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Polícia do DF diz que mãe suspeita de esquartejar filho de 9 anos queria 'reduzir gastos'

Segundo investigação, crime foi antecipado após pensão alimentícia de filha da companheira ser suspensa. Parentes procuravam pelas crianças desde 2014.

05/06/2019 às 11h33, Por Rachel Pinto

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A Polícia Civil do Distrito Federal acredita que a mãe que matou e esquartejou o próprio filho com a ajuda da companheira, em Samambaia, cometeu o crime "para diminuir gastos". Segundo investigadores ouvidos pela reportagem, a decisão teria sido tomada depois que a pensão da filha de uma das mulheres foi suspensa pela Justiça.

De acordo com o inquérito, a mãe do menino, Rosana Auri da Silva Cândido, já planejava o crime. Mas o casal teria antecipado a ação na noite da última sexta-feira (31).

Segundo os policiais, antes de assassinar Rhuan Maycon, de 9 anos, elas foram a um caixa eletrônico para sacar o dinheiro do pagamento da pensão da filha de Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa. Ao perceber que o recurso havia sido suspenso por determinação da Justiça, Rosana e Kacyla teriam "antecipado o plano para reduzir gastos", afirma a polícia.

Além do menino assassinado a facadas, uma menina de 8 anos, filha de Kacyla morava com o casal. As duas mulheres deixaram o Acre em 2014, com os respectivos filhos.

Kacyla recebia pensão de cerca de R$ 1 mil do pai da criança, o servidor público Rodrigo Oliveira, que mora no Acre.

Criança morta e esquartejada no DF foi sequestrada há 5 anos do AC pela mãe, diz família
Nesta quarta (5), o delegado responsável pela investigação no DF, Guilherme Melo, viaja para Rio Branco (AC). Ele pretende conversar com parentes e pessoas que conheciam as duas mulheres.

A Polícia Civil acreana já ouviu o pai e o avô paterno de Rhuan (veja mais abaixo). Os parentes maternos também deverão prestar depoimento.

Rosana e Kacyla deixaram o Acre em 2014

O delegado Cleylton Videira, de Rio Branco, disse que vai apurar as circunstâncias em que as duas crianças foram retiradas do estado. Segundo Videira, antes de Rosana e Kacyla deixarem a cidade com os filhos, em 2014, elas registraram um boletim de ocorrência contra o pai do menino assassinado.

O delegado disse que, na época, a polícia iniciou uma investigação. “A partir daquele momento, o pai da criança passou a ser investigado pela polícia, como possível agressor da autora do homicídio. Nesse intervalo de tempo, elas conseguiram fugir do estado do Acre”, afirmou.

Videira disse ainda que está repassando o que for apurado no Acre para a Polícia Civil do Distrito Federal.

"O objetivo é determinar o grau de participação de cada uma delas no cometimento do crime contra a criança."
O crime

Rhuan Maycon, filho de Rosana, foi morto a facadas. Depois, o corpo foi esquartejado e colocado em uma mala.

A mãe levou a mala até um bueiro, perto de uma quadra de futebol, em Samambaia, durante a madrugada de sábado (1º). Um grupo de jovens que jogava futebol no local viu e, por volta de 1h30, chamou a polícia.

As duas mulheres foram presas em flagrante, em casa, na manhã de sábado. A menina de 8 anos, filha de Kacyla, foi levada para um abrigo.

No domingo (2), a Justiça converteu em preventiva a prisão das duas mulheres. Rosana, que tem 27 anos, e Kacyla, de 28 anos, permanecerão detidas por tempo indeterminado. O G1 não conseguiu localizar a defesa delas.

Cinco anos de buscas

O pai da menina de 8 anos, filha de Kacyla, veio para Brasília no domingo. Rodrigo Oliveira já viu a filha, mas ainda não recebeu autorização da Justiça para viajar com ela. A família mora em Rio Branco, no Acre.

Segundo o servidor público, a filha foi sequestrada pela mãe em dezembro de 2014. Kacyla e Rosana teriam viajado com as duas crianças sem a autorização dos pais.

Rodrigo disse que tinha um acordo com Kacyla, uma "espécie de guarda compartilhada". Mas a mulher, segundo ele, foi embora com Rosana e levaram os filhos.

O pai revelou que entrou com um processo na Vara da Infância para tentar localizar a menina. Mas não conseguiu porque Kacyla e Rosana "estavam sempre trocando de cidade e estado".

Segundo Rodrigo, a última vez em que viu fotografias da filha foi em 2017, em uma rede social. Ele explicou que fazia buscas constantes na internet, com a ajuda do avô paterno do menino assassinado.

"Foram cinco anos angustiantes. Foram anos de uma caça pelo paradeiro dela, que só teve fim com essa tragédia, infelizmente."

Maycon Douglas de Castro, pai de Rhuan Maycon, disse ao G1 que tinha a guarda do filho, dada pela Justiça do Acre. Ele contou que se separou de Rosana pouco antes do bebê nascer, mas a mulher e a criança ficaram morando na casa do avô paterno, Francisco das Chagas.

A família informou que fez um boletim de ocorrência em Rio Branco, após o sumiço do garoto. O avô acrescentou que fez buscas em várias cidades para tentar encontrar o neto, sem sucesso.

O corpo de Rhuan Maycon foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML), do DF nesta terça-feira (4). A previsão que ele seja levado para Rio Branco, ainda nesta noite.

O coordenador do Núcleo da Cidadania da Defensoria Pública do Acre, defensor Celso Araújo Rodrigues, disse que o governo vai custear o traslado que foi orçado em pouco mais de R$ 4,4 mil. O sepultamento deve ocorrer na quarta (5).

Fonte: G1

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