Daniela Cardoso e Ney Silva
Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, atendentes, operadores de rádio, motoristas, entre outros profissionais do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que anunciaram entrar em greve, por tempo indeterminado, foram à Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (26) e entregaram à presidência da casa legislativa vários documentos contendo denúncias contra a coordenadora do Samu, a enfermeira Maísa Macedo.
Segundo o diretor do sindicato dos enfermeiros, Edklércio Mendonça, os documentos contêm mais de 100 assinaturas de profissionais do Samu, de todas as categorias, onde denunciam a degradação do serviço e as irregularidades feitas pela coordenação. Uma das denúncias elencadas é de que Maísa coordena o serviço de especialização de saúde da Faculdade Anísio Teixeira (FAT), que tem estágios dentro do Samu, o que de acordo com Edklércio, não pode acontecer.
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Ainda de acordo com a documentação, Maísa vem acumulando cargos públicos, como o de servidora efetiva do Hospital das Clínicas, em Salvador, o que segundo ele é proibido por lei, já que ela ocupa o cargo de coordenação no Samu. Uma denúncia grave apresentada por Edklércio é que o esposo de Maísa, João Falcone, é quem recebe os recursos federais e está ocupando um cargo de chefia na secretaria municipal de Saúde.
O diretor do sindicato dos enfermeiros citou ainda outros cargos que Maísa ocupa, a exemplo da coordenação de Urgência e Emergência e professora da Faculdade Anísio Teixeira, professora da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC), professora da Faculdade Nobre (FAN), enfermeira assistencial da Universidade Federal da Bahia. Além disso, ele informou que Maísa presta consultoria a vários municípios que fazem parte do projeto de regionalização do Samu.
“É outro crime, é outra irregularidade. Isso inclusive dá a entender porque esse processo de regionalização está acontecendo mesmo sem que os 28 municípios, que fazem parte do projeto, cumpram com as exigências do Ministério da Saúde. Ele explicou que para ter à regionalização do serviço não é apenas ampliar o atendimento do Samu, mas os municípios precisariam construir salas de estabilização e nada disso foi feito”, afirmou Edklércio.
Ministério Público
Edklércio Mendonça lamentou o fato do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF) ter assinado um termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura de Feira de Santana sem a participação de entidades ligadas aos trabalhadores. Ele defendeu a realização imediata de um concurso público para o Samu.
Fotos: Ney Silva