Feira de Santana

Clientes reclamam que encomendas não estão sendo entregues durante a greve dos Correios

O cliente Gilson Almeida afirmou que sua encomenda chegou há 15 dias e até hoje ele não conseguiu retirá-la.

25/08/2020 às 12h58, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Os trabalhadores dos Correios estão em greve por tempo indeterminado desde o último dia 17 de agosto, e muitos clientes reclamam que não estão recebendo as encomendas e nem conseguindo retirá-las no posto dos Correios que fica localizado na Avenida Presidente Dutra.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Na manhã desta terça-feira (25), a reportagem do Acorda Cidade encontrou muitas pessoas no local que foram tentar retirar as suas encomendas e relataram que não foram atendidas. Elas disseram que o efetivo de 30% dos trabalhadores que deveria fazer a entrega não está atuando e o posto está todo fechado.

Breno Souza contou que os Correios passam a informação que a retirada de encomendas está funcionando com 30% do efetivo de trabalhadores, das 8h às 12, mas segundo ele, isto não está acontecendo.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Não estão entregando. A gente vem e falam que vão entregar das 10h ao meio dia e nada”, relatou.

Rafael de Souza também foi retirar sua encomenda e não conseguiu. Ele disse que não há contato com nenhum trabalhador dos Correios e nenhum tipo de aviso.

“Ninguém fala nada e nós perdemos tempo sem conseguir retirar as mercadorias”, comentou.

O cliente Gilson Almeida afirmou que sua encomenda chegou há 15 dias e até hoje ele não conseguiu retirá-la.

“São produtos perecíveis, como medicamentos e todo dia é uma desculpa. Sei que eles têm o direito de entrar em greve, mas eu tenho o direito de ser atendido através do pessoal do administrativo que está trabalhando”, declarou.

Jaciara Monteiro informou que precisa retirar uma encomenda de material de trabalho e foi até o posto dos Correios, mas encontrou tudo fechado.

“Eu rastreei e soube que chegava ontem. Vim até aqui e não estão funcionando”, lamentou.

O gestor dos Correios, Roberto Parreira não quis falar sobre o assunto. Segundo ele, só através da assessoria de imprensa que fica em Salvador.

Os trabalhadores grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam do que chamam de "negligência com a saúde dos trabalhadores" na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos.

Dissídio Coletivo de Greve

Tendo em vista não haver acordo com as entidades representativas, mesmo os Correios tendo se colocado à disposição para negociar o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, e que foi decretada paralisação parcial, a empresa ajuizou, nesta terça-feira (25), o Dissídio Coletivo de Greve no Tribunal Superior do Trabalho.

Por meio de nota a empresa informou que desde o início de julho, tentam negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do ACT.

"Dando continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabilidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal.Os Correios ressaltam que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício Auxílio-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador.Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento -, os respectivos adicionais.A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da COVID-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade.Os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na justiça."

 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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