Feira de Santana

Vítima de ataque no distrito de Maria Quitéria relembra momentos antes do crime e pede ajuda para continuar tratamento

Atualmente, Manoella está precisando realizar tratamentos na sede de Feira de Santana.

28/02/2023 às 17h58, Por Gabriel Gonçalves

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Vítima
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A moradora do povoado Fazenda Água Grande, distrito de Maria Quitéria em Feira de Santana, Manoella da Silva Santos, 30 anos de idade, já está em casa após receber alta do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA).

Manoella foi uma das vítimas do ataque que ocorreu no último dia 16 de fevereiro e que vitimou de forma letal, a filha Kathleen Santos Reis, 13 anos. Mãe e filha foram atacadas por um homem que era vizinho e primo delas, que tinha transtornos mentais e após o caso, foi espancando e morto por moradores do distrito. Kathleen morreu após ser agredida a pauladas, com um instrumento chamado ‘mão de pilão’ e Manoella teve um o braço e dedos da mão decepados por um facão. (relembre o caso).

Em entrevista ao Acorda Cidade, Manoella contou o que motivou toda a confusão e relembrou dos detalhes antes de ser ferida.

Vítima
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Tudo começou por conta de um balanço. Eu estava brincando com umas crianças, era uma sobrinha, um neto e meus dois filhos, ele chegou e queria tomar o balanço das crianças, não queria deixar eu brincar com as crianças, não queria deixar as crianças brincarem, tomou o brinquedo na mão das crianças, ficou lá brincando e as crianças começaram a falar para sair. Eu só fiz levantar e pedir para ele sair do balanço e dar o brinquedo para as crianças brincarem. Aí, ele já saiu se estressando e já me dando golpes com pauladas de mão de pilão, foi nessa hora que eu já fui pedindo para as crianças correrem e ainda fiquei agarrada no arame. Depois que ele me deixou presa no arame, ele já foi para cima de algumas crianças e ficou procurando qual criança bater, e a minha filha já chegou vendo aquela situação que ele estava atrás das crianças. Eu já tinha pedido para as crianças correrem, a minha filha foi pegar o meu neto para poder correr, quando ele viu que minha filha foi pegar o meu neto, ele botou o pé na frente para minha filha cair. Ele começou a dar pauladas na minha filha, eu não aguentei ver e tentei me soltar do arame. Meu cabelo ainda ficou embaraçado no arame e fui para cima dele, mas ele deu mais duas pauladas bem fortes, foi que ela já caiu morta”, contou.

De acordo com Manoella, no momento do desespero correu atrás do agressor.

“Quando eu vi minha filha caída no chão eu fui atrás dele, ele saiu correndo dizendo que iria cortar todo mundo. Ele ainda estava com o pau na mão, e o meu pensamento era só da minha filha que estava morta no chão, foi quando vi minha mãe de longe e gritei para ela segurar ele, mas aí ele jogou o pau no chão e continuou correndo. Quando me aproximei da minha mãe, falei que ele tinha matado minha filha, ela ainda disse que não era para correr atrás, mas eu fui e entrei na casa dele. Chegando lá, falei do acontecido com a irmã, mas ela não estava acreditando, só acreditou porque as crianças estavam correndo e gritando. Nessa hora, tanto minha mãe, quanto a irmã dele me disseram que não era para ir atrás dele, mas o meu pensamento era voltado para minha filha, foi na hora que ele já estava voltando com um facão na mão dizendo que iria cortar todo mundo, que iria cortar o balanço. Quando ele se aproximou, me deu um golpe na mão, foi quando perdi os dedos, só fiquei com o polegar por conta do anel que estava usando, mas depois ele me jogou no chão, colocou os joelhos por cima do meu braço e começou a dar os golpes de facão, dizendo que se eu não iria ficar com ele, eu não iria ficar com ninguém, só que eu nunca tive nada com ele”, afirmou ao Acorda Cidade.

Além dos golpes na mão e no braço, Manoella contou que o agressor também tentou cortar o seu pescoço.

“Ele chegou a enfiar o facão na região do meu peito, aqui na parte do coração, ele queria arrancar o meu pescoço, aqui na minha testa tem vários pontos, porque ele passou o facão também, além da minha cabeça e das minhas pernas. Quando eu lembro disso, é como se eu estivesse assistindo um filme, lembro perfeitamente, e não sinto apenas as dores da mão, do braço, da cabeça, até porque não estou conseguindo dormir direito, quando lembro da cena, lembro da voz dele, como se ele estivesse por aqui por perto, estou muito abalada”, lamentou.

Durante a gestação, Manoella adquiriu pré eclâmpsia, também chamada de Síndrome Hipertensiva da Gravidez ou Doença hipertensiva específica da gravidez e precisa fazer uso de medicamentos controlados.

“Eu tive minha filha com 5 meses de gestação e por conta disso, eu tive pré eclâmpsia, então preciso tomar medicamentos e sou acompanhada pelo Caps. Graças a Deus eu só compro quando o Caps não tem, mas os medicamentos são o fenitoína, fenobarbital e cloridrato de prometazina. Caso eu fique sem tomar esses medicamentos, eu fico muito agitada, não posso tomar sol, não posso sair sozinha, tenho crises de epilepsia e hoje a minha maior dificuldade é com a questão financeira. Eu vou precisar colocar prótese no braço, estou caminhando frequentemente para fazer curativos, estou tendo acompanhamento psicológico, então tudo isso tem a questão do deslocamento para a sede de Feira, então o gasto com o transporte está sendo grande. Além de psicólogo para mim, ainda precisa para as crianças, porque elas presenciaram tudo”, afirmou.

Como ajudar a família de Manoella?

Um PIX em nome de Marlene de Deus Silva foi disponibilizado para doações. A chave é o número do celular que também é WhatsApp: (75) 99922-6015.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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  1. Vamos ajudar, tentar trazer um poço de esperanca, muito triste, uma verdadeira tragédia, só o Senhor pode curar a alma dessa mulher, façamos então nossa parte , ajude como possível

  2. Misericórdia! Nem imagino como está a cabeça dessa moça com todos esses traumas. Deus a abençoe e a ajude a superar. Vamos ajudar sim.

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