Educação

Associação dos professores da Uefs rebate declarações do governador sobre salários acima de R$ 10 mil

Em nota a Adufs destacou que perdas salariais da categoria já somam 35%.

16/03/2020 às 12h19, Por Andrea Trindade

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Acorda Cidade

Em resposta às declarações do governador Rui Costa durante entrevista ao Acorda Cidade sobre a situação salarial dos professores do estado, na qual ele afirmou que 20% dos professores ganham acima de 10 mil reais na Bahia, a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs) enviou uma nota na qual rebate a declaração do gestor.

Em nota a Adufs não informou a média salarial dos docentes da instituição, mas destacou que perdas salariais já somam 35%, a maior das últimas duas décadas e que há seis anos, o governo não repõe nem o reajuste da inflação. A associação diz também que desde novembro do ano passado, os professores tentam marcar uma mesa de negociação para discutir melhorias para as universidades estaduais, mas o Executivo Estadual não dá respostas.

Confira a nota na íntegra:

Governador diz inverdades sobre as universidades estaduais baianas

Na matéria veiculada no site Acorda Cidade, no dia 11 de março deste ano, cujo título é “Rui Costa diz que professor da Bahia tem segundo melhor salário do Brasil”, o governador usa a imprensa para dizer inverdades sobre as universidades estaduais da Bahia. Envolver os docentes em uma notícia falaciosa é tentar jogá-los contra a população. Uma atitude incompatível com a de um gestor público que tenha o mínimo de dignidade.

Há seis anos, o governo não repõe nem o reajuste da inflação. Reajuste nos salários não acontece desde 2015. As perdas salariais já somam 35%, a maior das últimas duas décadas. Durante a última greve dos docentes das quatro Universidades do Estado da Bahia, o governador falou em salários de R$ 20 mil e, agora, de R$ 11 mil. Em qual governador acreditar? Hoje a Bahia tem mais de 12 mil servidores ganhando menos que um salário mínimo. Além disso, direitos trabalhistas garantidos por lei são negados. Projetos voltados ao atendimento de milhares de pessoas da comunidade externa, nas mais diversas áreas, inclusive na da saúde, sofrem com a redução dos recursos das universidades. Diante deste quadro de sucateamento, os professores reivindicam uma universidade pública, gratuita e de qualidade para toda a população; diferente da proposta do governador da Bahia, que reduz a verba de manutenção e investimento dessas instituições e ataca os servidores com medidas que excluem direitos. Para piorar, em 2019, o governador ainda aumentou a contribuição previdenciária do servidor público de 12% para 14% e diminuiu o repasse financeiro do governo para o Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Estaduais (Planserv) de 4% para 2%, reduzindo a assistência à saúde deles. Desde novembro do ano passado, os professores tentam marcar uma mesa de negociação para discutir melhorias para as universidades estaduais, mas o Executivo Estadual não dá respostas.

Os docentes servem à sociedade; portanto, devem ser valorizados, respeitados e ter dignas condições de trabalho. Os estudantes precisam ter melhores condições de estudo. As universidades estaduais realizam transformações nas mais diversas áreas, como tecnologia, saúde e educação. O conhecimento científico nelas produzido colabora com o desenvolvimento do Estado e forma centenas de alunos todos os anos. Além disso, essas instituições realizam um importante trabalho junto à comunidade externa, com diversos projetos de extensão plenamente reconhecidos. Investir e valorizar as instituições públicas de ensino superior é cuidar da população. A quem interessa desqualificar a universidade pública e destruir um patrimônio longamente construído?


Diretoria da Adufs

Feira de Santana, 16 de março de 2020.
 

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