Feira de Santana
Desespero de usuários marca primeiro dia de cadastramento do Passe Livre
O cadastramento e recadastramento segue até o dia 30 de junho.
11/02/2016 às 16h22, Por Andrea Trindade
Daniela Cardoso e Ney Silva
O clima de desespero tomou conta de dezenas de pessoas com problemas diversos de saúde, que foram na manhã desta quinta-feira (11) até a sede da secretaria municipal e Transportes e Trânsito para fazer o cadastramento e o recadastramento do cartão Via Feira para quem tem direito ao Passe Livre. A lei contempla pessoas com deficiência e com algumas doenças. Beneficiários, que antes tinham o Passe Livre, ficaram surpresos com a suspensão do cartão, que garante a utilização do serviço de transporte coletivo de forma gratuita.
A dona de casa Maria Auxiliadora, que há 10 anos utiliza o transporte através do Passe Livre, estava bastante aborrecida em saber que não terá mais direito. Ela tem lúpus e a lei municipal, que confere a concessão do Passe Livre, não dá direito as pessoas que têm essa doença. “Todo ano eu venho e me cadastro. Já olhei pela internet, claro que tenho direito. Isso é informado pelos médicos”, salienta a usuária.
A dona de casa Maria do Rosário Ribeiro dos Santos, também estava insatisfeita pela suspensão do passe dela. “A moça que tomou a ficha disse que eu só teria direito se eu fosse cega, aleijada ou com problema de rins. Todo ano eu tinha direito a esse Passe Livre. Eu me trato no hospital Lopes Rodrigues há mais de 15 anos. A moça tomou minha ficha e não deixou eu entrar”, afirmou revoltada.
Silvia Pereira Moreira, além de inconformada, ficou revoltada ao saber que o passe dela não vai ser renovado. Ela disse sofrer de problemas mentais e que precisa ir todos os dias ao Caps (Centro de Atenção Psicossocial) para fazer fisioterapia. “Eu tenho direito sim, olha meu passe aqui. Ficam dizendo que não tenho direito, mas pelo o CID (Classificação Internacional de Doenças) o médico me liberou”, disse.
O diretor do planejamento da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito, José Carlos Barcelar, explicou que algumas pessoas têm o passe e não comparecem para fazer o recadastramento e quando vão, são observadas de acordo com a lei 2397. Segundo ele, a lei estabelece que tem direito, por exemplo, pessoas que tenha surdez, total ou parcial, deficiência dos membros inferiores e superiores, entre outras questões.
Ele afirmou ainda que muitos passes foram distribuídos de forma equivocada e que quando chegou a secretaria encontrou cerca de oito mil passes, muitos concedidos de forma irregular. Segundo Barcelar, já conseguiu reduzir esse número para em torno de 6 mil e que nesse cadastramento iniciado hoje, esse número deverá ser reduzido de forma significativa.
O cadastramento e recadastramento segue até o dia 30 de junho.
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