Feira de Santana
Direção do hospital de campanha afirma que não falta medicação na unidade e que foi falha paciente usar celular na unidade
Diretor informou que não sabe o que motivou paciente a gravar vídeo dizendo que não há medicamento. Ele disse também que a unidade não faz uso da hidroxicloroquina.
09/06/2020 às 08h17, Por Andrea Trindade
Andrea Trindade
O diretor médico do Hospital de Campanha de Feira de Santana, Francisco Mota afirmou em entrevista ao Acorda Cidade que não falta medicamentos no Hospital de Campanha, como denunciou em um vídeo o paciente Venâncio Santos Filho em um vídeo muito compartilhado nas redes sociais.
Ele explicou que para participar da licitação, as empresas precisam apresentar uma listagem mínima de medicamento, e a empresa que venceu a licitação, além de apresentar essa lista mínima, tem outros medicamentos.
O médico informou também que não sabe o que motivou o paciente a fazer o vídeo, e que provavelmente pode ter feito com alguma confusão com o horário habitual que ele usava o medicamento.
Uso do celular e da hidroxicloroquina
Embora não tenha sido citado pelo pacienteno vídeo, a reportagem questionou ao médico sobre o uso da hidroxicloroquina. Francisco Mota informou ao Acorda Cidade que o hospital de campanha não faz uso deste medicamento e chamou a atenção durante a entrevista quanto ao uso do celular. Ele disse que foi uma falha grave da unidade de saúde porque não é permitido pacientes usarem o aparelho em nenhum hospital de campanha, por ser uma “fonte de infecção”.
“Não usamos hidroxicloroquina. Não temos pesquisas científicas que mostrem que a hidroxicloroquina realmente tem um efeito. A hidroxicloroquina não é uma droga que não traga riscos para o paciente. Então, não usamos hidroxicloroquina aqui neste unidade. A grande falha da nossa equipe com relação a esse episódio foi deixar o paciente entrar com esse celular. Em nenhum hospital de campanha se entra com o celular. O celular é uma fonte de infecção, o celular é carregado de bactérias. Um celular dentro de uma unidade dessa é aumentar o risco de infecção para toda a equipe. Uma técnica de enfermagem que eventualmente manipula um paciente que está com o celular pode carregar no corpo os aerossóis, vírus e bactérias para outros pacientes. Temos pacientes confirmados e pacientes suspeitos. Além disso, um celular não pode entrar porque o hospital de campanha é uma unidade onde, infelizmente, tem um número de óbitos maior que o habitual. Imagine só. Um indivíduo está com o celular enquanto uma equipe está tentando salvar, fazer um procedimento de reanimação e ele pega esse celular para filmar outro paciente vindo a óbito. Nossa falha grave foi deixar entrar o celular”, declarou.
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