Educação

Mães de estudantes do bairro Muchila pedem mais vigilância após ameaças de ataques às escolas

Famílias relatam falta de segurança e falhas da ronda escolar.

12/04/2023 às 09h54, Por Laiane Cruz

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Escola Acioly Silva Araújo_ Foto Ed Santos Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Em virtude das ameaças que circulam nas redes sociais de ataques às escolas de Feira de Santana, mães de estudantes matriculados na Escola Municipal Acioly Silva Araújo, no bairro Muchila, se reuniram em frente à unidade, na manhã desta quarta-feira (12), para pedir mais segurança para as crianças.

Preocupada com os últimos acontecimentos e com as mensagens difundidas nas redes sociais, a dona de casa Naiara de Jesus disse temer pela vida dos filhos de 11 e 7 anos que estudam na Escola Acioly Silva de Araújo, e também o filho menor, de 3 anos, que frequenta a creche Hugo Navarro, situada ao lado.

“Estamos aqui por causa do que está acontecendo, as ameaças, pois falaram que aqui em Feira de Santana vão invadir as escolas e a gente está querendo a proteção dos nossos filhos. Precisamos de segurança, e vamos aguardar as autoridades para ver o que vão fazer e investigarem. Aqui tem muito matagal, como vemos aqui, e tem muitas crianças. Aqui é deserto e queremos segurança para nossos filhos. Tenho duas crianças aqui e uma na creche.”

Ela destacou que as rondas não passam pela área da escola e os pais estão com muito medo do que pode acontecer.

“A gente está com medo, pois não estamos no coração de ninguém. Aí de repente a gente está em casa e recebe a notícia, como os pais receberam de Santa Catarina. Tem professora que está falando que é mentira, mas não queremos pagar para ver, estamos vendo o que está acontecendo. A ronda não passa aqui, não passa nada, desde quando meus filhos vieram estudar aqui eu não vejo.”

Moradora do Conjunto Feira X, Carleide dos Santos é mãe de um aluno de 8 anos. Ela também pediu mais vigilância na porta da escola.

“A gente teme pela segurança dos nossos filhos e acho que é direito nosso ter uma vigilância aqui na porta da escola. O vigilante não vai poder fazer nada sozinho aí sentado. A gente não está podendo entrar na escola, porque a direção proibiu e está correto, é o certo, mas aqui fora tem terrenos baldios, matagal, e a gente teme, exigimos que alguém tome atitude, faça alguma coisa. As autoridades têm que se pronunciar, colocar a Guarda, a Polícia, tem que resolver isso.”

Janete dos Santos Lima, de 56 anos, é avó de um garoto de 9 anos e confirmou que o entorno da escola é bastante perigoso.

“Estou com medo também, pois é um matagal deserto, e tenho um neto que estuda de manhã e outro neto que estuda à tarde, e é perigoso. Precisamos de segurança para a gente e para nossos filhos.”

Escola Acioly Silva Araújo_ Foto Ed Santos Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Medidas de segurança

A secretária municipal de Educação, Anaci Paim, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade, por telefone, que são muitos os boatos, que geram pânico nas pessoas e criam um ambiente de insegurança. Segundo ela, o município já está adotando medidas para trazer mais tranquilidade aos pais.

“Nós estamos reforçando medidas que antes já adotávamos, incluindo novas, e conversando diretamente com os diretores de escolas, através dos grupos que nós temos. Passamos o final de semana trocando informações, reforçando algumas medidas, que eram já recomendadas, mas diante de todas essas situações, as ocorrências reais e dos boatos, estamos buscando fortalecer.”

De acordo com Anaci Paim, as escolas estão proibidas de realizar qualquer evento e receber pessoas de fora na unidade.

Anaci Paim
Foto: Ed Santos

“Também estamos solicitando um cuidado maior no ingresso do aluno no ambiente escolar, para que entre somente o aluno, e as pessoas de fora, as famílias devem esperar na área externa, além de não permitir a entrada de nenhuma pessoa estranha no ambiente escolar, a exemplo de pessoas que querem visitar a escola, que vão com qualquer outra justificativa, e terão que usar um outro momento que não esteja em aula. Também estamos solicitando que todos os terceirizados sejam identificados com uniforme ou jaleco, para que saibam que aquela pessoa efetivamente desenvolve alguma atividade. Solicitamos que os funcionários solicitem a identificação dos fornecedores, pessoas em serviços, que vão lá cuidar da internet, algum monitoramento da rede, algum serviço na escola, que sejam anteriormente identificadas e portem documentos.”

A secretária informou que além das medidas já citadas, a rede municipal está buscando alguma forma de realizar a identificação facial das crianças e está ampliando a instalação de câmeras de videomonitoramento nas unidades.

“Também estamos agora buscando e aperfeiçoando alguma forma de identificação facial para nossos alunos e ter mais controle, evitando também que haja qualquer tipo de situação em que essa fragilidade venha ocorrer, e também estamos buscando fazer uma reunião envolvendo órgãos de segurança, o Conselho Tutelar, Ministério Público, Promotoria da Infância, a ronda nas áreas das escolas, várias ações que estão sendo discutidas e cada diretor está avaliando e propondo sugestões. O importante é não criar o pânico, é buscar garantir todas as seguranças possíveis, adotar as medidas e ter condição de tranquilizar as famílias. Sabemos que quem faz isso tem o objetivo de propagar o pânico, veem as ocorrências que estão acontecendo em outros lugares e trazem para nossa proximidade, mas temos que buscar tranquilizar os pais.  Vimos os vídeos que circularam nas redes sociais, e ontem visitamos as escolas buscando verificar o que podemos fazer.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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