Polícia

Travesti acusada de matar guarda municipal conta sua versão do fato

Ela disse que encontrou com André no seu ponto de trabalho, quando o mesmo lhe contratou para um programa.

18/08/2020 às 16h23, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

A travesti de 27 anos, que foi presa na tarde de ontem (17), acusada de matar na Rua Cristóvão Barreto em Feira de Santana, o guarda municipal de Alagoinhas, André Luís de Carvalho Holanda, de 36 anos, contou ao Acorda Cidade a sua versão do fato e de acordo com ela, sua intenção nunca foi tirar a vida de alguém. Ela disse que trabalha como garota de programa há sete anos nas imediações da Avenida Presidente Dutra e que encontrou com André no seu ponto de trabalho, quando o mesmo lhe contratou para um programa.

 

Antes de entrar no carro do guarda municipal, ela combinou o valor do programa e pediu que ele lhe adiantasse o pagamento.No entanto, André não pagou e durante o programa, a travesti perguntou novamente sobre o pagamento, quando o guarda então sacou a arma em sua direção. De acordo com ela, para se defender, entrou em luta corporal com a vítima e nesse momento a arma acabou disparando e atingiu André.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Eu falei com ele três vezes para ele me pagar adiantado. Na terceira, já durante o ato, ele disse: ‘Está bom!’ e aí puxou a arma. A gente entrou em luta corporal e aí a arma disparou. O dedo dele estava no gatilho e eu tentei segurar a arma pelo cano. Aí eu fiquei agoniada, peguei o celular e o revólver, abri a porta do carro e saí correndo”, afirmou.

A travesti informou ao Acorda Cidade que não conhecia a vítima e o contato foi apenas para a contratação do programa. Ela comentou que não imaginava que o fato terminasse na morte de uma pessoa e que os travestis, pessoas transexuais e garotas de programas vivem situações arriscadas rotineiramente.

Ela foi autuada em flagrante, será encaminhada ao Conjunto Penal de Feira de Santana e lamentou tudo que aconteceu.

“Esse é um risco que nós corremos e é rotineiro. A gente fica vulnerável. Eu não peguei a arma dele. Ele que me levou para aquele local e puxou a arma. Se dependesse de mim não iria acontecer nada disso. Eu trabalho durante a noite e durante o dia tenho vida normal, estou em casa, com minha família, na minha rotina. Agora eu perdi minha liberdade, minha juventude. Tinha muita coisa pela frente e esse fato me parou”, concluiu.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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