Feira de Santana

Moradores de residencial voltam a cobrar providências sobre bloco incendiado

Um morador que se identificou apenas como Carlinhos e que reside no condomínio há cerca de quatro anos contou que está vivendo à luz de velas no apartamento, pois não tem pra onde ir.

30/01/2019 às 16h10, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

Moradores do residencial Iguatemi I, do Minha Casa, Minha Vida, no bairro Mangabeira, que foram vítimas de um incêndio no dia 4 de dezembro do ano passado, realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (30). Eles ainda sofrem com os prejuízos provocados pelas chamas em um dos prédios e protestatam para cobrar um retorno maior das autoridades para auxiliá-los a se reerguer.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com o morador do residencial Antônio Carlos Silva da Luz, a Defesa Civil está sempre em contato com as famílias e o prefeito Colbert Martins, no dia do incêndio, esteve no local, juntamente com secretários, e prometeu que ajudaria os moradores através do aluguel social, porém os critérios exigidos pela prefeitura para alugar as casas estão dificultando o processo.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A gente quer uma resposta do prefeito, porque ele esteve aqui junto com Justiniano (França, de Serviços Públicos) e vários secretários, falou que ia dar auxílio-aluguel, falou que ia dar cesta básica, mas quando a gente chega lá, eles pedem IPTU pago da casa que vai alugar e escritura. Todo mundo sabe que aqui em Feira de Santana, vários bairros não têm escritura, não tem IPTU, então a gente está querendo que facilite para nós. A gente tem recibo de aluguel das pessoas, não tem ninguém desonesto aqui não, todo mundo aqui é cidadão de bem, trabalhador. Minha casa tá aqui, queimou, tá toda quebrada aqui”, relatou Antônio Carlos, que informou estar morando no Parque Ipê, dividindo aluguel com a irmã.

Ele cobrou ainda uma definição da Caixa Econômica Federal, uma vez que ficou acordado em uma reunião no Cras, de que o banco iria reformar o prédio. “Só que já vão fazer dois meses e não vem aqui, nem fecha. Está aberto, tem móveis do pessoal aí dentro. A gente está querendo que pelo menos feche aqui, enquanto reforma. A gente quer apoio”, afirmou.

Outro problema apontado por Antônio Carlos é a falta de energia no local, pois a caixa foi atingida pelo fogo e a Coelba ainda não deu uma resposta sobre quando iria fazer a religação.

“Não tem laudo, não tem nada. É isso que a gente quer, uma resposta da Coelba, e a gente quer saber da Polícia Civil, da Coelba, do Corpo de Bombeiros, o que foi que aconteceu. A gente foi lá na delegacia, conversou com Edmilson Sampaio. Ele falou que o único laudo que chegou lá foi dos mortos, daqui do condomínio não tem nada. Só que não afetou a estrutura e é só pintar, trocar piso e liberar para entrar. Nem todo mundo tem condição de pagar aluguel, a gente tá pedindo pelo amor de Deus, já estamos desesperados”, desabafou.

Outra moradora do prédio, Joceli Silva Santos declarou que muitas famílias ainda não têm pra onde ir. Ela conta que os móveis não foram atingidos, mas teve que retirá-los do local. Ela informou que também está tendo dificuldade para conseguir o aluguel social e por isso está vivendo de favor com o filho na casa de uma amiga.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Pedimos ajuda das autoridades para reformar o prédio, a Coelba, a Embasa, pois não tem água, não tem luz, por isso estamos pedindo ajuda mesmo, socorro. Sou eu e meu filho, morando de favor. Já procuramos as autoridades, estamos atrás, mas a prefeitura quer IPTU pago, escritura de casa. Já consegui, mas não foi liberado, não sei dizer o porquê, e já levei toda a documentação lá, para seu Carlos Lacerda, na Sedeso, e até o momento não teve resposta.”

Um morador que se identificou apenas como Carlinhos e que reside no condomínio há cerca de quatro anos contou que está vivendo à luz de velas no apartamento, pois não tem pra onde ir. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Moram eu, minha mulher e minha sobrinha, mas a minha sobrinha tá na casa dos pais, porque ela não vai parir num escuro desse. Então, estou aqui, agradeço ao pessoal que está me ajudando. Eu durmo aqui à luz de velas, não tem como cozinhar aí dentro, tem que cozinhar na casa do pessoal, minha esposa tá fazendo um biscate, ela traz pra dentro de casa e ‘nós ajeita’. Eu estou parado, precisando da defesa pública pra me dar dinheiro para comprar a minha carroça, que roubaram, eu não tenho nada a poder fazer.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

Leia também: Moradores do residencial Iguatemi prejudicados por incêndio ainda não conseguiram aluguel social
 

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