Feira de Santana

Cerca de 300 pessoas vivem em situação de rua em Feira de Santana

Segundo o coordenador, todo este grupo tem um direito violado como acesso à habitação, educação e principalmente saúde.

07/02/2023 às 16h33, Por Gabriel Gonçalves

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No último dia 30 de janeiro, a reportagem do Acorda Cidade esteve na Avenida Transnordestina, bairro Cidade Nova, onde fica o Centro Social Urbano (CSU) de Feira de Santana.

No local, existem cerca de 18 pessoas em situação de rua, que vivem de doações e trabalham com reciclagem.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário de Desenvolvimento Social (Sedeso), Antônio Carlos Borges Júnior informou que o município oferta serviços para estas pessoas, que por muitas vezes por vontade própria, retornam para a rua.

Renny Silva, coordenador do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR) informou que cerca de 300 pessoas vivem em situação de rua no município de Feira de Santana, e em época de festas como a Micareta, este número pode dobrar.

Coordenador
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Esta é uma discussão que o Movimento sempre traz, porque o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] não conta as pessoas que vivem em situação de rua. A capital do estado, Salvador, hoje já tem em torno de 5 mil pessoas que vivem nesta situação, e aqui em Feira, através de um estudo que foi feito entre o Movimento junto com a Uefs, nós identificamos cerca de 200 até 300 pessoas que vivem em situação de rua. Mas quando a cidade está em festa como a própria Micareta, esse número pode chegar até 500, 600”, contou.

Segundo o coordenador, todo este grupo tem um direito violado como acesso à habitação, educação e principalmente saúde.

“Eu gostaria de saber das repartições, dos representantes do poder público, porque muitas vezes, as pessoas ficam com violação dos seus direitos. Primeiro que não possuem mais os direitos da habitação, educação, saúde, são temas que discutimos bastante, porque nós somos fiscalizadores do controle social e o que a gente observa, é que por mais que estas pessoas tenham o acesso de casas, mas e o alimento, onde ficam? Muitas pessoas aderem em voltar para a rua justamente porque recebem a casa, mas não existe a garantia do alimento que é o básico, é o essencial. Então estes aluguéis que a prefeitura fornece, são aluguéis que variam de três até seis meses, mas para que se tenha aluguel, esta pessoa precisa passar por muitos critérios, como exigência de IPTU, escritura, Imposto de Renda, e os valores são de R$ 400, R$ 500”, explicou.

Ainda de acordo com Renny Silva, é possível identificar um maior número de pessoas em situação de rua no período da noite, quando as mesmas se reúnem para dormir.

“Infelizmente escutamos muitos comentários como dizer que estas pessoas não gostam, não querem trabalhar, mas isso é uma inverdade. Existem muitos cidadãos que estão aí nas ruas limpando para-brisa de veículos, trabalham como flanelinhas, engraxates, e no período da noite a gente observa as praças, os viadutos da cidade, próximo de hospitais, muitas pessoas alojadas para passarem a noite. Hoje temos um apoio muito grande dos movimentos sociais de igrejas que ofertam café, agasalhos, cobertores, porém este é um trabalho voluntário desenvolvido por eles, mas nós conclamamos que o poder público também fizesse a parte dele, pelo menos garantir o alimento destas pessoas. Hoje Feira de Santana dentro dos estudos, é a cidade que mais viola os direitos com a população de rua, mas isso ninguém quer falar”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Leia também: Cerca de 18 pessoas vivem desabrigadas ao lado do CSU em Feira de Santana

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  1. A questão não é tão simples assim. Como oferecer habitação, saúde e educação a drogados e dependentes químicos? A maior parte desses moradores é usuária de drogas. Infelizmente , não se pode internar cumpulsoriamente (apenas alguns casos). Logo, oferecer educação, saúde e habitação acaba sendo inócuo. A presidente dutra está tomada por usuários de drogas à noite. Há crianças nesse meio (inclusive trabalhando enquanto os pais se drogam) e o MP não dá andamento nos processos de retirada dessas crianças.

  2. É tanto pedinte que a vontade é criar um consórcio e transferir esse pessoal para as cidades que estão com índice de queda dq população jovem frente a idosa e ofertar educação, saúde, comida, trabalho e residência para ver se resolve dois coelhos em uma cajadada só.

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