Comerciantes do Centro de Abastecimento mantém expectativa de vendas dos produtos de Cosme e Damião

A segunda-feira é de grande movimento no Centro de Abastecimento, em Feira de Santana. Hoje (26), véspera do dia dos santos gêmeos Cosme e Damião, que é celebrado anualmente no dia 27 de setembro, alguns clientes ja circulam pelo local à procura dos ingredientes para o caruru e o vatapá de 7 meninos.

Os comerciantes preparam seus estoques na expectativa de boas vendas, com os produtos típicos da comemoração, que são a castanha, o azeite de dendê, o leite de coco, o camarão, a massa pronta para o prato típico, dentre outros produtos que compõem a mesa dos devotos.

O comerciante Albert Palmeira, conhecido como Beto do Camarão, tem um box no Centro. Ele vende camarão seco, camarão de água doce, castanha, amendoim, dentre outros produtos para o caruru e o vatapá.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o comerciante falou que é grande a expectativa de vendas nesta segunda-feira, apesar de que muitas pessoas já anteciparam suas compras, e lembrou que o entreposto funciona até às 16h.

“Estamos com nosso estoque preparado para atender a todos os clientes. De todos esses produtos, o único que teve aumento foi o camarão de água salgada. Hoje o quilo do camarão bom, defumado, está por R$ 45. Já o de água doce está mais em conta, sai por R$ 5 o litro. A castanha, o litro está custando R$ 25 e R$ 45 o quilo. O amendoim fica para R$ 10 o litro, e o quilo dá pra fazer a R$ 17. O azeite sai por R$ 12 o litro, e o leite de coco fica pra R$ 6. O gengibre a gente dá ao cliente, pois é baratinho”, informou.

Segundo Albert Palmeira, para o caruru ficar mais saboroso tem que colocar o camarão de água salgada na receita. Porém, muitas pessoas, para facilitar o preparo, preferem levar a massa pronta, que também deixa o prato gostoso e é mais em conta.

Na banca de Valdemiro Santos da Silva, conhecido como Nem do Camarão, também é grande a expectativa de boas vendas nesta véspera de São Cosme e Damião. Ele contou que trabalha há 50 anos no Centro de Abastecimento, e desde criança acompanhava seus pais à feira.

“Estamos no aguardo dos clientes. Semana passada foi um pouco fraco, as pessoas compraram menos. Devido à pandemia, eu creio que as pessoas se resguardaram mais um pouco. Mas, de acordo com a tradição, a gente acredita que hoje seja um dia melhor, já que amanhã é dia de São Cosme e Damião. Os preços estão elevados, e não vamos pedir mais mercadorias”, afirmou.

Na banca de Nem, o camarão pistola está custando R$ 45 o quilo e o litro R$ 15. O camarão médio está por R$ 30 o quilo e R$ 10 o litro. Já a castanha está por R$ 50 a quebradinha e R$ 25 o litro. O amendoim é vendido por R$ 20 o quilo e R$ 10 o litro. Também tem o azeite de dendê por R$ 12 o litro, e o leite de coco R$ 8 o litro. “O gengibre vai como brinde, e a massa pronta para o caruru e o vatapá sai R$ 10 o quilo.”

Na opinião de Valdemiro Silva, a tradição do caruru e vatapá em devoção aos santos do candomblé veio diminuindo com o tempo, mas ainda tem famílias que cumprem o ritual da celebração.

“Não é mais como antigamente, porque as pessoas mais velhas vão morrendo e os novos não têm aquela intimidade. Mas sempre tem alguém que ainda tem a raiz, então vamos aguardar.”

Vendedora de quiabo e temperos de todos os tipos, a comerciante Edna Alves Machado, conhecida no Centro como Dona Colinha do Tempero Verde, também espera que as vendas melhorem nesta segunda-feira, já que na opinião dela, devido aos preços que continuam elevados, muitos clientes estão deixando de comprar e seguir a tradição.

“O quiabo caiu o preço, estava de R$ 20 e agora baixou pra 15. Mas o movimento caiu bastante, as pessoas não estão mais consumindo como no passado. Eu vendia muito quiabo na véspera de 27 de setembro. Também ficou caro demais e o pessoal não está tendo as condições”, informou.

Ela ressaltou que além do quiabo, comercializa o coentro, a cebolinha, salsa, dentre outros temperos para preparar o caruru. E acrescentou que o quiabo é dos bons, pois vem de Santo Estevão.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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