Feira de Santana

Projeto social idealizado por clínica feirense realizará doação de cadeiras de rodas, órteses e próteses ortopédicas

O projeto está recolhendo doações de materiais ortopédicos, como cadeiras de rodas e de banho que estão sem utilização, para serem destinados a quem necessita.

20/09/2022 às 17h20, Por Iasmim Santos

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Nesta quarta-feira (21), um projeto idealizado por uma clínica de fisioterapia, localizada na Rua Mangabeiras, bairro Cidade Nova, em Feira de Santana, será inaugurado com a finalidade de destinar à comunidade carente materiais ortopédicos.

Vinícius Oliveira, Fisioterapeuta Neurofuncional contou ao Acorda Cidade mais detalhes sobre o projeto.

“Essa ação acontecerá dia 21, pela manhã e pela tarde. Aonde estaremos atendendo e cadastrando em nossa clínica pacientes que precisam de materiais como cadeiras de roda, cadeiras de banho, órteses e próteses,” disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O fisioterapeuta expôs que para o projeto ser desenvolvido foi montado dois bancos de dados para a armazenagem de dados de pessoas que desejam doar e outro com os dados das pessoas que necessitam da doação.

“A gente está montando um cadastro de pessoas que possuem esses materiais parados em casa e desejam doar, cadastramos os tipos de materiais. Tem gente que tem uma cadeira que serviu para a mãe, ou um pai ou até da própria pessoa e hoje não serve mais, e ela quer fazer a doação. E fazemos outro cadastro para as pessoas que precisam de cadeira de rodas, dentre outros. E no dia 21 teremos a totalização de pessoas que precisam. Esse cadastro tá em andamento, a gente já tem uma relação de algumas pessoas para cadeira de rodas, já temos um cadastro de 12 pessoas precisando”, informou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Além de unir as pessoas que querem doar com as que não possuem condições de pagar, Vinícius Oliveira destacou ao Acorda Cidade que no dia 21, ele também fará avaliações gratuita para essas pessoas carentes.

“Vou prescrever os materiais, caso a pessoa realmente necessite, prescrevendo qual o tipo, o modelo, tudo correto. Iremos doar esses materiais que estamos coletando para aquelas pessoas carentes que precisam do material. E caso a gente não consiga alguém para doar aquele material determinado vamos fazer a prescrição certinha e faremos os encaminhamentos necessários para os Órgãos que fazem a doação gratuita desse tipo de material que só fornecem mediante a prescrição de um profissional da área de saúde, como no caso da fisioterapia neurofuncional que é a nossa especialidade,” esclareceu.

Como tudo começou

O fisioterapeuta disse ao Acorda Cidade que a ideia de realizar o projeto surgiu há uns seis anos, quando estava reabilitando uma paciente.

“Eu tinha uma paciente com hérnia de disco que foi ficando muito intensa levando a paciente a uma paraplegia , ficando sem os movimentos na parte da região da barriga para baixo, fiz uma prescrição de uma cadeira de rodas, e conforme a prescrição ela adquiriu a cadeira. Mas com o passar do tempo com os exercícios de neurologia que fomos fazendo, ela foi recuperando os movimentos e em um determinado momento ela falou para mim que não ia precisar mais da cadeira e pediu para eu encontrar alguém para doar”, disse.

A partir desse momento o fisioterapeuta observou que poderiam existir mais pessoas que possuíam materiais ortopédicos em casa sem uso e também pessoas que necessitavam desses materiais, mas não tinham condições de arcar.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Como a gente tem um centro de Reabilitação Neurológica que é referência na região, possuímos contato com muitas pessoas. E a partir daí, a gente foi divulgando com amigos e chegamos a uma determinada pessoa que teve um acidente de moto, precisava da cadeira e não tinha condições financeiras. Haja vista são materiais caros. Alguns materiais chegam até R$ 20 mil reais.
Então eu fui lá na casa dele, a gente fez a avaliação gratuita e fez a doação para ele”, contou.

