Arcebispo de Feira de Santana explica o real significado da celebração de todos os fiéis defuntos

Nesta quinta-feira, 2 de novembro, é celebrado o Dia de Finados, uma data reservada à oração pela alma dos mortos.

Para a religião católica, deve-se rezar, principalmente, pela almas que estão no purgatório, considerado uma condição de purificação antes da entrada no Paraíso.

Nesta data, que é feriado em todo o Brasil, o movimento nos cemitérios é intenso, pois muitas pessoas levam flores e fazem orações nos túmulos de familiares ou amigos falecidos.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com o arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro, que explicou o real significado de celebrar o Dia de Finados.

“A celebração do Dia de Finados está ligada intimamente com a Festa de Todos os Santos. A igreja celebra a fé na ressurreição. Jesus não ficou preso ao madeiro, não cresceu grama sobre seu tumulto, e nós cremos. Pelo batismo nós somos inseridos nesse mistério, participamos da vida, da paixão, da morte e ressurreição de Jesus, então desde os primeiros séculos do cristianismo, a relação dos cristãos com a morte foi de muita proximidade, diferente da compreensão romana que tinha a questão dos túmulos, da morte de maneira mais distante, mas na antiguidade, a morte de um cristão é uma realidade que deve ser bem próxima. Era colocado nas catacumbas, nos túmulos, isso era sempre a oportunidade de rezar por eles, na certeza que participam da glória de Deus, ‘eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, mesmo que esteja morto viverá’, então desde sempre, a igreja rezou pelos falecidos, pelos entes queridos e essa data é associada à Festa de Todos os Santos, que iniciou justamente no mosteiro de Cluny, que fica na França, lá no ano 1999”, explicou.

Ao Acorda Cidade, o arcebispo salientou o respeito pelos restos mortais de um ente querido.

“O culto é a integridade da pessoa humana, nós somos corpo e alma, e com a morte nós perdemos a vida, mas em Deus nós retornamos, é o sentido de compreender o valor da pessoa humana, do respeito aos restos mortais e a certeza de que a vida não termina aqui, ela tem uma dimensão transcendental. A Arquidiocese de Feira de Santana possui mais de mil comunidades, sobretudo a celebração em cada uma das paróquias, das comunidades, nos cemitérios onde se enterram de maneira tradicional os nossos entes queridos”, disse.

Neste Dia de Finados, o arcebispo Dom Zanoni Demettino Castro, convida a todos à realizarem uma oração por todos que já partiram.

“Este é um momento de intercessão pedindo a Deus, fazendo memória da nossa tradição, sobretudo da nossa herança, a memória dos antepassados, isso tudo faz parte da nossa cultura, uma referência aos mais velhos, isso é valioso, é importante e por isso está conectado com a celebração de Todos os Santos e a celebração dos Finados. Cada povo, cada tradição, cada civilização expressa de uma forma, de uma maneira, e nós, temos esta tradição de celebrar pelos falecidos, assim como a Missa de Corpo Presente, Missa de Sétimo Dia, Missa de 30º dia, todos os falecidos nós rezamos neste dia”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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