Política
Bolsonaristas rejeitam aceno ao STF e pressionam PTB a manter Daniel Silveira na CCJ
Cúpula da Câmara chegou a avisar magistrados que nomeação de um parlamentar condenado para a comissão mais importante da Casa – vista como uma afronta à Corte – não seria mantida.
03/05/2022 às 09h57, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
Após a cúpula da Câmara acenar ao Supremo Tribunal Federal dizendo que Daniel Silveira (PTB-RJ) não ficaria na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, bolsonaristas se revoltaram e pressionam o líder do PTB a manter a indicação, sem entrar em acordo algum para retirar Silveira da comissão mais importante da Casa.
Publicamente, o líder do PTB, Paulo Bengston (PTB-PA), nega que tenha cogitado recuar da indicação em algum momento – mas, como o blog revelou na semana passada, deputados influentes da Casa avisaram ao STF, após conversas com lideranças do PTB, que a legenda ia tirar Silveira para evitar tensionar ainda mais a crise com o Judiciário.
A nomeação de um condenado pelo STF para a principal comissão da Câmara – responsável por analisar se os projetos que tramitam na Casa estão de acordo com a Constituição e por debater temas jurídicos – foi considerada uma afronta ao Supremo.
Acontece que, quando a articulação veio a público, bolsonaristas e também integrantes do Palácio do Planalto passaram a pressionar deputados da bancada do PTB para que eles não cedessem aos "políticos do Centrão", pois representaria "a derrota da narrativa Silveira". Bengston passou os últimos dias dizendo que ''nunca houve pressão'' e que ele não retiraria Silveira, seguindo a expectativa do Planalto.
Diante da mudança de ambiente, aliados de Bolsonaro, que trabalhavam para acalmar os ânimos com o STF, estão pessimistas.
Nesta terça-feira (3), está prevista a participação de Silveira na CCJ. Agora, esses "deputado- bombeiros" afirmam apenas que quem indica ou retira indicação às comissões é o líder – sinalizando que o deputado condenado pode ficar na CCJ se o PTB não recuar.
O argumento, agora, é que qualquer mudança seria vista como interferência – seja da cúpula da Casa, seja do Judiciário – na prerrogativa de um parlamentar, como o líder da bancada.
Fonte: G1
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