Política
Ao encabeçar consórcio do Nordeste, Rui assume desafio de protagonismo regional
É uma sinalização de que os governadores pretendem defender uma postura conjunta para temas relevantes.
18/03/2019 às 16h00, Por Brenda Filho
A formação de um consórcio entre os nove estados do Nordeste não é meramente uma formalidade jurídica. É uma sinalização de que os governadores pretendem defender uma postura conjunta para temas relevantes, a exemplo do Pacto Federativo e da Reforma da Previdência, mas também uma demarcação de espaço político, depois que a região foi alvo de críticas por conceder votações expressivas ao candidato derrotado ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad. Juntos, são 153 deputados federais e 27 senadores que, mesmo que não votem conjuntamente, dificilmente irão contra os interesses dos próprios estados – ainda que eles integrem grupos políticos diferentes. O resultado desse consórcio, todavia, não é simples de prever. Até o momento, há convergência de interesses e até mesmo de posicionamento político-ideológico – a maioria dos governadores nordestinos possui raízes mais próximas à esquerda. Como existe também o compartilhamento de problemas e mazelas, a tendência é de que as divergências fiquem, inicialmente, em segundo plano. Isso vai acontecer enquanto não houver uma disputa por questões de interesse local, o que vai colocar à prova qualquer estreitamento de relações. Para além de certo ineditismo na formação desse agrupamento, é importante destacar que a Bahia assumiu ainda uma posição de protagonismo entre os estados. E aqui não é uma análise bairrista. Foram os próprios governadores que escolheram Rui Costa como presidente, o que o alça a condição de interlocutor do grupo frente ao governo federal e a outros atores. Maior estado da região em população, área e número de municípios, a Bahia talvez tenha sido também a origem inicial dessa zona de integração, quando passou a questionar ações do então presidente Michel Temer que teriam impacto no Nordeste. A posição de Rui não parece ser apenas justificada eleitoralmente. Dois outros governadores, Camilo Santana e Flávio Dino, por exemplo, gozam de percentuais altos de aprovação e poderiam dividir os holofotes com o petista baiano. Todavia, as medidas adotadas por Rui para enfrentar a crise ao longo dos últimos anos parecem ter provocado um efeito catapulta para que o morador do Palácio de Ondina assuma a liderança do projeto. Até agora está dando certo. Mesmo que as intenções sejam boas, o consórcio do Nordeste ainda vai demorar para mostrar algum tipo de resultado prático. Um dos desafios é abrir um canal de interlocução com o presidente Jair Bolsonaro, depois de um histórico de críticas entre ambas as partes. Caso os governadores consigam atingir ao menos parte do objetivo, Rui pode sair maior do que já é. Resta saber se – ou até quando – os outros chefes de Executivo estarão dispostos a deixar os louros recaírem apenas sobre ele. Este texto integra o comentário desta segunda-feira (18) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.
Mais Notícias
Política
Lula recebe primeiro-ministro do Japão para reunião bilateral nesta sexta-feira (3)
O principal esforço do primeiro-ministro é tentar convencer os japoneses a abrir o mercado para a carne bovina brasileira
03/05/2024 às 16h13
Bahia
Jerônimo envia projeto de reajuste salarial de servidores públicos à Alba
A proposta de reajuste dos servidores da Bahia chegou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na última quinta-feira (2), encaminhada...
03/05/2024 às 10h58
Feira de Santana
Ex-coordenador de Projetos Especiais é nomeado novo Secretário Municipal de Programas
A Secretaria Municipal de Programas e Projetos foi criada em maio de 2023 e era comandada pelo radialista e...
03/05/2024 às 09h21
Bahia
Laudos que atestem autismo e síndrome de down terão prazo indeterminado
Proposição é de autoria conjunta dos deputados Bobô (PC do B), José de Arimateia (Republicanos), Raimundinho da JR (PL) e...
02/05/2024 às 18h42
Política
Câmara promulga emenda que aumenta para 23 número de vereadores em cidade baiana
A partir da eleição deste ano, os moradores vão eleger 23 legisladores, e não mais 21, como ocorre atualmente.
02/05/2024 às 15h43
Bahia
Missas de um ano de falecimento do empresário Evaldo Martins acontecem na próxima terça-feira (7)
Familiares e amigos vão se reunir para homenagear o economista, empresário e pecuarista que deixou esposa, quatro filhos e cinco...
02/05/2024 às 15h28