Estudantes e professores protestam contra municipalização de escolas da rede estadual em Feira de Santana

^{Gabriel Gonçalves}

Estudantes, professores e diretores de alguns colégios da rede estadual de ensino, realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (2), em frente ao Núcleo Territorial de Educação (NTE), localizado na Avenida Presidente Dutra, em Feira de Santana.

O protesto é em razão da municipalização de algumas unidades da rede estadual de ensino que será realizada na cidade, como é o caso do Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a estudante Kell Lopes, retornou para a sala de aula, após 20 anos ter deixado os estudos. Para ela, esse processo de municipalização irá prejudicar muitos estudantes.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

"Eu sou aluna desde o ano de 2019, foi quando retornei com os meus estudos depois de ter deixado a sala de aula após 20 anos. Eu consegui essa vaga no Agostinho, tive essa oportunidade para estudar e agora querem fazer este processo. Na minha opinião, isso é uma grande injustiça que estão fazendo, não só comigo, mas com todas as outras pessoas que estão estudando lá. Tenho certeza que será um prejuízo muito grande", afirmou.

Para o diretor do Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota, Airton Araújo, o prejuízo se torna incalculável com estas novas mudanças.

"O Agostinho tem um grande cunho social, que não tem nem como dimensionar. Nós damos a oportunidade para as pessoas que não tiveram como dar continuidade no passado por algum motivo e que agora decidem retornar para a sala de aula. Cerca de 2 mil certificados são entregues da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) por nossa unidade, mas infelizmente, a Secretaria de Educação se preocupa com números, mas só a gente sabe que infelizmente não tem como encher uma sala de EJA com 40, 50 estudantes. São pessoas da zona rural, pessoas com idades mais avançadas e que buscam concluir os estudos", comentou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

De acordo com a diretora do NTE, Celinalva Paim, esse processo de municipalização, é de ordem federal e vem sendo realizado no estado da Bahia ao longo dos anos.

"A ordem já foi dada e isso não é uma lei estadual, muito pelo contrário, é uma lei federal e que determina que o Ensino Fundamental seja do município e o ensino Médio seja do estado. Isso há mais de 20 anos já vem sendo estudado para esta possibilidade da transferência do Ensino Fundamental, e em algumas cidades, este processo já está sendo feito. Como Feira de Santana é uma cidade de grande porte, possui um número de habitantes e consequentemente de estudantes, considerável, esse processo não aconteceu de imediato. Tivemos agora seis escolas com este processo de municipalização e por isso, alguns professores e diretores estão protestando contra este processo. Isso independe das nossas vontades, é uma lei federal e estamos cumprindo", explicou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Com relação aos estudantes do Ensino Médio, a diretora explicou que todos serão transferidos.

"O Colégio Agostinho por exemplo, tem o Ensino Fundamental e o Ensino Médio e com esta municipalização, estes estudantes do Ensino Médio serão transferidos para outras unidades, como o Gastão Guimarães, o Colégio Modelo, tem o Ernesto Cerneiro, além do João Barbosa de Carvalho também. Com relação a CPA que está sendo muito discutido também, esse processo passa a ser digital, então o estudante poderá se dirigir até uma unidade escolar e realizar a CPA de forma digital. Declaramos que com estas mudanças, ninguém será prejudicado e a Secretaria de Educação está escolhendo qual será esta unidade que ficará responsável por este programa da CPA digital, mas confirmamos que estas mudanças, não trarão nenhum tipo de prejuízo aos professores nem aos alunos", concluiu.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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