Rachel Pinto
Mais uma vez o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), reivindica proteção e melhores condições de trabalho para os policiais que atuam no Complexo de Delegacias de Feira de Santana, no bairro Sobradinho. Nesta sexta-feira (12) Luis Arthur, investigador de Polícia Civil e um dos diretores do sindicato, denunciou que o local não oferece segurança aos policiais e está trazendo risco tanto para os servidores quanto para a comunidade feirense. Na semana passada o casal de presos que esteve custodiado na carceragem do Complexo Policial do Sobradinho foi transferido para o Conjunto Penal de Feira de Santana, mas segundo ele, os policiais continuam em risco e cerca de 50% do efetivo da Delegacia de Homicídios (DH) foi contaminado pela covid-19.
Luiz Arthur relatou à reportagem do Acorda Cidade que dois policiais civis testaram positivo para a doença e foram afastados de suas atividades e outros cinco apresentaram os sintomas e encontram-se em suas casas. Ele disse que há uma grande dificuldade para a realização dos exames nos policiais e a categoria quer um posicionamento da Secretaria de Segurança Púbica (SSP) e da gestão da Polícia Civil sobre o assunto.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Queremos denunciar que a gestão em si não se pronunciou. Não procurou tomar providências. Os policiais estão em casa doentes, realmente sem poder nem levantar. Nós do sindicato estamos correndo atrás para tentar junto a secretaria para que façam o exame. Estamos tendo dificuldade e não era para ser assim. Todos eles estavam trabalhando normalmente no dia a dia. Circularam entre as pessoas e ainda há os casos assintomáticos. A Delegacia está toda contaminada e não seguiu os padrões exigidos”, disse.
Na opinião do investigador, a Delegacia de Homicídios deveria ser fechada e as atividades serem paralisadas. Ele frisou que os policiais que testaram positivo e os demais que estão com os sintomas da covid-19 trabalharam conduzindo pessoas, fazendo intimações e utilizaram os veículos oficiais. Ele destacou que nenhum desses veículos passou por desinfecção.
“No mesmo prédio do Complexo Policial funcionam outras delegacias. Um colega vai acabar contaminando o outro. Porque todos se encontram diariamente. O perigo está aqui. Esperamos que a secretaria e o gestor da Polícia Civil nos ajude. Ninguém sabe nem o que fazer”, lamentou.
O sindicalista ressaltou que a Delegacia de Homicídios não dispõe de álcool gel e que não há controle do acesso de pessoas no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
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