Transporte público
Empresas de ônibus reclamam de prejuízos e cobram contrapartida do governo municipal
As empresas apresentaram algumas condições para a renovação da frota e que precisavam de contrapartida do poder público municipal. No entanto, a prefeitura prometeu, mas não cumpriu.
11/02/2016 às 16h07, Por Rachel Pinto
Rachel Pinto
Existe um impasse entre a prefeitura e empresas de ônibus Rosa e São João que operam o sistema de transporte coletivo no município de Feira de Santana. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs) Alberto Nery informou que as empresas alegam falta de contrapartida firmada com o governo municipal e prejuízo no faturamento.
O acordo que houve com os servidores públicos municipais de suspender a bilhetagem eletrônica e oferecer os vales transportes em espécie também influenciou na queda de faturamento das empresas, que perderam cerca de 20% da sua receita. Segundo Alberto Nery, esse prejuízo influencia no pagamento do décimo terceiro, adiantamento de salários, planos de saúde e outras despesas.
“Com esta situação as empresas terão prejuízos na arrecadação. Foi um compromisso que o prefeito fez e deixou de cumprir. Além disso, durante o serviço emergencial as empresas tiveram que subsidiar de recursos próprios dois milhões de reais para pagamento de folha e para pagamento das despesas. Inclusive nós constatamos que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já está em atraso. A última parcela foi paga no mês de novembro, isso já demonstra certa fragilidade das empresas e também nos preocupa” disse.
O presidente do sindicato afirmou que durante o processo licitatório as empresas de transporte apresentaram algumas condições para a renovação da frota e que precisavam de contrapartida do poder público municipal. No entanto, a prefeitura prometeu, mas não cumpriu. Ele destacou que em menos de um mês de operação do novo serviço de transporte já existem dezenas de veículos danificados, lapeados e com os assentos dilacerados. Alberto Nery disse ainda, que sobre a possibilidade de demissão de cobradores o sindicato não vai aceitar em hipótese nenhuma que ocorram demissões.
“Já tem 40 carros lapeados da empresa Rosa e 17 carros lapeados da empresa São João. Alguns carros já estão com os bancos dilacerados, cortados de estilete ou gilete por vândalos. Os carros lapeados são exatamente porque Feira de Santana não tem corredores de tráfego. Nós também não vamos permitir demissões de cobradores. Pode até não crescer o número de cobradores, mas demissão, nós não vamos aceitar de forma alguma”, enfatizou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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