Saúde
Consultoria vai verificar demanda e oferta dos serviços de saúde em Feira de Santana
Equipe da empresa Cies Global vai verificar qual a necessidade do município com relação a exames, consultas e especialidades médicas.
08/11/2018 às 15h40, Por Kaio Vinícius
Laiane Cruz
O médico gastroenterologista e ex-secretário de saúde da cidade de São Paulo, Wilson Pollara, está em Feira de Santana com uma equipe de especialistas, a convite do prefeito Colbert Martins, para realizar uma consultoria sobre a demanda e a oferta dos serviços de saúde oferecidos no município.
Pollara disse, em entrevista ao Acorda Cidade, que a equipe da empresa Cies Global vai verificar qual a necessidade do município com relação a exames, consultas e especialidades médicas. “Vamos observar qual é hoje a capacidade instalada, o que a prefeitura oferece à população; ver o que falta para que a prefeitura atenda a todas as necessidades da população”, afirmou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Segundo ele, inicialmente será feito uma análise das filas de exames, as necessidades, a demanda mensal de exames, e qual é a oferta de cada um deles. “Chegamos com uma estrutura rápida, que são carretas do tipo contêineres, que fazem exames rapidamente. A fila acaba, e a gente verifica se a estrutura da prefeitura é suficiente pra atender a demanda atual, porque senão a fila vai formar de novo. Pra acabar a fila demora em torno de seis meses, e o trabalho é contínuo”, explicou ao Acorda Cidade.
ONG
Wilson Pollara falou ainda sobre a estrutura da consultoria. Conforme o médico, a prefeitura vai pagar somente pelo exame que for realizado. A estrutura, através do recebimento do exame pela tabela do SUS, que é o mínimo, consegue trazer todos os aparelhos, toda estrutura, por se tratar de uma ONG sem fins lucrativos, filantrópica, em que não há necessidade de lucro.
“São várias especialidades. Vamos também verificar qual é a capacidade de atendimento tanto da Santa Casa como do Hospital Clériston Andrade, porque aí vamos ver se o que eles estão oferecendo é o que Feira necessita”, reiterou.
O médico contou ao Acorda Cidade que começou a trabalhar com a consultoria há dois anos no chamado Corujão da Saúde, em São Paulo. Ele revela que o prefeito João Doria queria que fosse zerada a fila dos exames. “Averiguamos que existia um período ocioso dos aparelhos à noite, e começamos a fazer exames durante a noite nos hospitais privados pra o SUS e daí decorreram as carretas do programa Doutor Saúde. Então nós juntamos as duas coisas e surgiu o Cies Global, que é uma empresa que hoje em dia faz isso no Brasil inteiro e internacionalmente também.”
Gestão da saúde
Wilson Pollara ressaltou também que a realidade da saúde de São Paulo não é diferente da dos outros lugares. “Apesar de se dizer que o estado de São Paulo é rico, a saúde não é uma questão de dinheiro, é uma questão de gestão. É verificar se o que o povo necessita está sendo oferecido, se está oferecido adequadamente, se há uma eficiência na realização do atendimento em cada uma das estruturas, se elas têm um custo-benefício, então é toda uma gestão pública”, acrescentou.
O médico e consultor foi secretário adjunto da Saúde do Estado de São Paulo, entre 2013 e 2016, quando criou as redes de atendimento do estado, desde as UBS até os hospitais de alta complexidade. Entre 2017 e 2018, atuou como secretário de saúde da cidade de São Paulo.
“Com essa consultoria os pacientes podem esperar uma realização dos exames quase que imediatamente. Assim que o médico pedir, o paciente vai poder marcar o seu exame quase sem espera. As pessoas passam muito tempo na fila porque o que precisa ser feito não é o que está sendo ofertado. Você tem que ajustar a oferta com a demanda. Nós vamos ajustar. Eu acho que o prefeito (Colbert Martins) está no caminho certo.”
Homem forte no governo do ex-prefeito João Doria (PSDB), Pollara pediu exoneração para coordenar o programa de Saúde da campanha eleitoral do tucano ao governo paulista. Ele também já trabalhou como secretário-adjunto da Saúde do Estado de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
Apesar de ter conseguido reduzir a fila para a realização de exames e consultas com o programa Corujão da Saúde em SP,ele teve um programa interrompido pelo Minstério Público Paulista, uma vez que sua proposta de reestruturação da Saúde com o fechamento das Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) não agradou a população.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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