Feira de Santana
Procissão do Senhor Morto marca Sexta-feira da Paixão em Feira de Santana
O trajeto neste ano, foi percorrido entre as Avenidas Presidente Dutra e Senhor dos Passos, até retornar à Praça da Matriz.
29/03/2024 às 19h19, Por Maylla Nunes
A procissão do Senhor Morto, marcada pela tradição em Feira de Santana, reuniu, nesta Sexta-feira Santa (29), centenas de fiéis e autoridades que percorreram as principais avenidas do município, celebrando a Paixão e Morte de Jesus.
O cortejo, que acontece logo após liturgia da Paixão na Catedral Metropolitana de Senhora Sant’Ana, também concebe, aos católicos, a reflexão sobre o momento em que Jesus foi descido da cruz e levado à sepultura.
Ao Acorda Cidade, o Pároco da Catedral Metropolitana de Sant’Ana, o Pe. Paulo Tarso Bispo, explicou sobre a mensagem de fé que a data representa aos fiéis, como o sacrifício da humanidade.
“A procissão não acontece em todos os lugares do mundo. Aqui no Brasil, sobretudo na região Nordeste, é que tem uma ênfase maior, de cunho assim, podemos dizer, devocional, mas é de uma riqueza muito grande para o nosso povo, para a nossa gente. Então, o propósito é exatamente para a gente reconhecer a grande mensagem do dia de hoje, de toda Semana Santa, que é o amor de Deus. A mensagem da Semana Santa, da Sexta-feira Santa, é exatamente um Deus que por nos amar tanto por nós se entregou, morreu na cruz para nossa salvação”, disse.
Ainda de acordo com o pároco, a preparação para a morte de Jesus celebrada neste dia, foi iniciada ainda no início da quaresma, na quarta-feira de cinzas. Também hoje, dá-se início ao Tríduo Pascal, os três dias que revelam a memória, morte e ressurreição de Cristo.
“Nós estamos no Tríduo Pascal. Começamos ontem à noite, finalzinho da tarde, e estamos vivendo o primeiro dia do Tríduo Pascal. E o sentido espiritual deste tríduo, hoje, amanhã e domingo, é exatamente o ponto alto da nossa fé cristã. Para termos uma ideia, nós começamos a preparação do dia de hoje na Quarta-feira de Cinzas, 14 de fevereiro. Então, foram vários dias, várias semanas de preparação, vivendo o jejum, a oração, a abstinência, várias práticas quaresmais, exatamente para chegarmos bem preparados nesse momento em que celebramos a Páscoa de Jesus, que para nós cristãos, é o ponto alto da nossa fé. Esse é o grande propósito”.
Trajeto
O trajeto neste ano, também de acordo com Paulo Tarso, foi percorrido entre as Avenidas Presidente Dutra e Senhor dos Passos, até retornar à Praça da Matriz.
“O trajeto, saímos da Catedral, vamos contornar a Praça Padre Ovídio, seguiremos pela Presidente Dutra, entraremos na Casa da Saúde Santana, fazendo a Senhor dos Passos, tomaremos a Getúlio Vargas e depois a Conselheiro Franco, chegando aqui na Praça da Matriz”.
Canto da Verônica
Um dos momentos mais emocionantes da procissão, o canto da Verônica simboliza o momento em que a mulher limpa o rosto de Jesus durante o caminho até o calvário e seu rosto fica estampado de sangue.
Para o pároco, esta é uma passagem essencial no trajeto, que evidencia a compaixão da mulher por Jesus.
“O Canto da Verônica é um momento sublime que se vive neste período de quaresma, sobretudo no dia de hoje. Nós fazemos na procissão do encontro na quarta-feira e hoje na procissão do Senhor Morto. Então, esse é um canto muito antigo, uma tradição muito bonita, em que a Verônica, ela canta, lembrando uma passagem bíblica mesmo, a caminho do calvário, tem essa mulher que vai e enxuga o rosto de Jesus. E a face de Jesus fica impressa no pano, e a Verônica canta: ‘Ó, vós, homens, que passais pelo caminho, vedes a dor, igual a minha dor’. Então ficamos todos emocionados e com certeza é um momento muito esperado e muito bem celebrado por nossas comunidades no dia de hoje”.
Também presente na procissão, o Arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro, falou sobre a renovação da fé que é recordada nesta sexta-feira.
“Seguindo os passos de Jesus, fazendo memória a sua entrega total, de uma vez por todas na cruz, salvando e libertando toda a humanidade, compreendendo que a cruz é o sinal maior da solidariedade humana para cada homem e mulher, toda pessoa humana. Ao celebrar a Paixão de Cristo, nós renovamos o mistério da nossa fé. A morte não tem a última palavra, Jesus na sua entrega da cruz nos redime e nos salva”, contou.
Acompanhando a tradição católica em Feira de Santana desde 2015, o arcebispo também relatou a emoção ao vivenciar este momento, ao lado da população.
