Educação

Escola João Paulo I reforça o apoio psicológico no processo de retomada gradual das aulas semipresenciais

Em Feira de Santana, a volta às aulas irá ocorrer a partir do dia 19 de julho nas escolas particulares, conforme autorizado pelo decreto municipal do dia 12 de julho.

16/07/2021 às 16h15, Por Laiane Cruz

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Laiane Cruz

Com o tempo de exceção provocado pela pandemia da covid-19, o ensino remoto se tornou a única opção de manutenção das aulas nas escolas públicas e particulares em todo o Brasil. Agora, as unidades de ensino se viram diante de um novo desafio, que é a volta dos estudantes à sala de aula, porém na modalidade semipresencial.

Em Feira de Santana, a volta às aulas irá ocorrer a partir do dia 19 de julho nas escolas particulares, conforme autorizado pelo decreto municipal do dia 12 de julho. Mas esse processo de retomada ainda tem gerado muitas dúvidas entre as famílias, que se dividem entre as que apoiam o retorno das atividades presenciais, mesmo com a pandemia em curso, e aquelas que preferem manter seus filhos estudando em casa para evitar o risco de contaminação.

Em entrevista ao Acorda Cidade, nesta sexta-feira (16), as coordenadoras pedagógicas da Escola João Paulo I, Karine Oliveira e Roberta Bittencourt, buscaram sanar algumas dúvidas sobre o modelo de ensino híbrido em comparação com o remoto.

Segundo a coordenadora Karine Oliveira, a JPI aderiu ao ensino remoto desde o dia 18 de março do ano passado. Ela explicou que o ensino híbrido em sua formação mescla o ensino remoto com o presencial, porém envolve também uma nova concepção de aprendizagem, trilhas formativas e um estudo individualizado de cada estudante.

Foto: Acorda Cidade

“Quando a gente fala em ensino híbrido, a gente vai dizer que o processo de retomada vai ter a modalidade semipresencial e a modalidade remota. É algo mais complexo, aprofundado, que envolve toda a modalidade de aprendizagem da escola. Quanto aos professores, as tecnologias já faziam parte de todo o processo das metodologias utilizadas nos planejamentos, mas você tinha a tecnologia como mais um recurso. A partir do dia 18 de março nós tivemos as tecnologias como um único recurso de fazer a escola em cada casa. Então fazer a educação onde quer que nós estejamos exigiu desse professor e da escola enquanto instituição toda uma formação programada, acompanhada e orientada do uso dessas ferramentas digitais”, afirmou a coordenadora.

Karine Oliveira destacou que a escola precisou avaliar qual ferramenta seria a melhor indicada no processo de aprendizagem dos seus alunos. E tinha o grande desafio de fazer dessa ferramenta uma produção de sentido dentro de um conteúdo pedagógico.

“Então a JPI veio trabalhando, orientando e construindo com os professores esse ensino remoto. E aqui estamos em um processo de retomada do modelo semipresencial e o modelo remoto.”

Para a coordenadora Roberta Bittencourt, que também é responsável pela implantação dos protocolos sanitários e pedagógicos na Escola João Paulo I, a unidade de ensino vem desde abril do ano passado estudando e pesquisando medidas para melhorar o trabalho e a segurança para alunos, pais e professores.

Foto: Acorda Cidade

“Vamos voltar agora de forma semipresencial com os alunos e professores, mas a escola de forma administrativa e financeira não parou. Então, algumas medidas físicas já foram sendo adotadas ao longo do ano de 2020, e agora estamos finalizando as adaptações das salas de aula. Realizamos a instalação de dispensers de álcool em gel, totens, tapetes sanitizantes, o mobiliário das salas de aula foram relocados, respeitando o distanciamento de um metro e meio entre as carteiras, o distanciamento do espaço do professor também foi adaptado, sinalização nas paredes e no chão, cartazes, a troca dos bebedouros de chão para os de parede. Então a escola veio se adaptando de forma estrutural, com a elaboração de protocolos de segurança, cuidado e saúde”, detalhou.

Acolhimento aos pais

De acordo com Karine Oliveira, o comportamento da escola em relação aos pais que optarem por manter seus filhos em casa, continuará sendo de acolhimento e respeito, entendendo que o momento é de um processo de retomada gradual.

“A nossa escola está trabalhando com o elo entre o estar, o conviver e o aprender. Então essa retomada precisa ser segura para as famílias e para a escola também. Ela vai acontecer de maneira gradual. O aluno vai voltar a aprender a conviver neste espaço, e a família precisa se sentir segura. E ela começa a se sentir segura quando percebe que a escola não tem um processo de retomada porque um decreto chegou para o dia 19. A escola desde 18 de março já pensa neste retorno, já está preparada, porque os alunos serão o foco da escola.”

