Reencontros Musicais

Reuniões nostálgicas: relembre cinco retornos musicais que aconteceram em 2023

No ano passado, diversas bandas antigas despertaram um sentimento de nostalgia entre amantes da música e fizeram a cabeça dos fãs.

15/01/2024 às 14h33, Por Acorda Cidade

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Banda NX0
Foto: César Ovalle

Se o ano de 2023 na música pode ser definido, a descrição perfeita seria uma verdadeira viagem no tempo. Com reuniões e reencontros de artistas que estavam sumidos — e até mesmo separados —, um sentimento de nostalgia tomou conta de muitos amantes da música.

Bandas antigas e clássicas que haviam parado de produzir voltaram a preencher diversos palcos ao redor do Brasil com turnês e reencontros. Esse fenômeno cultural tem transcendido fronteiras geracionais, conectando fãs mais jovens com o legado musical que moldou aqueles que vieram antes.

Cinco turnês e reencontros marcaram este ano!

Um dos grandes destaques deste “gigante acordando” foi o retorno de bandas, principalmente dos anos 2000, que evocaram todo esse sentimento, unindo desde públicos mais velhos até as gerações mais novas que não conseguiram ter contato com essas bandas e artistas quando estavam no auge das paradas de sucesso.

O NX Zero foi um dos exemplos que retornaram neste ano em turnês e shows. O retorno do NX Zero à cena musical brasileira marca um momento significativo para os fãs que foram cativados pelo som característico da banda durante os anos 2000.

Com a turnê “Cedo ou Tarde”, a banda fez seu primeiro show desde o reencontro no festival Mita, no primeiro semestre deste ano. Comandada por Di Ferrero, “crush” de várias gerações, a banda não deixou de cantar os grandes sucessos como “Onde Estiver” e “Pela Última Vez”. A turnê viajou pelo Brasil durante o ano inteiro.

E como diz a letra “Vou te esperar aonde quer que eu vá”, o Restart foi outra banda que entrou para a lista de reencontros nostálgicos deste ano. Após oito anos, a banda se uniu novamente em uma sequência de shows que devem durar até o primeiro semestre do ano que vem.

restart ft Rodrigo Takeshi
Foto: Rodrigo Takeshi

O quarteto, formado por Pe Lanza, Pe Lu, Koba e Thomas, ganhou destaque na segunda metade da década de 2000 com suas canções vibrantes e estética visual única, caracterizada por roupas coloridas e cabelos chamativos — e que até hoje é uma das maiores características do grupo.

A turnê de despedida começou em outubro, na capital paulista. E, como esperado, toda a essência do grupo foi mantida, mas de forma menos caricata e colorida, muito pela maturidade do grupo. A ideia era manter a estética, mas adaptá-la para o momento atual, tanto do grupo quanto de quem cresceu ouvindo as famosas músicas. Desde as músicas mais famosas até os cabelos e penteados — que podem ser copiados com produtos como Forever Liss.

Também em tom de despedida para os fãs de um dos grupos de rock mais tradicionais do país, o Titãs lançou a turnê “Titãs — encontro para dizer adeus”. Com passagem por várias cidades do país, muitos ingressos para o evento foram esgotados.

Titãs - ft tiago queiroz estadão
Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Desde sua formação em 1982, os Titãs têm sido agentes de inovação, combinando rock, pop e letras provocativas. Iniciada em abril do ano passado, a turnê foi um sucesso tão grande que ganhou até passagens por outros países, como Estados Unidos e Portugal.

Esta foi a última vez que a banda se uniu com a formação original, sendo a última vez que isso aconteceu há mais de 30 anos, em 1992. Isso porque, com o tempo, os membros foram deixando o grupo musical pelos mais variados motivos. Arnaldo Antunes deixou o grupo, seguido por Nando Reis, em 2002, Charles Gavin, em 2010, e Miklos, em 2016.

Seguindo essa mesma premissa, o Cine foi outro grupo que seguiu o mesmo caminho, se apresentando até mesmo em festivais de música, como o Replay. A banda formada em 2007 e composta por Diego Silveira, Danilo Valbusa, David Casali, Bruno Prado e Danilo Valbusa, a banda alcançou notoriedade com hits como “Garota Radical” e “As Cores”, que se tornaram parte integrante da trilha sonora de uma geração.

banda Cine reprodução instagram
Foto: Reprodução/Redes Sociais

E quem não lembra do Skank? Assim como o Titãs, o Skank anunciou uma turnê de despedida que passou por algumas cidades do país. Formada em 1991, em Belo Horizonte, por Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti, a banda logo se destacou com seu som distintivo e letras poéticas, que até hoje formam uma trilha sonora de toda uma geração.

skank ft Diego Ruahn
Foto: Diego Ruahn

Por que a nostalgia está em alta na música?

Em todos esses exemplos citados, a nostalgia e o retorno de grupos musicais antigos que estavam “desativados” estão se tornando algo cada vez mais lucrativo no cenário musical. Segundo dados do “Mapa dos Festivais”, em 2023, o Brasil teve um crescimento de 54% no que diz respeito ao surgimento de festivais.

Muitos desses eventos incluíram alguns desses nomes nos “setlists” de artistas que iriam se apresentar. Inclusive, surgiram até mesmo alguns que tinham justamente essa pegada nostálgica, prezando por cantores e bandas que marcaram essas gerações mais antigas.

Mas o surgimento dessas turnês de nostalgia não é algo de agora. No último ano, a dupla Sandy e Júnior, por exemplo, lotou estádios e casas de shows com uma turnê relembrando sucessos antigos da dupla de irmãos.

Cada vez mais, existe uma demanda do público que quer, pelo menos mais uma vez, assistir a uma banda ou a um show de um artista que não está mais na mídia. Isso serve tanto para aqueles que costumavam ir a esses eventos no passado quanto para aqueles que nunca tiveram essa oportunidade.

O fato de os ingressos sempre se esgotarem é um exemplo disso. Existe uma procura muito grande por shows focados justamente nesse sentimento de nostalgia.

Entretanto, existem outros grupos que, mesmo que haja essa pressão, não devem realizar turnês de despedida como a do Titãs. Seja por artistas que seguiram carreiras solo ou até mesmo grupos musicais que terminaram por problemas entre os membros.

O sentimento de nostalgia na música está crescendo como uma poderosa tendência viral, envolvendo admiradores de todas as idades em uma jornada emotiva pelo passado, muitas vezes motivado até mesmo pelo advento de redes sociais, como o TikTok, que costumam viralizar hits e músicas que muitas vezes estavam esquecidos no tempo.

Artistas e bandas icônicas estão ressurgindo, reinventando-se e rememorando os sucessos que marcaram épocas específicas. Mesmo que às vezes algumas características mudem, seja por conta do passar do tempo, é uma tendência que deve aparecer cada vez mais.

A nostalgia na música tornou-se um fenômeno cultural que vai além da mera lembrança, proporcionando uma experiência coletiva de reviver, compartilhar e apreciar as influências atemporais. Para notar isso, basta observar esses movimentos e perceber como existe cada vez mais procura quando esses eventos são anunciados, e até mesmo movimentos entre os fãs pedindo certos retornos.

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