Artigos e Crônicas

Das coisas que aprendi nos discos - Especial O Clube dos 27

Série Spin Off, escrita especialmente para o Acorda Cidade.

26/12/2020 às 11h23, Por Brenda Filho

Compartilhe essa notícia

Por Carlos H. Kruschewsky*

Existe uma lenda que permeia o universo da arte sobre artistas que morreram aos 27 anos; alguns por causas desconhecidas. Esta lenda ganhou corpo através da morte de Robert Johnson. Era um músico sem muito talento, que após humilhação pública desapareceu do mapa e em apenas um ano voltou como o melhor guitarrista e músico de Blues que o delta do Mississipi já havia visto.

A história de Robert Johnson é tão nebulosa quanto a causa de sua morte, aos 27 anos. Embora Alexandre Levy, pianista brasileiro, já houvesse morrido aos 27 ainda no período do Brasil Império (O Primeiro membro do clube dos 27, morto em 1892), e Louis Chauvin, músico americano de ragtime, morto em 1908, já houvesse “iniciado a fundação” do “Clube dos 27”, foi Robert Johnson que trouxe os símbolos mais falados, sempre que o famoso grupo de artistas mortos é citado. Genialidade, Fama, O diabo e uma encruzilhada. É sobre os membros mais famosos deste “clube” que eu pretendo te contar nesta série Spin Off de Das coisas que aprendi nos discos, escrita especialmente para o Acorda Cidade.

Foto: Reprodução / Robert Jonson

Sempre que se fala do Clube dos 27, a primeira coisa que vem à mente é que se trata de artistas que, de algum modo, têm seus nomes associados ao diabo, esta figura mitológica disposta a fazer trato com os humanos em troca de suas almas imortais. Todas as histórias que contaremos nesta série são cercadas de lendas e boatos, mas será que são exatamente sobre isso que se tratam? Será que mortes não explicadas no passado, overdoses, suicídios podem ser lidados único e exclusivamente a fenômenos paranormais? Decidi trazer o Carlos H. Kruschewsky, músico, colecionador de discos e Psicólogo para essa discussão com você, leitor, para, de repente, construirmos algum saber sobre. Mas antes de começar a mostrar meus discos da sessão “Clube dos 27”, deixa eu falar do primeiro caso e te contar a história de um músico, muitas vezes esquecido. O fundador brasileiro Alexandre Levi.

Alexandre Levi

Foto: Reprodução / Alexandre Levy

Alexandre Nasceu em São Paulo dia 10 de novembro de 1864. Era filho do músico Henrique Luiz Levy e irmão de Luiz Levy (também músico). Ainda quando criança especializou-se em piano e foi comparado à Mozart, tamanho era seu brilhantismo. Aos 8 anos de idade já se apresentava publicamente e arrancava aplausos efusivos da plateia. Alexandre havia crescido em meio a músicos. Seu pai era um experiente clarinetista e possuía, em São Paulo, uma das escolas de música mais tradicionais da cidade, campo fértil para que ele se interessasse pela arte e desenvolvesse seu dom. Com 16 anos, em 1880, Alexandre já lançava composições próprias, com intermédio de editoras européias e já era diretor artístico do Clube Haydn, uma respeitada associação musical que ajudou a fundar. Somente 5 anos depois da fundação do clube, nosso protagonista já viajava toda a Europa, regendo orquestras e tocando seu piano. Passou a escrever para o Brasil sobre o Pseudônimo de Figarote para os jornais Província de São Paulo e Correio Paulistano.

Esperava-se coisas grandiosas de Alexandre Levy, que embora tocasse mundo à fora, levava em sua música elementos fundamentais da música brasileira da época, como músicas folclóricas. Entretanto, ele não estaria sendo citado nesta série, se algo misterioso não houvesse acontecido. De volta de uma turnê, Alexandre sentiu saudades de casa e retornou a São Paulo, onde sem qualquer doença ou causa aparente morreu em 17 de janeiro de 1892, aos 27 anos, dando início ao Clube do 27. Seu túmulo ainda existe e ainda está bastante preservado no cemitério da Consolação.

Foto: Reprodução

A Lista de membros do Clube dos falecidos aos 27 anos é extensa. Começa com Alexandre Levy (morto em 1892), atualmente está em Benjamin Keough, neto de Elvis Presley (morto em 12 de julho de 2020) e segue. Mas aqui vamos explorar os casos mais famosos. Falaremos de Robert Johnson, Jimi Hendrix, Brian Jones, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse. Os membros mais notáveis. E espero ter você aqui com a gente para debatermos esse mistério.

*Carlos H. Kruschewsky é psicólogo, psicanalista, presidente do Dragornia Moto Club, BeerSommelier, Homebrewer, sócio da Dragornia Cervejaria e Colecionador de Discos. Instagram: @sr.ck @dragornia

Leia também:

Das coisas que aprendi nos discos: Alucinação – Belchior, 1976

Das coisas que aprendi nos discos: As Quatro Estações – Legião Urbana, 1989

Das coisas que aprendi nos discos: Mamonas Assassinas, 1995

Das coisas que aprendi nos discos: Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band – The Beatles, 1967

Das coisas que aprendi nos discos: Krig-ha, Bandolo! – Raul Seixas, 1973

Das coisas que aprendi nos discos: Appetite for Destruction – Guns n' Roses, 1989

Das coisas que aprendi nos discos: Paulo Diniz – Paulo Diniz, 1985

Das coisas que aprendi nos discos: Dire Straits – Dire Straits, 1978

Das coisas que aprendi nos discos: Ideologia – Cazuza, 1988

Das coisas que aprendi nos discos: The Beatles – The Beatles, 1968

Das coisas que aprendi nos discos: Diana Pequeno – Eterno como areia, 1979

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade