O delegado Fábio Lordelo, do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), detalhou, em entrevista ao Acorda Cidade nesta quinta-feira (16), a operação que resultou na prisão do empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro, e de outras oito pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa ligada ao setor de combustíveis.
O empresário chegou à Feira de Santana escoltado pelo Draco-LD no fim da manhã desta quinta (16), no Complexo de Delegacias Investigador Bandeira, no conjunto Jomafa. Ele foi preso em um hotel no município de Lençóis. Segundo apuração do Acorda Cidade, dois filhos, um cunhado e o irmão de Jau também foram presos.
Segundo o delegado, as ações seguem em andamento e contam com equipes atuando em diferentes regiões. “Na verdade, nossa investigação ainda está em andamento, nós temos ainda equipes espalhadas pelo interior da Bahia e também fora do nosso estado atuando ainda. Então, isso é só uma preliminar do que está sendo realizado pela Polícia Civil na data de hoje.”
A Operação Primus, deflagrada nesta quinta (16), tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que atua na adulteração e comercialização irregular de combustíveis, com ramificações em diversos estados. Segundo o delegado, as ações desta manhã foram estratégicas para desarticular o grupo. “Foi um ataque que nós fizemos à organização criminosa, que tinha como especialidade a adulteração de combustível.”
Ainda segundo o delegado, a organização funcionava de forma estruturada, utilizando esquemas ilícitos para ampliar os lucros no comércio de combustíveis.
“Prejudicando, inclusive, a concorrência, aqueles postos de combustível que atuavam de forma lícita dentro das regras do mercado. Para além disso, nós detectamos uma associação, uma organização entre esses recursos que vinham para esses postos com núcleos ligados a uma facção lá do estado de São Paulo. Nossas equipes ainda estão em andamento no cumprimento de mandados judiciais. Temos equipes no Rio de Janeiro e São Paulo, no intuito de identificar novos investigados.”
Também em entrevista ao Acorda Cidade, a delegada Aline Peixinho confirmou os cumprimentos de mandados de busca e apreensão e de prisão, totalizando nove pessoas presas e 62 mandados cumpridos nas cidades de Feira de Santana, Conceição do Jacuípe e Iaçu, além dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Sobre o envolvimento do empresário Jau Ribeiro, apontado como o principal alvo da operação, a delegada destacou que as investigações indicam o uso de empresas de fachada e ocultação patrimonial.
“Na verdade, a investigação está em curso, mas foram identificados indícios, inclusive, de participação e de utilização de empresas de fachada, a questão da ocultação patrimonial. Mas também hoje, no cumprimento dos mandados, foi possível obter novas informações que, na medida até do curso das investigações, nós vamos aprofundar até para identificar e vincular com outros envolvidos também”, afirmou ao Acorda Cidade.
A delegada também confirmou que parte dos suspeitos mantém vínculos familiares e comerciais. “Na verdade, trata-se de um núcleo familiar, mas também há elos vinculados à questão de relação comercial.”
A Operação Primus investiga cerca de 200 postos de combustíveis suspeitos de envolvimento com o esquema e já teve R$ 6,5 bilhões em bens e valores bloqueados pela Justiça. Entre o material apreendido estão três pistolas, uma submetralhadora, munições, carregadores e 10 veículos de luxo.
As investigações continuam, com foco na expansão das conexões do grupo com organizações criminosas de outros estados, conforme reforçou a delegada. “Temos alvos também em São Paulo, no Rio de Janeiro. Na verdade, foi possível obter a identificação de um braço vinculado ao estado de São Paulo. Então, na medida do possível, também nós estamos analisando tudo o que foi coletado hoje e aprofundar com relação também a outras vinculações.”
O Draco-LD segue coordenando a operação com o apoio de mais de 170 policiais civis, por meio de vários departamentos da Segurança Pública, da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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