Eleições 2018

Economista explica como são feitas as pesquisas de intenção de voto

De acordo com o Proprietário da Economic Pesquisas, o economista Amarildo Gomes, a pesquisa é um sistema muito dinâmico, e existem vários tipos delas.

06/10/2018 às 12h52, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

Pesquisas de intenção de voto são um dos tipos mais conhecidos de levantamentos estatísticos feitos com a população. Apenas as pesquisas do Censo do IBGE podem se comparar às pesquisas eleitorais em termos de importância e nível de inserção na mídia. Ainda assim, muitas pessoas não sabem como as pesquisas funcionam.

De acordo com o Proprietário da Economic Pesquisas, o economista Amarildo Gomes, a pesquisa é um sistema muito dinâmico, e existem vários tipos delas. Na chamada pesquisa eleitoral, de intenção de voto, a primeira coisa a ser feita pelo instituto é pegar um universo de pessoas, a exemplo de Feira de Santana, que tem 400 mil eleitores, e dali se tira uma amostra, por exemplo, com mil pessoas, para que respondam às perguntas.

“Na pesquisa você pega uma quantidade de eleitores baseado na amostra. Os eleitores de Feira de Santana 52% são do sexo feminino e 48% masculino. A pesquisa deve acompanhar esse perfil, então 52% de mil são 520 eleitores do sexo feminino e 480 do sexo masculino. Além do sexo, tem a questão da idade. Imaginem que a população de Feira de Santana 10% seja de idosos, acima de 60 anos. Você vai pegar 10% da amostra acima de 60 anos e entrevistar 100 idosos, onde 52 são do sexo feminino e 48 masculino. Esse critério é utilizado no extrato total, ou seja, idade entre 16 a 24 anos, 25 a 35 anos, 36 a 49 anos e assim sucessivamente”, explicou Amarildo Gomes.

Segundo o economista, também é aplicado esse extrato nos bairros. No bairro mais populoso, se aplica mais pesquisa, já o menos populoso, menos pesquisa. Outro fator é renda.

“Então 70% da população nordestina ganha até um salário mínimo, então eu tenho que entrevistar 700 pessoas de classe mais pobre, que ganham até um salário mínimo. Uma pesquisa, mesmo que seja com mil pessoas, é muito difícil de ser feita, com quatro entrevistadores, por exemplo, a gente passa cinco dias, pois eles só conseguem falar com cinquenta pessoas com aquele perfil por dia, sendo 25 de manhã e 25 à tarde. Essa é a pesquisa eleitoral, existem outros modelos, mas a eleitoral tem que levar em conta esses parâmetros científicos e fazendo dessa forma dá certo, porém não é 100%, pois a pesquisa tem uma margem de erro”, ressaltou.

A pesquisa, conforme Amarildo Gomes, reflete o pensamento das pessoas. “Se você tem um grupo que ganha até um salário mínimo, o consumo deles é igual, a condição de vida é igual e o pensamento se aproxima mais. O sentimento daquele grupo se parece, por isso as pesquisas dão certo. Mas, quanto maior for a amostra, menor será a margem de erro”, disse.

Pesquisa X resultado das eleições

O economista Amarildo Gomes explicou ainda quais os fatores que contribuem para o resultado das eleições contrariarem as pesquisas de intenção de voto.

“São vários fatores, que podem ser imediatos, que é quando surge um fato novo na eleição, como um fato de corrupção, um vídeo, um ato que aquele candidato tenha cometido e a população não teve conhecimento; também uma mudança de candidaturas, quando morre alguém e troca; existem também fatores econômicos, quando alguém compra os eleitores. Muito dinheiro numa campanha pode fazê-la mudar. E também o peso político do candidato”, elencou.

Ele afirma que a pesquisa é confiável quando é feita com um instituto confiável, que tenha tradição e que tenham respeitabilidade com relação ao trabalho que executam. “Surgem muitas vezes alguns institutos que estão mais preocupados em ganhar dinheiro do que permanecer no mercado. Segundo, se o instituto é confiável e a amostra foi bem feita e bem aplicada, ela vai dar certo.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
  

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