Saúde

Pneumologista explica por que problemas respiratórios aumentam chances de complicação da covid-19

O médico esclareceu também que só possível identificar se a pessoa está com coronavírus através do exame específico.

22/06/2020 às 10h20, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

A covid-19 está deixado a sociedade em alerta. O aumento do número de casos é evidente em muitos locais e preocupa os órgãos de saúde. Os sintomas da doença que na maioria das vezes são relacionados com problemas respiratórios são o principal motivo de preocupação, uma vez que quando são agravados o paciente precisa utilizar a ventilação mecânica e os aparelhos respiradores. A chegada do inverno é outro fator que deve ser levado em consideração, principalmente porque é neste período que há a ocorrência de muitas doenças respiratórias.

O pneumologista Renato Freitas explicou em entrevista ao Acorda Cidade que pacientes que têm problemas respiratórios, se forem infectados com a covid- 19, tem grandes chances de ter complicação do quadro de saúde. Ele disse que as pessoas que têm doenças como asma descompensada, os fumantes, os ex-fumantes, as pessoas que têm doença obstrutiva, enfisema pulmonar, bronquite crônica, sequelas de tuberculo e de outras pneumonias, pacientes que são portadores de câncer de pulmão estão sob tratamento e pessoas acima de 60 anos são mais vulneráveis a doença. De acordo com o médico, esses grupos têm um reserva de troca de oxigênio do pulmão baixa e se acometidas pela covid-19 ficam com a capacidade respiratória comprometida. Na opinião dele, o distanciamento social é a melhor forma de prevenção e de evitar o contágio.

“O distanciamento social é uma medida certa no sentido de conter essa pandemia. É preciso que as pessoas idosas que estão isoladas redobrem a vigilância sobre os sintomáticos respiratórios que chegam até elas. Eles não podem se aproximar dessas pessoas e nem essas pessoas delas. É um momento difícil, mas esse sacrifício se tomado por todos, pela sociedade, pelas autoridades sanitárias, principalmente pelo governo federal nos ajudará a vencer a doença”, comentou.

Diminuição das defesas pulmonares

Renato Freitas observou que qualquer virose diminui as defesas pulmonares para bactérias. Essa característica não é somente do coronavírus. Segundo ele, uma gripe, pode ser sequenciada por uma pneumonia pneumocócica, outras viroses respiratórias e isso favorece a diminuição das defesas locais do pulmão.

“No caso do coronavírus, além dessa pneumonia que a gente chama de pneumonia comunitária, os pacientes que desenvolvem insuficiência respiratória podem desenvolver outro tipo de complicação que é chamada pneumonia nosocomial ou pneumonia hospitalar. Essa é mais grave, tem um índice de mortalidade muito maior, porque as bactérias que estão no hospital são bactérias resistentes e extremamente invasivas e virulentas”, afirmou.

O médico esclareceu também que só possível identificar se a pessoa está com coronavírus através do exame específico.

“A diferença entre gripe e coronavírus só pode ser detectada com o exame. Todos dos sintomas são clássicos. Dor de garganta, tosse, obstrução nasal, coriza, as vezes manifestações gastrointestinais. Devem ser tratados com medidas caseiras no início e se a pessoa tiver febre por mais de 48h, febre contínua, tiver algum grau de desconforto respiratório, sendo coronavírus ou não tem que procurar o socorro médico, tem que procurar uma avaliação médica”, explicou.

Exercícios físicos

O médico Renato Freitas relatou que não há contraindicação para que as pessoas que estão saudáveis pratiquem exercícios físicos, desde que sejam orientados por profissionais da área. Ela comentou que não há riscos em praticar atividade física em espaços públicos quando há a distância de pelo menos um metro entre as pessoas. Renato Freitas observou que o ideal é que as pessoas façam exercícios moderados e leves. Ele salientou que exercícios físicos extenuantes ou de grande impacto diminuem as defesas do organismo e nesse momento este tipo de situação não é recomendada.

“Todo exercício de alto impacto, treinamento para esportes competitivos diminui as defesas do organismo porque gasta muita energia e a pessoa não fica com energia reservada para um eventual problema que deveria usar. Se uma pessoa tiver que fazer exercício de mais impacto deve ser sempre supervisionada por um profissional de educação física ou fisioterapeuta”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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