A Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), deflagrou nesta quarta-feira (24) a Operação Anátema, que está em andamento e mobiliza equipes durante todo o dia nos estados da Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná.
Até o momento, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e realizadas três prisões em flagrante. Também já foram apreendidas cinco armas de fogo, uma arma artesanal, dez carros, duas motocicletas, mais de R$ 20 mil em espécie, além de joias, eletrônicos e documentos. O material ainda está sendo contabilizado.
Um dos alvos centrais foi um posto de combustíveis em Santo Estevão, apontado como instrumento de lavagem de capitais. O local, administrado por um vereador do município que foi preso na operação, foi fechado e multado. Na ação, foram apreendidos valores em dinheiro, cheques e contratos, além da constatação de fortes indícios de sonegação fiscal pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), que serão devidamente apurados após os trâmites internos do Fisco.
Esquema investigado e alvos políticos
As investigações tiveram início em 2023 e revelaram um esquema estruturado de movimentação financeira ilícita, utilizando contas de terceiros e empresas de fachada para dissimular recursos oriundos do tráfico de drogas. A soma identificada na movimentação financeira do grupo ultrapassa R$ 4,3 bilhões. Diante desse volume, o Draco requereu ao Judiciário o bloqueio dos valores e de todos os bens móveis e imóveis ligados aos investigados.
Entre os investigados estão dois vereadores. O de Santo Estevão, gestor do posto de combustíveis vinculado ao esquema, foi preso e teve cerca de R$ 18 mil em espécie, além de cheques e contratos, apreendidos no estabelecimento. Já em Jaguarari, um imóvel ligado a outro vereador foi alvo de mandado de busca e apreensão, resultando na localização de celulares e documentos. Conforme a apuração, o membro da câmara legislativa municipal de Santo Estevão é irmão de um traficante de alta periculosidade, morto em confronto com a polícia em 2017.
Mais de 170 policiais civis participam da operação, por meio dos Departamentos Especializados de Investigações Criminais (Deic), de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Inteligência Policial (Dip), de Polícia Metropolitana (Depom), de Polícia do Interior (Depin), e das Coordenações de Polícia Interestadual (Polinter), de Operações e Recursos Especiais (Core) e de Operações de Polícia Judiciária (COPJ). A ação conta ainda com o apoio da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), atuando de forma integrada com as equipes policiais.
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