Campanha do Desarmamento

'Se houve fraudes elas ocorreram dentro do 1º BPM', diz coordenador da ONG Movpaz

Clóvis disse que acredita nas investigações da Polícia e afirmou que está com a consciência tranquila.

04/12/2013 às 12h56, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade
 
O coordenador nacional da ONG Movpaz, Clóvis Nunes, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (4), na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), em Feira de Santana, na presença de seu advogado Ricardo Morais. O objetivo, segundo Clóvis, foi anunciar publicamente sua inocência diante das acusações de fraude na Campanha do Desarmamento.
 
Em suas declarações, Clóvis afirmou que se houve fraude, a irregularidade ocorreu no 1º Batalhão da Polícia Militar (1º BPM), que foi credenciado em Brasília como local de entrega voluntária de armas da campanha. Segundo ele, a Casa da Paz, sede da ONG, funcionava como posto auxiliar.

 
“Se houve fraudes nas guias, essas fraudes foram construídas dentro do batalhão, nunca na Casa da Paz. E se algum voluntário recebeu a guia na Casa da Paz, foi fornecida indevidamente pelos policiais. Não sei o motivo, se por acúmulo de trabalho, nunca imaginei que houvesse guias fantasmas de armas que não existem”, disse.
 
Clóvis disse que acredita nas investigações da Polícia e afirmou que está com a consciência tranquila. Ele teve o sigilo bancário aberto pela Justiça Federal, e não foram encontrados indícios de entrada de dinheiro na conta. 
 
“Sou um cidadão de classe média, ganho pouco, tenho cinco filhos, e tive minha família atormentada pela dor de uma injustiça profunda de quando estava preso (…) Confiei na Polícia Militar, confiei nos voluntários da Casa da Paz e fui traído pelos dois. Não assumo qualquer responsabilidade sobre fraude”, destacou.
 
Clóvis contou como era a rotina da emissão de guias de entregas voluntárias: “O entregador  da arma chegava, nós a amassávamos com uma marreta e depois da arma danificada na presença do entregador os policiais que avaliavam a arma conosco chamavam uma viatura por volta do meio-dia para levar as armas para o 1º BPM. Horas depois ou no outro dia, o coordenador se dirigia ao batalhão e pegava a guia de indenização que só podia ser retirada com uma senha pessoal e intransferível, fornecida pelo Infoseg, que emitia a guia no computador cadastrado.  Eu nunca coloquei minhas mãos em nenhum computador do 1ª BPM”, afirmou.

Clique aqui e leia a carta aberta escrita por Clóvis Nunes 

Senha – Clóvis, disse que nunca recebeu senha do coronel Martinho, da Polícia Militar, e que seu irmão Carlos Nunes nunca passou a senha, que teria sido fornecida pelo coronel. 
 
Prisão – Na prisão ele disse que foi vítima de rejeição e de gozação quando dizia que não era culpado. “Fiquei preso com homens perigosos e depois de dialogarem comigo por duas horas eles acreditaram na minha história. Um deles, que é um preso difícil, disse que viu nos meus olhos que eu fui o primeiro homem inocente a entrar no presídio. Ele revelou que já tinha produzido muitas mortes e que quando me viu na televisão amassando uma arma ficou com muito ódio. Depois que eu expliquei a campanha ele disse, com lágrimas nos olhos, que entregaria a arma dele”, contou.
Defesa
 
O advogado Ricardo Morais explicou que não existe necessidade de produção de defesa de Clóvis Nunes, porque não houve processo criminal contra ele e que a necessidade neste momento é esclarecer a repercussão dos fatos na mídia. 
 
“O inquérito policial por si só, se não houver provas produzidas nos autos de um processo criminal, não pode ser mecanismo que motive uma condenação”, explicou informando que se a Polícia Federal apontou irregularidades os fatos devem ser investigados para que os culpados sejam punidos.
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Com informações do repórter Ed Santos do programa Acorda Cidade

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