Após decreto, acompanhantes de pacientes ficam impedidos de fazer trocas em hospitais

Foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), na edição desta terça-feira (29), o decreto estadual que determina as circunstâncias nas quais estará restabelecida a obrigatoriedade do uso de máscaras.

A medida autorizada pelo governador Rui Costa entrou em vigor em todo o território baiano e tem o objetivo de conter a disseminação do coronavírus, após o aumento dos casos de Covid-19.

Diante desta determinação, a reportagem do Acorda Cidade foi solicitada por familiares de pacientes que estão internados no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana.

Segundo eles, a troca de acompanhantes não poderá mais ser realizada.

Com o pai de 77 anos de idade internado no Hospital, Elio da Luz, morador do distrito da Matinha foi pego de surpresa na manhã de hoje, após saber que não poderá entrar para liberar a sobrinha que passou a noite na unidade.

“Meu pai Ulisses Soares está internado aqui desde o dia 13 de novembro. Ele levou uma queda, fraturou o fêmur e está aguardando uma cirurgia ou regulação. Quem está acompanhando neste momento é minha sobrinha, que entrou ontem às 19h, e agora quando cheguei para trocar o plantão, informaram que não vai ter mais substituição por conta do decreto que o governo estabeleceu, mas eu não sabia”, afirmou.

Na mesma situação, Aline Silva de Lima está com o avô internado no HGCA. Ao Acorda Cidade, ela contou que chegou hoje pela manhã para liberar a tia, mas foi informada que não poderá entrar.

“Meu avô Gilberto Avelino de Lima precisou amputar as pernas. Ele não consegue falar, teve traumatismo craniano, minha tia está lá dentro desde ontem. Cheguei agora para trocar o plantão e informaram que não pode entrar. Ainda me questionaram se eu não assisti ao jornal ontem, porque foi passado que o governador baixou um decreto e que eles não poderiam fazer nada”, lamentou.

Com o esposo internado desde o dia 8 de novembro, a moradora do distrito da Matinha Rita de Lima Pedreira também foi pega de surpresa.

“Meu esposo sofreu um acidente, ele foi atropelado, quebrou o fêmur e a clavícula, e desde o dia 8 de novembro que está aqui esperando por uma cirurgia. Quando cheguei aqui, recebo a informação que não vai ter troca de acompanhante. Eu quero saber onde está neste momento o Estatuto do Idoso, porque acompanhante com mais de 60 anos não pode ficar aqui, mas o meu esposo que tem mais de 80 pode ficar sozinho?”, questionou.

Luciana Antunes de Oliveira também conversou com a reportagem do Acorda Cidade. De acordo com ela, o pai Domingos Gonçalves de Oliveira deu entrada na noite de ontem (28), e ao chegar na manhã de hoje para liberar a irmã que está acompanhando o paciente, foi impedida de entrar.

“Ele deu entrada ontem aqui na unidade de emergência através do Samu. É um paciente debilitado, teve alta da UPA da Queimadinha na quarta da semana passada, porém ele passou mal novamente e quando foi ontem demos entrada aqui. Minha irmã está lá dentro neste momento. Ela precisa sair para se organizar e hoje eu vim para ficar com ele, mas fui barrada na recepção. Segundo eles, as trocas só poderão ser realizadas através de uma segunda ordem. Enquanto isso, a minha irmã fica lá dentro presa sem poder sair porque não vai deixar o nosso pai sozinho”, contou.

O Acorda Cidade entrou em contato com a direção do Hospital Geral Clériston Andrade e aguarda retorno.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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