Feira de Santana

5º reajuste do preço do botijão de gás faz consumidores repensarem em como utilizá-lo

Com o último reajuste, o acumulado do preço do botijão de gás já subiu quase 27%.

16/06/2021 às 17h10, Por Laiane Cruz

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Gabriel Gonçalves

Na última sexta-feira (11), a Petrobras anunciou um novo reajuste de 5,9% no preço do gás de cozinha. Este é o quinto reajuste feito apenas neste ano de 2021. Em janeiro, o preço foi elevado em 6%, no mês de fevereiro, 5,1%, em março foi elevado em 4,8% e, com o último ajuste, o acumulado do preço do botijão de gás já subiu quase 27%.

Utilizando até 8 botijões por mês, a proprietária de um restaurante Maria Lucineia explicou que a informação do aumento do botijão de gás foi como surpresa.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

"Geralmente eu utilizo 8 botijões de gás por mês. Quando o movimento é intenso, a gente utiliza até três por semana, mas já estamos fazendo nossas economias, controlando bastante o manuseio do fogão. Até semana passada eu peguei de R$ 72, mas agora não sei mais o novo preço que vou comprar. Esses preços são abusivos e não se justifica o aumento. Já chega com o aumento, tem que pagar e pronto", disse a comerciante.

De acordo com Maria Lucineia, não tem para onde correr, porque tudo será preciso fazer a utilização do gás e destacou que o novo reajuste será repassado para os clientes.

"Eu tenho moderado bastante o fogo para não ter nenhum tipo de desperdício, mas infelizmente a gente não tem muito o que fazer. A gente precisa utilizar o gás de qualquer forma. A partir do momento que acende o forno, utiliza o fogão, já está gastando gás. Com toda essa dificuldade que estamos enfrentando, não terá outra solução, senão passar o preço para os clientes. Aqui mesmo no restaurante temos o PF que sai a R$ 13 e a quentinha por R$ 14, mas vamos ter que aumentar mais R$ 1 em cada prato", afirmou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Para a dona de casa Lucineide Ferreira, o aumento do botijão é considerado abusivo, e vai precisar economizar mais ainda a partir de hoje para evitar ter que comprar com mais frequência.

"Do jeito que as coisas estão hoje, o Brasil nesta pandemia, eu achei um absurdo. Vai ficar muito caro. Eu pagava R$ 75 e agora precisamos economizar bastante e até deixar de fazer algumas coisas. Isso vai pesar no bolso de muita gente, não só dos donos de casa, mas de forma geral", disse.

Para Mário Luiz, proprietário de uma distribuidora de botijão de gás, esse reajuste também vem como uma surpresa não só para os clientes, pois é necessário um planejamento para que o preço seja repassado para os consumidores também.

"Nessa história, só quem está ganhando é a Petrobras, porque não temos nenhum planejamento, a gente sofre assim como os clientes. Esse último aumento mesmo, a gente ficou sabendo ontem. Hoje já chega com preço novo e a gente não consegue se planejar. Com isso, a gente vai perdendo consumidores a cada dia, porque não temos como segurar os preços antigos", destacou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Segundo o proprietário, esses reajustes eram comunicados com uma semana de antecedência, mas ultimamente, as próprias distribuidoras são pegas de surpresa.

"A gente amanhece com um preço e no outro dia já é outro preço diferente sem ninguém avisar nada. Eu estou há muitos anos nesse mercado e, antigamente, a Petrobras avisava, informava com uma semana antes para deixarmos o mercado abastecido. Infelizmente precisamos repassar para os clientes o preço que eles nos repassam. Isso de certa forma faz com que a procura do botijão tenha uma queda, e depois vai retornando aos poucos, mas realmente existe esse susto e as pessoas evitam querer comprar, mesmo sendo o mais barato do Brasil, porque lá em Salvador mesmo, hoje custa cerca de R$ 90", disse.

Com uma distribuidora localizada na Avenida Iguatemi, em Feira de Santana, Paulo Ricardo explicou que já existia uma perspectiva de aumento, pelos históricos do preço do combustível.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

"A perspectiva do mercado já desenhava esse aumento e já era esperado. Infelizmente a política econômica é assim. Como os preços dos combustíveis, o preço do barril do petróleo que está atrelado ao dólar e isso reflete em todos os setores, trazendo essa consequência para a economia interna", explicou.

De acordo com Paulo, o preço do botijão estava custando R$ 75. Com o novo reajuste, quem desejar fazer a retirada na própria revendedora vai pagar R$ 78, mas quem optar por receber em casa, vai precisar desembolsar R$ 88.

Para o comerciante, esse aumento tem um certo impacto na vida dos clientes, que se afastam no primeiro momento, mas no decorrer do tempo, será necessário comprar o botijão, pois é algo necessário.

"A tendência normalmente é esta, de espantar o cliente e as vendas caírem. Sempre quando tem aumento, existe esse impacto até que a população possa se acostumar com os novos preços. Mas, infelizmente, com o passar do tempo, os clientes por questão de necessidade tendem a comprar mesmo com preços altos, pois é essencial o botijão de gás, não tem como ficar sem, e não é só isso, estamos vendo aí a energia, o frango, carne, ovo, são dias difíceis, e a população precisa enfrentar", disse.

Ainda segundo Paulo Ricardo, com a proximidade do inverno, muitas pessoas utilizam o gás para esquentar água, o que faz aumentar o consumo durante o período.

"Nesse período frio, as pessoas que não possuem chuveiro elétrico passam a tomar banho quente, esquentando a água, além do tempo de cozimento de certos alimentos que demoram, e isso vai gerando uma série de fatores. É necessário fazer uma mágica para economizar, porque eu não tenho perspectiva de melhoras a curto prazo", concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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