Saúde

Primeira cirurgia de redesignação sexual da Bahia pelo SUS é realizada em Salvador

Procedimento foi feito no Hospital das Clínicas. Mulher trans esperou 10 anos.

17/08/2023 às 17h04, Por Acorda Cidade

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Foto: Ascom Hupes/Ebserh/Ufba

A primeira cirurgia transexualizadora pelo Sistema único de Saúde (SUS) na Bahia foi realizada no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador.

A mulher trans, Yohana de Santana, operada na quarta-feira (9) é acompanhada desde 2018 pelo Ambulatório Transexualizador do Hupes, mas a espera pela oportunidade de realizar a cirurgia durou mais de dez anos.

Foto: Ascom Hupes/Ebserh/Ufba

No ambulatório do Hospital Universitário, Yohana de Santana teve a oportunidade de ser assistida por um grupo multiprofissional regular, tendo sido considerada apta pelas equipes de endocrinologia, psicologia e serviço social para o procedimento cirúrgico.

“É a realização de um sonho. Sinto-me plena. É algo que eu venho buscando desde 2010, mas não tinha meios para fazê-lo. Fico emocionada de saber que sou a primeira mulher trans que realizou a cirurgia no SUS”, disse Yohana de Santana.

“Espero que seja um começo para tantas outras histórias de mulheres e homens na mesma condição que eu”, comemorou. A cirurgia de redesignação sexual consiste em mudar as características sexuais/genitais de uma pessoa para aquelas socialmente associadas ao gênero com o qual ela se identifica.

A endocrinologista e coordenadora do Ambulatório Transexualizador do Hupes-UFBA/Ebserh, Luciana Oliveira, explicou que o pós-operatório tem algumas orientações específicas, com o uso de hormônios durante alguns anos, possibilitando à mulher trans experimentar as mesmas sensações que mulheres cis – como a menopausa, por exemplo.

Ampliação de cirurgias

Além das cirurgias de redesignação sexual, o Hupes-Ufba vai realizar também outros tipos de procedimentos. Foram pactuadas com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) cirurgias como mamoplastia masculinizadora, histerectomia, tireoplastia e plástica mamária.

Foto: Ascom Hupes/Ebserh/Ufba

A expectativa da Ufba é de que seja realizado pelo menos um desses procedimentos por mês, enquanto a instituição aguarda o credenciamento do Ministério da Saúde, o que possibilitará ampliar a oferta de cirurgias.

De acordo com o urologista Ubirajara Barroso, que esteve à frente da primeira cirurgia realizada, o Ministério da Saúde adota critérios específicos para a realização dos procedimentos.

A pessoa interessada deve ter mais de 21 anos de idade;
Apresentar – no mínimo – dois anos de acompanhamento psicológico;
Ser cadastrada em um dos dois serviços especializados de referência na Bahia: Hupes-UFBA ou Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap).

O Ambulatório Transexualizador do Hospital Universitário Professor Edgard Santos iniciou as atividades em 2018. O espaço é voltado para o atendimento clínico a pessoas trans e travestis residentes na Bahia e que buscam acompanhamento.

Mais de 400 pacientes já foram atendidos pela equipe do ambulatório, que é formada por profissionais de endocrinologia, enfermagem, serviço social, psicologia e psiquiatria.

Fonte: G1

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  1. Enquanto isto… milhões de pessoas doentes, muitas em estado terminal, acabam morrendo nas filas do famigerado sistema de saúde pública, principalmente na tal “regulação”, onde simples procedimentos podem salvar vidas de quem passou a vida toda depositando sua fé e uma parte do seu, muitas vezes mísero salário, contribuindo com o “sus”. Funcionário publico, em maioria,paga caro planos particulares e, quando aposenta, descontam até morrer a contribuição.

  2. Respeito as opiniões anteriores, mas já pararam para pensar que muitos gastos dos SUS poderiam ser evitados por toda a população?

    Álcool + direção, imprudências, violência, drogas, crimes passionais etc. Tudo isso lota os hospitais públicos e poderia ser evitado caso as pessoas fossem mais conscientes.

  3. Quantas pessoas precisando de um procedimento para sobreviver , aí o sus da uma oportunidade , um gasto a uma *** dessa , que absurdo ,que falta de respeito. Mass os iguinorantes queriam fazer o L , infelizmente todos nós teremos que assistir essas palhaçadas , essa falta de respeito .

  4. Isso é triste, um absurdo , uma falta de respeito , isso nunca foi da vontade de Deus , o ser humano como sempre ultrapassando os limites dos mandamentos . O ser humano está entregando sua alma ao diabo mesmo …

  5. Só acho que o sus devia focar mais em pacientes doentes de fato, muitas vezes na fila a anos pra realizar algum procedimento afim de se curar de alguma doença queloide até lhe custar a vida, e não jogar dinheiro fora afim de apoiar sem-vergonhice!!

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