Feira de Santana
Dia de Finados: com mudanças causadas pela pandemia, feirenses mantêm tradição de homenagear entes falecidos em cemitérios
Nos cemitérios Piedade e São Jorge, o acesso é feito por meio de fichas e cada pessoa ou grupo de familiares tem um tempo específico para permanecer no local.
02/11/2020 às 11h27, Por Andrea Trindade
Andrea Trindade
Momento de saudade, de lembranças e de luto, o Dia de Finados é uma data de grande sensibilidade e importância para quem perdeu entes muito próximos, especialmente neste ano de pandemia de covid-19 em que muitas pessoas não puderam ir a velórios.
A pandemia, que afetou praticamente tudo neste ano, alcançou também a celebração desta data milenar. A tradição de ir aos cemitérios, levar flores, acender velas e orar pelos que já morreram, agora tem tempo limitado por pessoas ou grupo, filas para acesso por meio de fichas e uso obrigatório de máscaras. Tudo isso para evitar o risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Cemitério Piedade | Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Em Feira de Santana neste ano não haverá missas nos cemitério, com exceção do cemitério Memorial Jardim das Flores, na BR-116 Norte, bairro Cidade Nova, que manteve as missas em sua programação, uma às 9h e outra às 15h.
Missa no cemitério Jardim das Flores | Fotos: Paulo José/Acorda Cidade
Nos cemitérios Piedade e São Jorge, o acesso é feito por meio de fichas e cada pessoa ou grupo de familiares tem um tempo específico para permanecer no local, cerca de 20 minutos.
No cemitério Jardim Celestial, no bairro SIM, não há restrição de acesso por ser um local amplo, porém o uso de máscara e álcool em gel são obrigatórios, como em todos os demais.
O cemitério Piedade fica no centro de Feira de Santana | Foto Paulo José/Acorda Cidade
O morador de Feira de Santana Wilson Teixeira foi ao Cemitério Piedade visitar o túmulo da mãe e do pai, que morreram há 40 anos. Ele chegou cedo, levou flores, e disse ao Acorda Cidade que faz essa visita anualmente.
Já Ingrid Brito teve uma perda mais recente e visita pela primeira vez o túmulo da mãe dela, Sandra Brito, que faleceu há três meses. Também chegou cedo ao cemitério e, acompanhada pelo tio, levou flores. “Tenho lembranças boas dela, que nunca vou apagar. Chamo por Deus para seguir em frente, mas é difícil suportar. É muito difícil”, declarou.
O cemitério Memorial Jardim das Flores passa por uma obra de ampliação e é referêcia na Bahia como cemitério parque | Foto: Paulo José Acorda Cidade
No Cemitério Jardim Celestial também não houve restrições de acesso por conta do espaço amplo | Fotos: Paulo José Acorda Cidade
Venda de flores
Os vendedores de flores, arranjos e água mineral não têm acesso aos cemitérios e comercializam apenas na parte externa. As flores mais vendidas são as artificiais por durarem mais e não precisarem de água, cujo acúmulo em vasinhos geram focos do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, zika, e chikungunya.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Bruno Silva vende flores naturais há mais de 40 anos, apenas no Dia de Finados e no mesmo cemitério, o São Jorge, no bairro Sobradinho. Ele compra a mercadoria em Maracás, no centro-sul baiano, e disse que por conta da pandemia comprou menos flores que no ano passado, mas manteve os mesmos preços. Ele vende flores a partir de R$ 3,00. “A expectativa é grande, mas por conta da pandemia eu trouxe poucas para aventurar”, afirmou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Gildete Barros também é comerciante tradicional de flores em frente ao São Jorge e há 20 ela vende flores artificiais apenas no Dia de Finados. Ela montou três barracas e os preços variam de R$ 2 a R$ 10,00.
Com informações dos repórter Paulo José e Ney Silva do Acorda Cidade
Venda de flores em frente ao Cemitério Piedade | Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Venda de flores em frente ao Cemitério São Jorge | Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade
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