Dilton e Feito
Empresas fantasmas teriam pago avião de Campos
Entre as empresas está uma descrita como Geovane Pescados, cujo endereço é de uma favela no Recife.
27/08/2014 às 11h22, Por Brenda Filho
Documentos entregues à Polícia Federal levantaram a suspeita de envolvimento de empresas fantasmas na compra do jato Cessna que caiu em Santos e matou o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e outras seis pessoas. Segundo o Jornal Nacional, a AF Empreendimentos e Participações, que operava a aeronave, tinha um extrato com uma lista de companhias que fizeram depósitos para quitar as parcelas de contrato de compra do avião, acordado com o empresário João Carlos Lyra Filho. Entre as empresas – que pagaram, ao todo, R$ 1,7 milhão – está uma descrita como Geovane Pescados, cujo endereço é de uma favela no Recife (PE) e com a qual o morador, chamado Geovane, nega qualquer tipo de envolvimento. “Acha que se eu tivesse uma empresa de pescado eu vivia numa situação dessa?”, ironizou. Outra companhia citada é a RM Construções, que contribuiu com R$ 290 mil. O endereço é de uma casa no bairro de Imbiribeira, também na capital pernambucana, e o dono da RM gargalhou ao ser questionado sobre o valor. Em nota à imprensa, a assessoria de João Carlos Lyra Filho cita apenas repasses feitos por uma empresa e um advogado: a Ele Leite Ltda, que pertence a Eduardo Freire Bezerra Leite e que depositou R$ 727.797,03. Segundo relatos de assessores, o empresário era muito amigo de Eduardo Campos e teria sido procurado com a alegação de que precisavam “arrumar um avião para a campanha”. Em nota, João Lyra disse ter feito vários empréstimos. Ontem, pela primeira vez, o PSB se pronunciou oficialmente sobre a suspeita de caixa dois, pelo fato de não ter declarado o uso da aeronave na prestação de contas parcial ao TSE. Em nota, o partido afirma que os empresários João Lyra e Apolo Santana Vieira autorizaram Campos a usar a aeronave durante toda a campanha. Para o PSB, a declaração do avião deveria ser feita só ao fim da disputa: “Nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o final da campanha, pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final”, diz a nota assinada pelo presidente do PSB, Roberto Amaral. Informações são de O Globo.
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