Variedades
A temperatura do ar-condicionado em escritórios atende principalmente às necessidades masculinas, diz estudo
O que acontece, segundo Clare Eglin, é que os hormônios e a gordura corporal podem interferir na temperatura ideal.
03/10/2018 às 08h44, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
A disputa pelo controle do aparelho de ar-condicionado é comum nos escritórios. Alguns preferem a temperatura mais fria, outros se sentem mais confortáveis com um ambiente mais ameno. A curiosidade, no entanto, é que um dos fatores para essa discrepância seja o sexo. De acordo com alguns pesquisadores, as mulheres precisam de uma temperatura de, em média, três graus a mais do que os homens para se sentirem confortáveis.
Um estudo publicado pela Nature Climate Change, em 2015, descobriu que a temperatura nos locais de trabalho funciona, basicamente, por meio de uma fórmula definida nos anos de 1960. Esse sistema levava em conta um homem de 40 anos e com 70 quilos. Enquanto eles preferem uma temperatura de 22 graus, elas preferem 25 graus (três acima, portanto).
“Em ambientes frios, as mulheres apresentam maior vasoconstrição, ou seja, as veias se estreitam para reduzir o fluxo de sangue e evitar a perda de calor. Então, elas tendem a ter mãos e pés mais frios. Portanto, para ter o mesmo nível de conforto, precisam de um ambiente ligeiramente mais quente”, explicou Clare Eglin, do Departamento de Fisiologia da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, à BBC.
Segundo informações do El País, a polêmica foi instaurada pela candidata ao governo de Nova York e atriz Cynthia Nixon, conhecida pelo seu papel em Sex and the City. Em debate político no canal CBS com Andrew Cuomo, ela sugeriu que a temperatura fosse mantida em 24,4 graus, para ser confortável também para as mulheres. A equipe de assessores da candidata afirmou que a temperatura nos locais de trabalho é sexista. No Twitter, Monica Hess, jornalista do Washington Post, ofereceu apoio à causa, enquanto Melissa DeRosa, assessora de Cuomo, brincou com a situação.
O que acontece, segundo Clare Eglin, é que os hormônios e a gordura corporal podem interferir na temperatura ideal. Além disso, há diferenças quanto à recepção de frio ou calor na pele das mulheres, principalmente nos pés e nas mãos. É por esse motivo que elas preferem ambientes mais quentes. Para além do debate se a temperatura do ar-condicionado é machista ou não, o que se tem de concreto é que, em ambientes demasiadamente frios ou quentes, a produtividade pode cair até 38%, de acordo com estudo publicado no Journal of Environmental Health Science.
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