Focos de dengue e alta vegetação: pais reclamam de condições em Centro Municipal no bairro Jardim Acácia

Pais e responsáveis do Centro Municipal de Educação Infantil Eduardo da Silva Pessoa Miranda, no bairro Jardim Acácia em Feira de Santana, entraram em contato com o Acorda Cidade diante de um problema que tem se agravado diariamente na unidade.

Além do risco de focos de dengue no local e da falta de capinação, os pais também relataram que o Centro não possui produtos de limpeza e que o fardamento não foi entregue.

Mãe de um aluno autista da unidade escolar, Andriele Araújo contou sobre o risco de dengue diante da falta de capinação, além de que todas as solicitações de manutenção foram feitas à direção, mas nada foi resolvido.

“Eu tenho um filho autista que estuda nessa escola. E há pouco tempo nem tinha professor na sala dele. Então assim, foi solicitado, esse professor a gente conseguiu, mas a gente vê que a escola tá escassa. Tem focos de dengue, tem lagartas, tem abelha e meu filho é alérgico a abelha. Aqui tem uma árvore sensorial, mas ela infelizmente está interditada, os matos estão tomando conta da escola. Não tem funcionário, está sem material de limpeza. As pessoas que estão trabalhando aqui estão se virando para poder manter os alunos para que os pais possam trabalhar, possam poder deixar seus filhos aqui. Mas, infelizmente, a escola está uma vergonha. Já foi solicitado a limpeza, a direção foi também procurar resolver essa situação. Mas, até então, nada foi resolvido. Eu mesmo ontem estava na UPA achando que eu estava com dengue, porque o foco aqui é de dengue”, disse.

Valdirene Gonzaga também é mãe de uma aluna de três anos matriculada no Centro Municipal. Segundo ela, as crianças que ali estudam têm apresentado diariamente sintomas de dengue, o que preocupa os pais e responsáveis diante da falta da limpeza da vegetação no local.

Ainda conforme Valdirene, o pedido de manutenção é para o bem de todas os estudantes da unidade.

“A gente pede não só pelos nossos filhos, mas também pelos filhos dos outros. Aqui tem mais ou menos umas 25 crianças autistas. E a gente não tem que pensar só nos autistas, a gente tem que pensar nos outros todos. E todos os dias aparece uma criança com diarreia, gritando, com febre, com dor de cabeça. A escola faz de tudo pra ajudar a gente, mas ela não pode capinar sozinha, porque quem tem que fazer isso aqui é a prefeitura. Precisa de tudo, capinar, limpar. O ensino daqui é maravilhoso. muito bom, de ensino a gente não tem o que dizer, é o problema da manutenção”, relatou.

Além da falta de manutenção, os pais e responsáveis também têm enfrentado dificuldades devido a falta de auxiliares nas salas de aula, já que a escola é direcionada aos alunos do fundamental. Valdirene aproveitou para fazer o apelo à Secretaria de Educação sobre a necessidade de um novo fardamento aos alunos.

“Os professores estão se virando com os alunos sozinhos, sem auxiliares na sala. Então precisa de auxiliares como também precisa dos materiais de limpeza. Como é que a gente vai manter uma escola limpa se não tem material de limpeza? Eu ouvi dizer por alto que os próprios funcionários estão trazendo de casa para poder fazer a limpeza da escola, eu acho isso um absurdo. Teve pais também que se manifestaram para poder fazer a limpeza, mas quem tem que fazer a limpeza, é a rede pública, porque a gente está falando de uma escola municipal. Fora fardamento, também, meu filho estuda aqui desde janeiro e não tem fardamento. Não foi entregue ainda pela Secretaria de Educação, tem que ter resolver”, disse.

Ubiratan Sacramento dos Santos é pai e já se ofereceu para capinar a unidade escolar junto a outros responsáveis. Segundo ele, mesmo com a iniciativa de ajudar na limpeza, a direção não pôde aceitar o auxílio, visto que a responsabilidade da manutenção é da Secretaria de Educação. Ele concluiu ainda dizendo que vários pais também expuseram as condições da escola nas redes sociais.

“As professoras estão fazendo o possível e o impossível, porque não tem material de limpeza, a creche está funcionando de forma precária, as dependências cheias de mato, ano passado fizemos vídeos, os pais que estão fazendo vídeos e denunciando as redes sociais, e a gente se propõe até a capinar, só que a escola não pode permitir a gente capinar. Então aqui está totalmente abandonado”, finalizou

O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação que enviou o seguinte retorno:

A Secretaria Municipal de Educação Informa que a limpeza e capinação das escolas da rede municipal são realizadas de forma regular e contínua. No entanto, as chuvas intensas dos últimos dias ocasionaram um crescimento acelerado da vegetação.

Os produtos de limpeza também são enviados às escolas regularmente. As unidades escolares que precisarem de mais itens, devem acionar o setor responsável.

Quanto aos auxiliares da Educação Especial, o encaminhamento é feito de acordo com o acompanhamento realizado Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva, a partir da necessidade sinalizada por cada gestor escolar.

Reforçamos ainda que as vagas para auxiliares continuam abertas para todas as licenciaturas a partir do segundo semestre e podem ser realizadas através do site da Prefeitura, no Portal do Estagiário. Os gestores escolares também estão autorizados a fazer a captação e orientar o cadastro.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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