Educação
Volta às aulas: psicoterapeuta fala sobre como pais e filhos podem se preparar psicologicamente
Reorganização da rotina dos filhos deve ser gradual, alerta profissional
03/02/2020 às 13h59, Por Maylla Nunes
Agência Educa Mais Brasil
O retorno do ano letivo em boa parte do país está programado para esta segunda-feira (3). Esse processo acarreta, tanto para os pais, quanto para os alunos, um pouco de ansiedade em função da mudança de rotina. Esse período costuma ser uma fase de adaptação para os novatos e, também, de readequação para os veteranos.
É comum que nas férias escolares o estudante se acostume com outro ritmo. Porém, à medida que o retorno à escola se aproxima, é preciso restabelecer a antiga rotina para que ele esteja, de fato, preparado para o reinício das atividades escolares.
Para o psicoterapeuta Iarodi Bezerra, os pais têm papel importante no processo de ajudar os filhos no retorno às aulas. "Eu percebo que os pais cobram imediatamente o cumprimento da rotina, a adaptação ao horário de acordar e esquecem que as crianças estavam em uma fase de brincadeiras; o ritmo irá voltar aos poucos”, explica Bezerra.
O psicoterapeuta alerta, ainda, que o estímulo deve ser gradual e serve tanto para as crianças quanto para os adolescentes. Entretanto, essa não é uma tarefa difícil, somente, para os estudantes.
A microempresária Caroline Cerqueira, 33, vive momento de angústia com o pequeno Manuel, de 2 anos, que irá começar na educação infantil. A mãe confessa que já vive momentos de preocupação. “Estou preocupada desde o dia em que fui realizar a matrícula. Ele é tão pequeno, mas já precisa começar a estudar esse ano. Espero que ele se adapte bem rápido e tenha uma boa relação com os coleguinhas”, conta Caroline.
“Para esses pais, no primeiro momento, o principal é lidar com a ferida narcísica do desapego e trabalhar a ansiedade em relação às crianças. O choro, a birra e chateação serão naturais; então, é compreender que eles precisam de tempo para adaptação e seguir as recomendações das escolas que, em alguns casos, solicitam a permanência dos pais por um período”, aconselha Iarodi.
Outro motivo de preocupação é a gestão financeira envolvendo a escola. Além das mensalidades, custos com transporte e materiais escolares também pesam no orçamento doméstico. “Esse é um outro fator que pode acarretar cobranças e expectativas dos pais em relação aos filhos, principalmente os que estão no ensino médio”, pontua Bezerra.
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