Feira de Santana

Com construção de ciclovias e requalificação do centro, Colbert diz que vai investir em mobilidade urbana

O município continua dialogando com os ambulantes das ruas Marechal Deodoro e da Sales Barbosa, para que eles possam sair desses locais.

02/01/2019 às 14h11, Por Andrea Trindade

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Daniela Cardoso

Há oito meses a frente da prefeitura de Feira de Santana, o prefeito Colbert Martins da Silva Filho faz uma avaliação do trabalho durante este período. Ele destaca que fez algumas mudanças, principalmente com o gasto do dinheiro público, mas afirma que elas foram pouco percebidas. Apesar disso, ele comemora o início do ano de 2019 com as contas equilibradas. Outra mudança apontada por ele é o investimento na tecnologia.

“Fiz reduções importantes de despesas, graças a Deus terminamos o ano com um bom equilíbrio financeiro. O que eu fiz nesse momento foi essa redução, gerência, custos. Estou colocando a prefeitura mais tecnológica. Por exemplo, quem for à secretaria de desenvolvimento urbano não tem nada mais de dar entrada e fazer protocolo no papel. Tudo é pelo computador”, afirmou.

Projeto centro

Sobre a requalificação do centro da cidade, Colbert lembrou que o município obteve recursos emprestados na Caixa Econômica, 100 milhões de reais, mais 30 milhões de reais do Banco do Brasil, em menos de dois meses. Em dezembro foi assinado um contrato e, segundo ele, as empresas que vão fazer o projeto executivo para que se inicie o projeto Centro em Feira de Santana, já estão sendo chamadas.

“Vou fazer a licitação para o projeto executivo. Já lançamos a proposta e até o final de fevereiro ou início de março nós licitaremos as obras. As calçadas todas requalificadas, a Marechal Deodoro transformar em sentido único, a retirada do canteiro central, a iluminação lateral, passeios laterais, a drenagem do Centro que ainda tem problema e precisa ser completada, as pistas táteis, a discussão com os ambulantes para o Centro Comercial Popular. Entender que o Centro não é somente a Conselheiro Franco. A Presidente Dutra é centro, Carlos Valadares também é. Pessoas que não enxergam, vão ter pistas táteis, sinaleiras sonoras, mais de 30 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Enfim, é uma questão de mobilidade urbana, um novo Centro”, destacou.

 

Diálogo com os ambulantes

De acordo com Colbert, o município continua dialogando com os ambulantes das ruas Marechal Deodoro e da Sales Barbosa, para que eles possam sair desses locais. Ele afirmou que existe dificuldade para realocar o pessoal, mas que está preparando um grande centro comercial para atender esses ambulantes e se fazer negócio.

“Às vezes me dizem que é difícil, é problema, e eu me lembro do ex-prefeito José Raimundo Pereira de Azevedo, das histórias do Feiraguay, que não podia sair e hoje é um centro de negócios, bem localizado e o pessoal ganhando dinheiro. Tem também o ex-prefeito José Falcão da Silva, sobre a feira livre que saiu para o Centro de Abastecimento e se não funcionou bem, está na hora de uma alternativa para que o centro funcione. Vi em Teresina, não há camelôs, são micro empreendedores individuais e empresários. Nós queremos propor aqui que vire um centro de negócios. Ao menos 670 estacionamentos estão previstos para lá. Vai ter lugar para as pessoas irem e pararem, pois muita gente não vai justamente pela falta de lugar para estacionar”, afirmou.

O prefeito Colbert disse que visitou diversas cidades brasileiras com o objetivo de conhecer projetos e ter ideias para serem implantadas em Feira de Santana. Entre as cidades ele citou Teresina, onde conheceu o Centro de Comércio Popular. Segundo ele, em Feira de Santana, a administração quer fechar o centro de abastecimento, no fundo e fazer um horário de entrada e saída.

Em São Paulo, segundo Colbert, houve contatos diretos da tecnologia no trânsito, que devem ser trazidos para Feira de Santana. Ele visitou a cidade acompanhando do Superintendente Municipal de Transportes e Trânsito. Colbert também esteve em Campinas, na região metropolitana de SP. Ele afirmou que foi ao local ver a questão do Centro Industrial do Subaé (CIS).

