capital e do interior.

30/04/2020 às 11h12, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc) vai pedir a interdição do Complexo de Delegacias de Feira de Santana, no bairro Sobradinho, após um preso testar como caso suspeito do coronavírus, (Covid-19). O preso realizou o teste rápido na tarde de ontem (29), e será submetido a exames feitos pelo Laboratório Central da Bahia (Lacen), para confirmar se realmente tem a doença.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

O fato de o preso ser considerado suspeito deixou a classe policial apreensiva e a interdição, segundo o presidente do Sindipoc, o policial civil Eustáquio Lopes, é uma forma de evitar o contágio do coronavírus entre os presos e também entre os servidores. Na manhã de hoje (30) o complexo passou por uma desinfecção (Confira aqui).

Em entrevista ao Acorda Cidade, ele disse que os policiais estão preocupados com a situação e querem um posicionamento do delegado geral de Polícia Civil.

“O protocolo que vamos seguir é o protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e também o protocolo da Secretaria Estadual de Saúde que é de haver o isolamento. Exigir e solicitar da gestão da Polícia Civil que faça a remoção de todos esses presos, que aplique o teste rápido a todos os policiais civis, que o complexo seja higienizado e que os policiais civis sejam colocados em quarentena. Inclusive hoje, os policiais civis estão registrando ocorrência administrativa de que que irão se recusar a fornecer alimentação para esses presos porque na Polícia Civil não dispõem dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Infelizmente em todo estado, há a deficiência na entrega destes materiais e então para a proteção dos policiais e de seus familiares a gente vai exigir da Polícia Civil que coloque todos os policiais civis em quarentena. Vamos também suspender as atividades”, relatou.

Eustáquio Lopes informou que os policiais civis que trabalham no Complexo de Delegacias do Sobradinho vão suspender as atividades até que sejam seguidos os protocolos de saúde para evitar o contágio do coronavírus. De acordo com ele, a unidade policial funciona de forma contínua, 24h, atendendo as ocorrências da Polícia Militar, a população, os flagrantes e há um fluxo diário de presos.

“Em virtude disso, nós vamos seguir esse protocolo e suspender todas as atividades do Complexo do Sobradinho, até que seja feita a desinfecção do ambiente e que esses policiais sejam colocados em quarentena. Ficam suspensas as atividades até que esses presos sejam removidos e colocados em um ambiente de quarentena, ambiente que seja seguro, que tenha os protocolos necessários para a não proliferação da Covid-19, já que um preso fica na cela com 14 presos. Os policiais e os outros presos estão em risco e a gente precisa nesse momento garantir que a Polícia Civil não vá na contramão da Secretaria de Saúde. Para que não sejamos um foco de proliferação da doença”, afirmou.

O presidente do sindicato comentou ainda que a situação do preso considerado como suspeito de ter coronavírus abre um alerta para todo o estado e para as demais unidades policiais da capital e do interior.

“Temos no estado da Bahia 26 centrais de flagrantes no interior, contando com Feira e umas seis em Salvador. A Central de Flagrantes de Salvador hoje está com 44 presos e uma média diária de 10 a 20 flagrantes por dia. Então nós temos uma população carcerária flutuante que ela se renova todo dia e um preso contaminado com Covid-19, pode alastrar a doença para toda essa população. O presídio exige que a quarentena seja cumprida na delegacia, o presídio tem estrutura, departamento médico e nós não temos nem os testes rápidos para fazer e não misturar os presos. Primeiro o preso adentra a carceragem para depois fazer o teste e ser removido para o presídio. Se ele tiver contaminado pode colocar em risco toda a população carcerária, é muito preocupante esse quadro”, concluiu.

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Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
  

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