Feira de Santana

Descarte irregular de lixo e materiais inservíveis é problema crônico e precisa do apoio da população para acabar

O diretor do Departamento de Limpeza pede a população para que não faça o descarte irregular de lixo e materiais em terrenos baldios.

12/12/2022 às 06h47, Por Laiane Cruz

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Descarte no bairro Santa Mônica
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O descarte irregular de lixo, medicamentos, seringas, vasos sanitários, cascas de coco, entre outros materiais inservíveis se tornou um hábito ruim por parte da população feirense em determinados bairros da cidade, sobretudo em terrenos baldios. Todo esse lixo pode contaminar o lençol freático, o que acaba prejudicando as residências nos lugares afetados, bem como a saúde dos próprios moradores.

Um exemplo do que vem ocorrendo em Feira de Santana, é o descarte em um terreno particular não murado, que fica na Avenida Presidente Dutra, no bairro Santa Mônica, entre as ruas Dom Pedro e Hamilton Melo, próximo à sede do Ministério Público.

Descarte no bairro Santa Mônica
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No local, recentemente, foi instalado um circo, ainda assim a população lança todo tipo de materiais e entulhos provenientes de reformas.

O aposentado Vanilton Lima, que é morador do bairro, sai para realizar caminhadas todos os dias e sempre passa em frente ao terreno. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele informou que a situação traz um enorme mau cheiro, e a prática de jogar lixo no local é dos próprios moradores do bairro e da região.

Descarte no bairro Santa Mônica
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A prefeitura faz a limpeza de manhã e de tarde já está cheio de novo. Nos últimos dois meses até que não, mas antes fazia com regularidade, limpava de manhã, e quando dava 10h já estava cheio de novo. São os moradores daqui do bairro e da região da Santa Mônica. Fica o mau cheiro, pombos que trazem doenças pra gente”, relatou o morador.

O diretor de limpeza pública do município, João Marcelo confirmou que o terreno próximo ao Ministério Público é um problema crônico, que já vem desde 2015.

Operação Limpeza pós-eleições
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo ele, a prefeitura não pode realizar a limpeza de terrenos particulares, e que quando o lixo é retirado é cobrada uma taxa à empresa proprietária, além de multas, que já somente neste ano já ultrapassam os R$ 300 mil.

“Nós temos conhecimento desse terreno. Ali é um ponto viciado, onde a prefeitura limpa duas vezes por semana, e inclusive já foi aplicada multa para a empresa que é proprietária do terreno, que já ultrapassou os R$ 300 mil e a empresa paga. Já estamos trabalhando intensamente há mais de um ano para tentar coibir o descarte nesse terreno. Mas a população não ajuda, espera a gente terminar a limpeza para reiniciar a sujeira no local. Há poucos dias se instalou lá um circo, que fez a limpeza no terreno, pegou o mato e a areia na sua totalidade e colocou em um canto, e a população começou a jogar o lixo neste local para descarte”, explicou João Marcelo ao Acorda Cidade.

Descarte no bairro Santa Mônica
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ele destacou que a empresa proprietária deste terreno prefere pagar as multas do que murar o espaço.

“A prefeitura não pode fazer limpeza em terrenos particulares, e cobra pelo serviço que foi executado, além da multa que tem um prazo para ser cobrada novamente, e nós vamos a partir do mês de dezembro novamente iniciar um processo para multa essa empresa, e eles pagam. Para o circo se instalar ali, eles tiveram que pagar uma multa de R$ 87 mil, e juntando já tem mais de R$ 300 mil neste 1 ano e pouco que estamos trabalhando. Preferem pagar a multa do que murar o terreno, e isso não é um problema de agora. A prefeitura limpava, cobrava a multa. A empresa paga essas multas desde 2015”, esclareceu o diretor do departamento da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp).

Apelo à população

O diretor do Departamento de Limpeza aproveitou a oportunidade para fazer um forte apelo à população para que não faça o descarte irregular de lixo e materiais inservíveis em terrenos baldios espalhados pela cidade.

“As pessoas não pensam no problema que trazem para elas mesmas. Jogam alimentos, medicamentos, agulhas, tudo em terrenos baldios. Isso polui o lençol freático e vai para dentro de suas casas”, alertou.

Ele salientou que o departamento tem buscado realizar um serviço de excelência acerca da capinação, coleta de lixo, recolhimento de animais, e o trabalho segue o cronograma, conforme solicitado pelo poder executivo. No entanto, o acúmulo de lixões a céu aberto é um problema visível e que só pode acabar com a ajuda da própria população.

Descarte no bairro Santa Mônica
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O serviço de capinação continua em vários pontos e nos finais de semana estamos mais precisamente no centro da cidade. Já fizemos a Getúlio Vargas na sua totalidade, iniciamos sábado agora a Presidente Dutra, vamos entrar pela Avenida Rio de Janeiro, vamos fazer a Sales Barbosa, Conselheiro Franco, pois seguindo a orientação do prefeito estamos buscando deixar a cidade mais limpa para a população usar. O serviço de limpeza é feito a contento, são recolhidos aproximadamente 14 mil toneladas de lixo e 6 mil de entulhos na cidade durante o mês. O que acontece é que fora isso ainda tem galhos de árvores, lixo hospitalar, recolhimento de animais mortos, vários serviços que são feitos pelo departamento. Agora o descarte irregular que é feito pela população é que aparece pela cidade, pois é descartado em locais inapropriados”, ressaltou.

O diretor João Marcelo citou ainda como exemplo de locais problemáticos terrenos ao longo do Anel de Contorno e no bairro Gabriela.

Descarte no bairro Santa Mônica
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O Anel de Contorno se tornou o local preferido das pessoas. Essa semana descartaram seringas e medicamentos, e próximo à Gabriela, o pessoal descarta galhos de árvores, lixo, sofá. Em frente ao condomínio onde moro, sai pela manhã e encontrei um sofá, então a população tem que ter a consciência de que não é só a prefeitura que tem que fazer, ela também tem que ajudar”, encerrou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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  1. Da uma vergonha tão grande morar aqui, é um absurdo o que vem acontecendo com nossa cidade com relação ao lixo. Obvio que a prefeitura tem sua parcela de culpa mas o que o povo vem fazendo é triste. E então quando bate uma chuva qualquer as bocas de lobo não suportam o tanto de lixo e acabam ocorrendo os alagamentos. Fora isso é um completo absurdo esse tipo de comportamento. Falta o poder publico orientar e punir a população, precisa passar na tv, radio e rede social uma propaganda de orientação para o feirense porque isso beira ao ridiculo

  2. Rua rubens Francisco Dias, antes da faculdade católica, virou lixão. Descarte de restos de material de construção, lixo e mato acumulado há meses.

    A “obra” de pavimentação da rua só foi realizada até a rotatória, o restante da rua a prefeitura abandonou esburacada, cheia de mato, sem sinalização e pavimentação (que preferem tapar os buracos mensalmente) a pavimentar os 100 metros que faltam.

    A lagoa ao lado do condomínio verde ville, nem se fala, o mato e lixo tomou conta.

    A população precisa se conscientizar e a prefeitura precisa fazer a sua parte com mais eficiência.

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