Saúde

Outubro Rosa: especialista alerta para o diagnóstico precoce do câncer de mama

Durante todo mês a clínica IDM estará realizando ações para conscientizar as mulheres sobre o problema.

17/10/2018 às 11h30, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

O Outubro Rosa é uma campanha mundial para prevenção do câncer de mama, que diagnosticado precocemente tem cura. Em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta quarta-feira (17) a médica Larissa Andrade Lemos, que é radiologista e atua no Instituto Diagnóstico da Mulher (IDM), destacou a importância das mulheres realizarem seus exames anuais, para que o controle e a detecção da doença sejam feitos de modo precoce.

Ela informou ainda que durante todo mês o IDM estará realizando ações para conscientizar as mulheres sobre o problema.

Acorda Cidade – Qual é a importância do Outubro Rosa?

Larissa Andrade – O Outubro Rosa começou na década de 90 nos Estados Unidos, quando feministas e grupos de empresários começaram a especificar um mês do ano pra chamar a atenção, pois as mulheres na correria do dia a dia, às vezes, acabam esquecendo de fazer seus exames de rotina, e a mamografia que o principal exame de investigação do câncer de mama acaba sendo feito fora dos prazos. Por isso veio a ideia do Outubro Rosa, no sentido de dar ênfase, um alerta, para a mulher dar uma pausa e fazer seus exames de imagem, para a gente tentar diagnosticar o mais precocemente, porque a cada três casos de câncer de mama, um vai ter cura, quando diagnosticado precocemente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 60 mil casos para 2018 no Brasil, então é uma doença de impacto, é o segundo tipo de câncer mais comum na população, depois do câncer de pele, e o câncer que mais mata mulheres.

Acorda Cidade – Qual a melhor maneira de prevenir o câncer de mama?

Larissa Andrade – Nós podemos começar com o autoexame. As mulheres têm que tentar entender a sua mama, o seu corpo. Existe uma assimetria, as mamas são diferentes, mas o hábito da mulher estar se tocando, com qualquer alteração ela deve procurar o especialista. As alterações podem ser nódulos, secreção pelo bico do peito, alteração na própria pele, que pode ganhar um aspecto de casca de laranja. Hoje a gente está tentando pegar cada vez mais lesões, minimamente, invasivas, e pra gente detectar essas lesões é com o exame de imagem. São lesões pequenas de 3 a 4 milímetros e no toque não é possível detectar.

Acorda Cidade – Além do autoexame, quais exames detectam o câncer de mama?

Larissa Andrade – A mamografia e o ultrassom. O que é preconizado de imagem para a população é a mamografia. O SUS acaba se baseando pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em que se faz a mamografia a partir dos 50 anos até os 69 anos de idade. Agora a Sociedade Brasileira de Radiologia e a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a partir dos 40 anos de idade. Mulheres mais novas, entre os 30 e os 40, nós indicamos o ultrassom, pois a mama da mulher jovem é densa e algumas alterações acabam não sendo visualizadas apenas com a mamografia.

Acorda Cidade – Qual a diferença entre nódulo maligno e benigno?

Larissa Andrade – Uma série de critérios na imagem dão indícios de que o nódulo pode ser maligno ou benigno, a exemplo do contorno, o aspecto dele, o tamanho, infiltração, mas para se confirmar se é maligno ou benigno só com a biópsia. Já o cisto é uma bolinha de líquido que gera preocupação, aparece na imagem e totalmente benigno. Com a própria variação hormonal ele acaba aparecendo nas mulheres. Só cistos grandes é que, às vezes, indicamos a punção, mas a maioria dos cânceres de mama acontece ou por calcificações ou por nódulos.

Acorda Cidade – Para detectar o câncer de mama é preciso se especializar nessa área ou qualquer radiologista pode detectar a doença?

Larissa Andrade – Alguns profissionais médicos fazem uma pós-graduação em ultrassom e só trabalham com isso. O radiologista trabalha com todos os métodos de imagem.

Acorda Cidade – Existe a possibilidade de câncer de mama em homens?

Larissa Andrade – 1% da população masculina pode ter câncer de mama. Pode aparecer nódulo ou retração na mama. Qualquer anormalidade deve-se procurar o especialista.

Acorda Cidade – Quem já teve casos na família deve fazer o rastreamento com que frequência?

Larissa Andrade – Quando há um histórico familiar positivo, com parentes de primeiro grau, como mãe, irmã, essas pacientes têm que ter um acompanhamento mais diferenciado. Nós indicamos para essas pacientes a ultrassonografia de seis em seis meses e a mamografia a partir dos 35 anos.

Acorda Cidade – Quais hábitos e comportamentos diminuem as chances de câncer de mama?

Larissa Andrade – O câncer de mama está muito associado com o sedentarismo, ingestão de bebida alcoólica, e principalmente a alimentação rica em lipídios. É preciso ter vigilância com o peso.

Acorda Cidade – Qual a importância da amamentação na prevenção do câncer de mama?

Larissa Andrade – As mulheres que amamentam previnem o câncer de mama. Já o que é risco: as meninas que estão menstruando cada vez mais cedo, antes dos 12 anos, e a menopausa tardia são fatores de risco. As mulheres que engravidam depois do 30 anos também é um fator de risco. Então são vários fatores: ambientais, comportamentais e genéticos. 

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