A coordenadora ressaltou que neste processo, a família começa a conhecer nessa primeira etapa o protocolo da escola, como ela está se organizando para receber o filho.

“A família tem todo o direito de nesse momento não se sentir segura ainda, e a escola está aqui para mostrar o protocolo sanitário e pedagógico e como iremos fazer esse processo. Por isso eles têm a opção do ensino remoto, que continuará com transmissão simultânea para algumas séries. Tivemos um formulário, onde a família está escolhendo essa modalidade. Tivemos ontem com uma assessoria a apresentação do protocolo sanitário. Teremos uma próxima etapa de protocolo pedagógico e um processo gradual de adaptação no espaço escolar”, tranquilizou.

Escola Segura

Roberta Bittencourt acrescentou que a JPI está sendo assessorada já há algum tempo por uma empresa de São Paulo, que realiza um trabalho com mais de 150 escolas em todos os estados do país.

“A gente entende que saúde, cuidado e segurança estão muito além da pandemia, e agora ela chega para reorganizar a nossa casa, reorganizar os nossos trabalhos, a profundar um pouco mais esse olhar, nesse cuidar da segurança, do aluno, do colaborador, da família dentro da nossa escola. Então como parte do nosso protocolo, na quarta-feira entramos em contato com a Vigilância Sanitária para alinharmos alguns pontos, tomarmos algumas medidas, e fomos informados que esse protocolo precisa ser validado pelo órgão. Imediatamente, nós fizemos a impressão de todo o nosso material, nossas fichas de auto declaração de casos suspeitos, nossa ficha de saúde do colaborador, ficha de saúde do aluno, o protocolo, o manual da família que vai ser entregue, possivelmente na próxima semana, após a avaliação da vigilância sanitária, que isso é essencial para o nosso funcionamento de forma segura, então eles vão avaliar o nosso protocolo, já foi entregue em mãos pessoalmente ontem, eu estive na vigilância, estamos aguardando essa avaliação, para que esse manual chegue até as mãos das nossas famílias.”

A coordenadora pontuou que apesar da liberdade das famílias de escolherem a opção semipresencial ou permanecer no remoto, essa decisão precisa estar embasada em alguns documentos que a escola tem preparado.

“Estamos em uma semana em que os pais estão recebendo muitas informações, pelo nosso aplicativo, pela nossa agenda eletrônica e com base nesse conhecimento, no momento mais oportuno o pai escolhe se o filho volta ou não. Essa decisão, não necessariamente, ela precisa ser para sempre até o fim. Nesse momento algumas famílias podem não se sentir seguras, mas com o passar do tempo, conhecendo um pouco mais, evoluindo um pouco mais o nosso conhecimento, elas podem optar para que o filho volte para a escola de forma semipresencial.

Planejamento pedagógico

A coordenadora Karine Oliveira falou também sobre o planejamento pedagógico, que segundo ela é o coração da escola e diante da pandemia se tornou mais flexível.

“O que não muda na escola é a concepção pedagógica. O planejamento é flexível. O planejamento vai se adaptar ao momento, às possibilidades e as atuações que ele precisa para agir. É preciso ressaltar todo o acompanhamento psicológico que a escola João Paulo I ofereceu aos colaboradores e aos alunos durante todo esse período, já é algo que a escola faz. Nossa escola tem Serviço de Orientação Educacional (SOE), tem o núcleo de necessidade na educação infantil, mas não só para o aluno de inclusão. A escola trabalha com o ser, não só com o aprender, e isso não faz parte de pandemia. Isso já faz parte da escola João Paulo I, mas nesse período nós precisamos intensificar. Toda a equipe de psicólogos esteve presente, está atuando com os nossos colaboradores, apoiando nesse momento de retomada, os nossos alunos, com os psicólogos atuando em aulas, dentro das rotinas programadas.”

Na próxima semana, a escola dará início ao preparo dos alunos com treinamento das habilidades sociais e psicológicas para o retorno.

“O processo será gradual, adaptativo. Não temos pressa. A escola está pronta, mas nós precisamos trabalhar todo o processo de adaptação para que esse elo entre o estar na escola, estar de volta ou numa transmissão simultânea, que será uma nova adaptação para professores e alunos, e agora ele precisa criar esse elo com a escola dele, estando convivendo e aprendendo de forma segura, respeitando e ouvindo as suas emoções”, informou Karine Oliveira. 

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