Polícia

Polícias Civil e Militar abrem inquérito para apurar morte de entregador na Pedra Ferrada

Vítima foi atropelada por um carro que estava sendo perseguido pela polícia, e em seguida alvejada.

29/07/2019 às 20h13, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

As Polícias Civil e Militar instauraram um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do entregador Aelson da Costa Silva. O fato ocorreu no último sábado (27), durante uma ação policial na Pedra Ferrada, em Feira de Santana.

Segundo testemunhas, a vítima trabalhava em um mercadinho e realizava entregas, quando foi atropelada por um carro que estava sendo perseguido pela polícia. Aelson caiu da moto e foi alvejado.

Na manhã desta segunda-feira (29), familiares da vítima realizaram uma manifestação pedindo justiça contra os envolvidos. Segundo eles, Aelson foi confundido com um dos marginais pelos policiais envolvidos na ação e levou um tiro no peito, mesmo tendo levantado as mãos para pedir socorro.

De acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios, Fabrício Linard, a ocorrência foi registrada no final da tarde de sábado, na qual a Polícia Militar perseguiu um veículo, que, segundo informações do Cicom, teria praticado uma tentativa de homicídio e assaltos na região.

“Restou que uma guarnição da 65ª CIPM se deparou com esse veículo na estrada da Pedra Ferrada. Segundo narrativa dos prepostos da Polícia Militar, os indivíduos receberam a tiros a guarnição, que revidou a esses disparos. Em dado momento, esse veículo se chocou com duas motocicletas na perseguição, sendo que eles abandonaram o veículo e continuaram a troca de tiros com a PM. Um deles tombou em um terreno baldio próximo ao local onde ocorreu esse confronto, foi socorrido ao Hospital Geral Clériston Andrade, mas teria chegado lá já sem vida. E o condutor de uma das motocicletas que se envolveram no acidente, Aelson da Costa Silva, também tombou no local, vítima de disparo de arma de fogo”, relatou o delegado.

Conforme Fabrício Linard, os policiais envolvidos na ocorrência foram ouvidos no final de semana, no plantão da 1ª Coorpin (Coordenadoria de Polícia).

“Via de praxe, em todos os autos de resistência, a gente instaura o inquérito para apurar aquela morte, que foi gerada por um confronto com a PM, mas esse caso tem um particular, porque além do suposto indivíduo que entrou em confronto com a Polícia Militar, tem o cidadão Aelson Costa Silva, que foi acidentado e mesmo assim foi alvejado por disparos de arma de fogo. A investigação vai ser conduzida no intuito de investigar o confronto, conforme narrou a Polícia Militar, e também apurar de onde partiram os disparos que vitimaram o Aelson”, afirmou Linard.

O delegado da DH destacou também que o caso está sendo tratado como homicídio, porém somente o inquérito poderá determinar se foi doloso ou culposo. “Isso depende de quem efetuou, em quais circunstâncias. Mas, sem margem de dúvidas, foi um homicídio, pois ele não estava, segundo os prepostos da Polícia Militar, nesse confronto com esses indivíduos que estavam conduzindo o Honda Fit”, completou.

Transparência

De acordo com o comandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), coronel Luziel Andrade, as Polícias Militar e Civil estão apurando o fato com total transparência.

“A Polícia Civil vai apurar de uma forma bastante profissional, como também a Polícia Militar vai apurar. Os elementos que foram solicitados de armamento, escala do pessoal que estava presente, tudo já foi apresentado à Polícia Civil, para o pessoal ser ouvido. A Polícia Militar, por sua parte, instaura o IPM (Inquérito Policial Militar). O encarregado tem 45 dias para a conclusão desses processos. A gente trabalha de uma maneira muito transparente, ninguém está aqui para ocultar nada do que aconteceu. Existem aqueles casos de situações que se caracterizam imprudência, negligência ou imperícia, e caso se caracterize um fato desses vai aparecer na apuração”, salientou o coronel.

Ele acrescentou ainda que se alguém errou neste caso terá o seu julgamento com direito de defesa e com o lado da acusação, mas que caberá ao juiz decidir.
 

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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