“O CIS acabou e não tem jeito para poder recompor. Feira tem 500 indústrias nesse momento e quando você passa do Tomba logo vê o Centro Industrial do Subaé que prossegue. Se analisarmos, eu não vou poder fazer nada por São Gonçalo, então a ideia é reativar a região metropolitana como São Gonçalo, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, Amélia Rodrigues e onde tem áreas específicas do CIS, inclusive com terrenos. Só pra ter uma ideia, o polo avícola é o maior do Norte-Nordeste do Brasil é em Feira de Santana, Conceição de Feira e São Gonçalo dos Campos. Feira não pode crescer sozinha, precisa crescer, mas crescer juntos”, afirmou.

Segundo Colbert, a ideia para a região metropolitana é uma agência de desenvolvimento como existe em Campinas. Mas, conforme afirmou, é preciso ser ligado ao Governo do Estado, porque não é uma questão de despesa.

Centro de abastecimento

A ideia do prefeito é tirar a parte da Ceasa Centro de Abastecimento. Segundo informou, ela vai pra uma área próxima do Centro, mas o local exato ainda não está definido.

“Em média, na segunda-feira entram de 150 a 200 caminhões que vão até lá, na quarta também tem essa mesma quantidade e em 1974 era possível e essa junção, hoje não é mais. O CCP (centro comercial popular) está faltando elevadores, seis esteiras rolantes e a partir de janeiro, as pessoas que estão relacionadas foram convidadas para verificarem seus lugares. A obra integra tudo, e as pessoas vão entrar pela região ali do açougue, da farinha, para poder chegar ao centro, é um complexo, uma integração e uma visibilidade maior para quem vende”, disse.

Colbert assumiu o município em 10 de abril. De lá para cá ele diz que conseguiu conhecer melhor como funciona máquina administrativa da prefeitura, as atualizações necessárias, a Câmara Municipal, as leis e como todas as ações se interrelacionam. Ele lembra que também houve algumas dificuldades.
“No final de junho teve a greve dos caminhoneiros e ficamos praticamente uma semana parados. Na semana seguinte tivemos custos aumentados. Logo em seguida entramos na eleição e recursos federais não puderam vir, enfim, é um período também de adaptação e nós nos voltamos para as demandas administrativas e gerenciais. Temos uma cidade grande, forte e potente. Nós somos a cidade que tem um dos maiores Produtos Industriais do Brasil (PIB), uma cidade que é reconhecida no Brasil inteiro, infelizmente nós aqui dentro não damos o valor que Feira tem”, afirmou.

Duplicação da Nóide Cerqueira

Colbert Martins justificou a duplicação da Nóide Cerqueira informando que vai transformar a Artêmia Pires em mão única. Ele informou que a prefeitura pediu um projeto viário para a Artêmia Pires e afirmou que com a sanção do PDDU, o uso do solo, tudo precisará ser feito com estudo prévio.

“Quem vem pelo Contorno não entra na Artêmia Pires em mão única no sentido para a Lagoa de Berreca e agora vai sair pela Nóide, são quatro alternativas de saída pela Nóide. Se aumenta a quantidade de pessoas que saem pela Nóide, o viaduto já tem dificuldades e vai ter retenção. Então nós vamos duplicar o viaduto e ao mesmo tempo faremos duas alternativas de saída para a Antônio Sérgio Carneiro, para a Artêmia Pires. Nós temos que mexer em tudo. Precisamos concluir aquela via marginal até a Fraga Maia para ter outra alternativa de saída e pretendemos mexer para ter a melhor forma de mobilidade. Temos condições viárias para a construção, além da possibilidade de ver uma saída para a Jaíba e do Aeroporto. Tem a Avenida Sérgio Carneiro que pode ser uma alternativa, e para isso precisa terminar a marginal e se encaixa na entrada de Santo Estevão. Preciso da autorização do DNIT e precisamos de dinheiro e projeto. A alternativa da marginal é que a pessoa possa sair sem fazer o retorno por cima. A duplicação do Anel de Contorno é totalmente indispensável”, afirmou.