“É a libertação, uma realidade nova. O Deus que vence apontando o caminho da justiça e da fraternidade, da solidariedade. Estou aqui desde janeiro de 2015, quase dez anos de conhecer e compreender a tradição e cultura do povo de Feira de Santana. É um povo marcado pela sua fé, pela sua manifestação bonita de solidariedade, um povo que se compromete aos mais fracos, mais frágeis e se empenha para a gestação de um mundo de paz”.
Ana Conceição Xavier de Araújo participou da procissão do Senhor Morto com a filha de seis anos. Para ela, é de grande relevância ensinar o caminho de Cristo desde a infância.
“É a data que mostra a união entre as pessoas. Sexta-feira da Paixão é um dia especial porque Cristo morreu por nós, mas ele morreu para que os pecados fossem mortos, para que sejamos pessoas melhores. É uma data de reflexão, estou passando em jejum, que é importante, sem festas, não é um dia de comemoração. O dia de comemoração é no domingo, dia da ressurreição. Hoje é um dia de carinho, de amor, estar reunido com a família. Estou retornando agora para participar ao lado da filha de seis anos. É importante mostrar a religião, e no nosso caso, é importante estar com Deus. Como diz a palavra, por Cristo e em Cristo”, frisou.
Lourdes Beatriz de Oliveira é estudante e desde pequena, acompanha a Paixão e Morte de Jesus através do cortejo. Acompanhada dos pais, ela relatou o que a motivou a participar do evento.
“O que me levou, na verdade, foi a obrigação. Como coroinha, que foi quando eu comecei, essa obrigação me levou a participar e, após a saída do grupo, que eu vim entender, ao decorrer do tempo, o motivo desta celebração, a importância de estar aqui, que a partir daí eu comecei a vir por vontade própria, eu passo o dia aqui na igreja, faço o jejum para de fato, poder viver um pouco do que Cristo viveu por nós. Se eu estivesse na minha casa, talvez eu não fizesse essa reflexão, porque em casa a gente está muito no nosso comodismo e aqui na igreja a gente sai da nossa zona de conforto”, finalizou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Mais Notícias
Feira de Santana
Feira de Santana já registrou quase cerca de 200 acidentes de trabalho nos primeiros dois meses do ano; Cerest faz alerta
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Feira de Santana, é o principal órgão na prevenção de...
28/04/2024 às 18h25
Feira de Santana
Dia Nacional da Caatinga: Ambientalista alerta para desertificação do bioma predominante em Feira de Santana
A caatinga tem sido ameaçada diante do desmatamento ilegal e degradação do solo.
28/04/2024 às 11h02
Feira de Santana
Música no Casarão: Projeto resgata partituras históricas da Filarmônica 25 de Março
O Música no Casarão terá três edições e a primeira noite de apresentações já está marcada para o próximo dia...
27/04/2024 às 11h10
Feira de Santana
Com stands, oficinas e experiências tecnológicas, Feira de Inovação e Robótica é realizada em Feira de Santana
O evento, que reuniu estudantes, profissionais e entusiastas da tecnologia, aconteceu no Centro Universitário Nobre de Feira de Santana (Unifan)....
27/04/2024 às 11h01
Feira de Santana
Homem de 45 anos morre no HGCA vítima de acidente
Não há informações de onde e como ocorreu a colisão.
27/04/2024 às 08h04
Feira de Santana
Servidora pública tem aposentadoria por invalidez revertida após erro de comunicação
Dona Terezinha parou de receber o benefício no ano de 2017.
26/04/2024 às 18h59
A PASCOA JÁ NÃO CELEBRA MAiS. DE ACORDO COM A BIBLIA, EM MATEUS 26: V17 JESUS CELEBRA A ULTIMA PASCOA E DA-SE INICIO A SANTA CEIA. OU SEJA ENQUANTO ELE ESTAVA VIVO CELOBROU -SE A PASCOA, APÓS A SUA MORTE DEPOIS DE TER CUMPRIDO A LEI DE MOISÉS CELEBRA -SE A AGORA A SANTA CEIA. “tomando o cálice e dando graças deu lho dizendo: bebei lho dele todos: porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” e em outro lugar ele deixou escrito aquele que tomar do meu sangue e comer do meu corpo dignamente gozará mais uma ano de vida e saúde na minha presença. OU SEJA ENCERROU ALI A PASCOA E COMEÇA UM NOVO CICULO O NOVO TESTAMENTO em que não vale mais sacrifícios e sim o que reina agora é o amor a misericórdia e o perdão, porquanto o mandamento hoje se resume em um só amai ao teu próximo como a te mesmo . A santa ceia que comemoramos agora é o pão que simboliza o corpo e o vinho ou suco de uva que depois de orado se transformam no corpo e no sangue de cristo, em que ele mesmo falou; aquele que não tomar do meu sangue e não comer do meu corpo NÃO TERÁ PARTE COMIGO. Então não devemos comer só o corpo e sim o corpo e o sangue.