Feira de Santana

Moradores do bairro Aviário protestam contra forma da SMTT fiscalizar ligeirinho

Eles queimaram pneus e impediram a saída de um ônibus da empresa São João.

03/01/2019 às 08h27, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Moradores do bairro Aviário realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (3), com queima de pneus, e impediram a saída de um ônibus da empresa São João. Eles relatam que o motivo do protesto é devido a uma abordagem agressiva de agentes da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) contra um morador suspeito de fazer transporte clandestino, ‘ligeirinho’.

Luís Cláudio Mendes de Oliveira, 48 anos, está internado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), onde relatou que foi agredido por agentes da SMTT. Um vídeo está circulando nas redes sociais e mostra um homem armado discutindo com outra pessoa em frente a uma residência do bairro Aviário. O homem que aparece nas imagens foi identificado como um fiscal da SMTT. Nas imagens também aparece um veículo da secretaria. Segundo informações do boletim de ocorrências do HGCA, Luís Cláudio Mendes de Oliveira foi agredido com coronhadas e pontapés. O fato aconteceu por volta das 14h30 de ontem (2).

Toninho Santos, que é irmão da vítima, contou que o irmão está bastante machucado e afirmou que Luís Cláudio não estava fazendo ligeirinho. “Ele estava em busca do pão dele. Ele não faz ligeirinho, ele transportou algumas pessoas que são aposentadas e sempre contratam ele para esse serviço. Isso não é ligeirinho. O procedimento correto não era esse. Teria que prender o carro. Além disso, a esposa dele também foi agredida pelos agentes”, relatou.

Cristina Porto afirmou que os moradores querem uma providência da prefeitura. “A gente está protestando contra a ação violenta que aconteceu ontem. Fiscais da prefeitura espancaram o rapaz, ele não é vagabundo. Se era policial, não estava fardado, mas estava com arma na mão, xingando e desrespeitando os moradores. A gente quer pedir que o município tome alguma providência, pois a comunidade está revoltada”, afirmou. 

A agente comunitária Silvia Macênio disse que trabalha no bairro há 18 anos e que conhece bem Claudio. Segundo ela, ele é um cidadão de bem. “A gente não aceita o que aconteceu com ele. Ele está internado, bateram na esposa dele e não vamos aceitar que isso fique impune.”

O advogado Gabriel Cavalcante, que é amigo da família, se colocou à disposição para entrar na justiça contra o poder público. “É um absurdo a forma como a prefeitura age, de forma truculenta, não só com o transporte clandestino, mas também com o comércio informal. Ela usa um aparato opressivo contra o cidadão e a comunidade está revoltada. Estou à disposição da família para ingressar com ações contra o poder público. Se a família tiver interesse, estou disponível”, afirmou.

Secretaria diz que vai apurar

O Acorda Cidade procurou o secretário Municipal de Transportes e Trânsito, Saulo Figueiredo, e ele informou que será aberta uma sindicância para apurar o caso. Ele afirmou que não admite ilegalidades na fiscalização do transporte irregular e pede que a pessoa que disse ter sido agredida registre a queixa e que as testemunhas também procurem a delegacia.

“Todo vídeo e notícias que têm origem nas redes sociais determinamos abertura de sindicância para apurar autoria e materialidade à luz da legislação brasileira. Não admitimos cometimento de ilegalidades no nosso seio e cito o último vídeo que circulou e teve amplo compartilhamento que ao final ficou comprovado que não houve agressões por parte de prepostos do poder público. Lembro ainda que muitos praticantes de transporte clandestino diariamente infringem as normas de trânsito e outras leis brasileiras, quando avançam sinais vermelhos, sobem calçadas, batem propositadamente em outros carros, não cumprem as ordens legais de agentes públicos, apedrejam carros públicos, incendeiam viaturas oficiais, agridem fisicamente agentes públicos, ameaçam de morte fiscais de serviços públicos, além de responderem na justiça por crimes como estupro, homicídio e tráfico de drogas. Aqueles que saírem do anonimato das redes sociais e se apresentarem como queixosos ou testemunhas serão ouvidos e suas identidades preservadas, e a verdade virá à tona”, declarou.

Leia também: Morador do bairro Aviário acusa fiscal da SMTT de perseguição e agressão; secretaria vai apurar

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade 

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