Fraga Maia

O prefeito falou ainda sobre a ampliação da Fraga Maia, em direção ao Antigo Coliseu do Sertão. Ele afirmou que vai ter que discutir com clareza, pois há uma duplicação da BR-116 Norte e com isso, a previsão é que na frente da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) tenha um grande complexo de viaduto. “Então vamos ter que fazer nossas vias internas, para que não sejamos obrigados a utilizar apenas a BR 116 Norte como via”, disse.

Coofsaúde

O prefeito Colbert Martins reiterou que a prefeitura vai pagar todos os mil e oitocentos cooperados que trabalharam na cooperativa Coofsaúde. Segundo ele, o pagamento deve começar nesta semana, seguindo orientações do Ministério Público.

“Estou aqui como prefeito garantindo que todas as pessoas que trabalharam efetivamente neste mês de dezembro, vamos pagar. Estamos em contato para poder verificar a relação de pessoas que nós temos que pagar, os bancos onde as pessoas tem as suas contas. Quero tranquilizar a todos os trabalhadores, eles vão receber sim, médicos, enfermeiras auxiliares, todas as pessoas que trabalharam, podem ter a absoluta segurança”, destacou.

Colbert informou ainda que outros valores serão depositados em uma conta separada até que seja definido pela justiça o que fazer.

Férias dos cooperados

Com relação as férias dos cooperados da Coofsaúde, Colbert Martins afirmou que hoje a cooperativa não existe mais, não tem funcionalidade e que ele vai honrar o pagamento pelos dias trabalhados.

“Eu tenho que demonstrar ao Tribunal de Contas do estado, da União, ao MP, exatamente o pagamento das pessoas trabalhadas. Se essas pessoas tiveram ou tem algum tipo de relação direta com a cooperativa, já que o pagamento é feito pela prefeitura, eu não posso fazer de outra forma, vou seguir a orientação de pagamento das pessoas efetivamente no salário líquido dos dias trabalhados. Eu quero dizer a essas pessoas que peço desculpas antecipadamente, se algum transtorno vai ser causado, mas a determinação que eu tenho e vou cumprir é a determinação de pagar ao trabalho. Trabalhou? Recebe! Essa é a informação que eu tenho”.

Novo hospital municipal

A construção de um novo hospital municipal não está nos planos do prefeito Colbert. Ele disse que pretende melhorar o acesso aos serviços de saúde, mas de modo itinerante.

“A ideia não era fazer um novo hospital, mas ter atividades hospitalares em carretas, em containers, onde for necessário ser feito. Se for necessário levar o container para Humildes, leva para Humildes, se for necessário trazer de volta para a Rua Nova, onde tiver espaço, se faz. É melhor, do que construir uma nova unidade”, explicou.

Zona Azul

Questionando sobre a implantação da Zona Azul em Feira de Santana, Colbert disse não ter dúvidas de que irá acontecer, mas não disse quando. “Já recebi lá de Salvador tudo que poderia fazer do Software para nós implantarmos na Zona Azul. Em Salvador, está implantando a Zona Azul somente no celular. Nós vamos ter que ter alternativa de além do celular, ter outra forma de pagamento, mas que vai sair, não tenha dúvidas que vai”, garantiu.

Viaduto no conjunto Viveiros

O prefeito Colbert Martins informou que a prefeitura se comprometeu a ceder uma área para a construção de um viaduto para dá acesso ao conjunto Viveiros. “Fizemos isso com a ANTT, junto com a Viabahia, porque a responsabilidade daquele trecho é da Viabahia, é uma parte do Anel de Contorno que é terceirizada, portanto depende da Viabahia e da ANTT. A nossa parte foi fazer a cessão das terras nessas áreas para se fazer o viaduto”.

Precatórios dos professores

Com relação aos precatórios da educação, o prefeito afirmou que o Tribunal de Contas da União baixou uma determinação e que esses recursos não podem ser usados para pagamento pessoal, nem para pagamentos de advogados. “Então nós vamos aguardar agora em Janeiro para definir essa posição de forma clara. O que eu entendo é que os professores precisam e merecem ser melhores atendidos”, disse.
 

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