Covid-19

Secretaria confirma mais dois casos da variante Delta em Feira de Santana

De acordo com a infectologista Melissa Falcão, presidente do Comitê Municipal de Combate à Covid-19, um dos pacientes confirmados com o Delta já tinha completado as duas doses da vacina.

30/09/2021 às 16h23, Por Rachel Pinto

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Laiane Cruz

A Secretaria de Saúde confirmou dois novos casos de pessoas infectadas com a variante Delta em Feira de Santana. Com mais esses casos sobe para três o número de pacientes que já foram infectados com a variante no município. O primeiro caso foi de um morador de 51 anos do distrito de Maria Quitéria, que teve sintomas leves.

As novas infecções ocorreram em um homem de 35 anos com data de início dos sintomas em 28 de agosto e uma mulher de 34 anos, com data de início dos sintomas em 27 de agosto. Eles moram em bairros diferentes, tiveram quadros leves de infecção, e os contatos próximos deles também foram rastreados e passaram por exames do tipo RT-PCR.

De acordo com a infectologista Melissa Falcão, coordenadora do Comitê Municipal de Combate à Covid-19, o homem já tinha completado duas doses da vacina. A mulher tomou a primeira dose da vacina Astrazeneca/Oxford.

De acordo com a infectologista Melissa Falcão, coordenadora do Comitê Municipal de Combate à Covid-19, o homem já tinha completado as duas doses da vacina. A mulher tomou a primeira dose da vacina Astrazeneca/Oxford. Dos contatos próximos a eles que realizaram a coleta, alguns deram positivo para a doença, porém ainda é necessário aguardar a confirmação do exame de genotipagem, feito pelo Laboratório Central da Bahia (Lacen), para saber se elas também foram infectadas pelo vírus Delta.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Tivemos dois casos novos confirmados da variante Delta, um no final de agosto e outro no início de setembro, confirmando a nossa ideia inicial de que o vírus já está circulando aqui na cidade há algum tempo de maneira comunitária. Não é preciso viajar para lugares com circulação maior da variante Delta para adquirir esse vírus. Já tivemos três pacientes confirmados na cidade, o primeiro foi o morador do distrito e esses dois que também tiveram um quadro leve. Um dos dois pacientes já tinha tomado as duas doses da vacina e isso comprova a eficácia da vacinação e a importância dos cuidados”, afirmou Melissa Falcão.

Relaxamento dos cuidados

A infectologista observou que diante da queda no número de casos positivos e internações, aliada à reabertura gradual dos setores da economia, a exemplo de eventos e shows, com até mil pessoas, a população relaxou muito em relação aos protocolos de segurança.

“Estamos vivendo um momento epidemiológico bom, com redução do número de casos, mortes e internamentos. Tivemos o fechamento do Hospital de Campanha, já como consequência disso. As UTIs de covid do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) foram transformadas em UTIs gerais, e isso faz com que as pessoas acabem relaxando um pouco nos cuidados preventivos. Ainda não é hora de relaxar, podemos aos poucos ir voltando à nossa vida, às atividades sociais, mas sempre lembrando dos cuidados. Uso da máscara é essencial, limpar as mãos com álcool em gel, e evitar locais aglomerados”, orientou.

Eficácia das vacinas

A médica reforçou que a vacinação em massa contra a covid tem se mostrado eficiente em relação aos casos graves e de internamento. Porém a eficácia das vacinas disponíveis é menor em relação à variante Delta, por seu maior poder de transmissibilidade e multiplicação.

“A variante Delta tem uma resposta boas à vacina, então para quem tem as duas doses a eficácia é menor um pouco, em comparação com as outras variantes, mas mesmo assim a eficácia é boa. Não é 100% e existe o risco, como a Delta tem uma multiplicação maior, se transmite com mais facilidade para outras pessoas e tem uma chance também de enganar nosso sistema imune, ou seja, de infectar aquelas pessoas que já tiveram infecção prévia por outras variantes. Mas, o índice de gravidade da variante Delta nas pessoas vacinadas é extremamente baixo. Então a vacina é segura e nos protege contra todos os tipos de variantes.”, destacou

Retorno das festas

Melissa Falcão se mostrou temerosa em relação ao retorno das festas com grande presença de público. Segundo ela, ainda não é o momento e é preciso manter todos os cuidados necessários para que os casos não voltem a subir ainda mais.

“O momento ainda exige muito cuidado. Eu sei que a classe artística sofreu muito durante essa pandemia e precisa retornar, sustentar suas famílias, mas tudo isso com muito cuidado. Foi tanto tempo de esforço, não só da equipe da prefeitura, dos profissionais de saúde, mas de toda a população. Não é hora de jogar tudo fora e arriscar. Vamos voltando com as atividades aos poucos, mas festas com muita gente eu não acho que é o momento adequado. A Vigilância Epidemiológica e o secretário de saúde têm feito a avaliação do que vai ser aberto, quando vai e com quantas pessoas. O comitê não tem agido diretamente em relação à abertura de festas e a quantidade de pessoas.”

Fiscalização dos eventos

Conforme a presidente do Comitê de Combate à Covid, não tem sido uma tarefa fácil fiscalizar o cumprimento das regras nos eventos que têm ocorrido na cidade, e é necessário a colaboração dos promotores de eventos e empresários na manutenção dos cuidados de prevenção.

“É difícil conseguir fiscalizar, principalmente nos finais de semana, que têm uma quantidade maior de festas, mas dentro do possível têm que ser feitas algumas avaliações, para ver como estão os cumprimentos das normas. E é importante que os empresários, as pessoas que promovem essas festas, tenham o cuidado de seguir corretamente, para que possam continuar. Deve ser exigido o certificado da vacinação, o uso de máscara, vamos tentar ao máximo seguir as normas já conhecidas, pra que essa flexibilização ocorra de forma segura”, alertou.

Melissa Falcão entende que a maior preocupação neste momento é conter a propagação da Delta no município e continuar observando os dados.

“Nossa maior preocupação é o vírus Delta, que já está circulando na cidade há mais de dois meses, sendo que o primeiro caso foi em julho. Não temos uma repercussão até o momento do vírus na nossa curva epidemiológica, no nosso número de infectados. Mas estamos sempre atentos para avaliar o dia a dia, semana a semana, de como esses dados se comportarão. Essa não repercussão da Delta até o momento se deve à vacinação e também ao número de pessoas infectadas recentemente. Tivemos um ano bem difícil, bem duro, com relação ao coronavírus, com muitos infectados, e tem muitas pessoas que adquiriram uma imunidade natural, somada à vacinação.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade. 

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