Vinícius Oliveira descreveu ao Acorda Cidade que já possuem na clínica: cadeiras de rodas, um andador, que é indicado especialmente para aquelas pessoas que saíram da cadeira de rodas e estão voltando a andar, bota ortopédica, bota imobilizadora para criança, extensores de joelhos, luvas de procedimento, dentre outros materiais para realizar a doação.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Um médico manteve contato comigo e disse que ficou sabendo da campanha e que iria fazer uma doação pessoal de uma cadeira de rodas nova. E a gente já vai pegar na mão dele e, possivelmente, no dia 21, a gente faça a entrega para alguém que esteja nessa fila de cadastro precisando”, explicou.

A clínica que é especializada em reabilitação, cuida de pacientes que tiveram Acidente Vascular Cerebral (Avc) e outras patologias.

“Cuidamos de pessoas que tiveram trauma craniano, pós-acidente de moto, ou que tiveram um traumatismo na medula. Pessoas com doença de Parkinson, doença de Alzheimer, diversas patologias que levam uma pessoa a ter restrição ao leito, e até a necessidade do uso de uma cadeira de rodas, por exemplo”, citou.

Critérios de inclusão para receber qualquer material

1.Pessoa carente financeiramente, que não tem condições de realizar uma consulta ou avaliação com um profissional de saúde.

2.Pessoa carente e que necessita do material.

“Ao detectar esses dois critérios de inclusão, basta entrar em contato via Instagram: @reabserv, via direct e faremos seu cadastro. Uma pessoa da administração do centro de reabilitação vai ligar para o cadastrado, passar o endereço, conversar, perguntar se a pessoa possui algum relatório médico e fazemos todo esse cadastro. A partir dessa coleta de informações fazemos o cruzamento com o banco de dados das pessoas que já doaram para sabermos se tem o material disponível. Cruzando esses dados, a gente vai fazer, no dia mesmo, a doação para a comunidade e pessoas que precisam,” relatou.

O fisioterapeuta destacou que não existe limite de cadastro.

“Não temos limites para contemplar pessoas, por enquanto, já temos 12 pessoas inscritas para receber cadeira de rodas. Claro que é um projeto que vai não vai abranger centenas de pessoas, mas se tivermos 50, 70, 200 inscritos a gente vai fazer uma lista. E marcamos outro dia para uma nova avaliação, se tiver uma fila grande, e a gente vai tocando o projeto. No dia, a clínica pode não comportar muitas pessoas, mas todas as pessoas que entrarem em contato e estiverem dentro do critério de inclusão, a gente vai fazer um banco de dados e lá na frente se recebermos a doação do material, a gente já mantém o contato.”

O dia 21 não é uma data limite, será como um meio de inaugurar e repercutir este projeto, que pretende vigorar por muito tempo.

“Este dia será o disparo do projeto, mas não temos limites de pessoas. Se a gente não conseguir alguém que faça a doação vamos encaminhar para os Órgão competente do Estado, com a devida prescrição. Sabemos que é direito do cidadão adquirir esse material, então faremos todo esse encaminhamento para que esse cidadão possa conseguir, caso a gente não tenha o material”, informou.

Kátia Maria Badaró Sales Leony, mãe de uma criança especial, doou ao projeto um andador e uma órtese para o pé.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Como eu tenho uma filha especial, eu sempre quando tinha alguma coisa, algum aparelho eu sempre doei porque acho importante doarmos para aquelas crianças que têm necessidade e que não tem condições. São aparelhos geralmente caros que os pais não têm condições de comprar. Então nada mais justo do que a gente doar, do que ficar lá encostado”, disse.

Kátia acrescentou que o projeto da clínica é importante e precisa ser divulgado para ajudar quem mais precisa.

“Tem tantas pessoas com aparelhos em casa sem usar, como uma bola de fazer exercício em casa. Muitas mães não têm o conhecimento mas aqui eles podem passar o conhecimento para a criança fazer em casa,” orientou.

Como se cadastrar

Entrar em contato via Instagram: @reabserv

Cadastro totalmente gratuito.

“Muitas pessoas só querem levantar da cama para ver a luz do sol. Se você tiver em casa um andador, uma cadeira de rodas ou de banho ou outros materiais de acessibilidade que estão em casa parados, fale conosco pelo nosso Instagram @reabserv ou até com a produção do Acorda Cidade que possui o nosso contato,” concluiu o fisioterapeuta.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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