Feira de Santana

Camelôs dizem que não vão obedecer prazo de mudança para o Shopping Popular

Pedro José da Silva, que é presidente da Associação Feirense dos Vendedores Ambulantes afirmou que o empreendimento não deu certo e que os camelôs não querem ir pra lá devido às condições que foram dadas.

09/09/2020 às 15h40, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Foi publicado no Diário Oficial do município desta quarta-feira (9) a determinação para que os vendedores ambulantes de Feira de Santana têm até o dia 15 deste mês para desocuparem as vias públicas do centro comercial e se mudarem para o Shopping Popular. Porém essa determinação não agradou aos camelôs.

Pedro José da Silva, que é presidente da Associação Feirense dos Vendedores Ambulantes afirmou que o empreendimento não deu certo e que os camelôs não querem ir pra lá devido às condições que foram dadas.

“O prefeito fez tudo isso, mas até o momento não aceitou nenhuma das reivindicações. Ele quer colocar oito meses de carência, mas após esse período muitos camelôs não vão sobreviver nesse empreendimento e pras ruas não vão poder voltar. O que resolveria o problema seria a realização de uma parceria camelô e prefeitura. A prefeitura tem nove mil metros quadrados que foram determinados para o camelô. O restante da área que o empresário investiu, ele pode explorar da forma que quiser, mas a parte que compete a prefeitura seria legal que houvesse esse compromisso com a gente”, afirmou.

O vereador Luiz da Feira defendeu que os camelôs não têm condições de ir pra o Shopping Popular no momento. Segundo ele, o empreendimento não está pronto ainda e precisa também melhorar a questão da segurança no entorno.

“Não tem nenhum módulo de polícia ali e estamos preocupados com a questão da segurança. Além disso, o shopping ainda precisa ser concluído, ainda tem partes abertas, quando chove molha tudo. Estive com o prefeito, ele me falou das melhorias que foram pensadas para facilitar para o camelô como a carência de oito meses, a redução do preço de condomínio pra 28 reais, mas no momento não é viável os camelôs irem para o Shopping Popular. A maioria está sem dinheiro e não tem condições de pagar 500 e poucos reais.”

Luiz da Feira também defendeu uma parceria camelô/prefeitura e disse que os ambulantes só vão se mudar para o Shopping Popular se essa parceria for firmada. Ele ainda lembrou a situação de camelôs que não estão cadastrados e pediu que o prefeito os inclua no processo de relocação.

A ambulante Luzia Ferreira afirmou que não está preparada para a mudança. Ela disse que já trabalha como camelô a cerca de 30 anos e que não vai para o Shopping Popular.

“O prefeito fez um acerto com a gente e agora já apareceu outro. A gente não quer ir pra lá, pois o que eles estão fazendo com a gente não é justo. A gente não tem condições de pagar o valor absurdo que está sendo cobrado”, disse.

A vendedora ambulante Edvânia Conceição disse que está triste com toda essa situação e também reclamou do valor cobrado.

“O valor está muito alto e não é a carência que a gente quer e sim um valor mais baixo. Já tenho nove anos trabalhando aqui, mantenho a família com o que eu ganho nesse trabalho e não tenho como pagar o valor que eles estão cobrando.”

Adélia Santos tem 31 anos trabalhando no Sales Barbosa. Ela disse que não está preparada para a mudança e ainda reclamou da falta de apoio do governo municipal durante os meses em que o comércio esteve fechado devido a pandemia do novo coronavírus.

“Não assinei e não vou assinar nada. O prefeito não ajudou a gente durante essa pandemia, passamos muita necessidade e não vamos nos mudar para o Shopping Popular”, afirmou.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade  

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