Feira de Santana
Perito do 11 de setembro participou de treinamento contra desastres na Uefs
Segundo o perito, o curso deu aos profissionais participantes a possibilidade de verificar problemas, facilmente solucionáveis, mas que só podem ser identificados com o treinamento.
15/12/2014 às 10h54, Por Kaio Vinícius
Laiane Cruz
A Universidade Estadual de Feira de Santana sediou até o último sábado (13) o curso preparatório para atendimento e identificação de vítimas de desastres. O pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Rafael Guerra, foi um dos especialistas em ciência forense a fornecer o treinamento. Ele mora há 17 anos no país norte-americano e foi um dos convidados pelo estado de Nova York para auxiliar na identificação das vítimas do desastre aéreo das torres gêmeas, que ocorreu em 11 de setembro de 2001.
O treinamento, assistido por alunos do curso, contou com a participação também de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros, Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícias Federal, Militar e Civil, Departamento de Polícia Técnica (DPT), Guarda Municipal, Defesa Civil, Resgate e Especialistas em Odontologia.
De acordo com Rafael Guerra, o processo de identificação de vítimas é multidisciplinar e depende da coleta de evidências na cena do sinistro, assim como também da coleta de materiais dos parentes das vítimas através de prontuários odontológicos, radiografias e itens pessoais, como fotografias.
Ele explica que o treinamento passado para os profissionais de Feira da Uefs seguiu um protocolo internacional. “O desdobramento desse preparo se dá em duas etapas: a primeira é a integração dos profissionais de áreas diferentes que com o tipo de treinamento feito aqui podem atuar de forma mais eficiente. E a segunda é que coloca Feira de Santana em uma posição privilegiada em relação a cidades com a mesma estrutura, mas que não possuem esse tipo de treinamento.”
Segundo o perito, o curso deu aos profissionais participantes a possibilidade de verificar problemas, facilmente solucionáveis, mas que só podem ser identificados com o treinamento.
Ele informou que foi morar nos Estados Unidades primeiramente para estudar e lá surgiram oportunidades de trabalho. No ano de 2001, ele trabalhava para o estado da Flórida na categoria de perito e foi um dos quatro profissionais da Flórida convidado pelo estado de Nova York para ajudar no processo de identificação das vítimas.
“A parte investigativa do 11 de setembro continua aberta. Todas as pessoas que precisavam receber do ponto de vista médico-legal um atestado de óbito já receberam, mas existem casos em que esse atestado foi dado baseado no fato de a pessoa estar desaparecida e não reconhecida e devidamente identificada”, acrescentou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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