Durante o último dia da missão internacional do governo brasileiro na Arábia Saudita, o presidente Lula alertou quanto a responsabilidade para descarbonizar o planeta e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou a transição energética como ponto de partida para a nova parceria entre o Brasil e o país árabe. As declarações foram feitas durante discursos o no evento ‘Mesa Redonda Brasil – Arábia Saudita’, nesta quarta-feira (29).
Ao coordenar os esforços do governo brasileiro na consolidação desta parceria, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pontuou prioridades. “Queremos sinalizar como a primeira grande área de oportunidades de integração a área da transição energética. Uma transição que precisa ser construída de forma equilibrada, sem abrirmos mão das nossas riquezas, construindo o futuro através de energias renováveis”, disse Rui.
O presidente Lula voltou a reforçar o compromisso do Brasil com a pauta ambiental. “Precisamos todos trabalhar para que a gente possa viver de forma mais digna, com melhor qualidade de vida e sem medo de que nós estamos destruindo a casa onde nós moramos. Nós temos alguns compromissos firmados. Primeiro, nós vamos diminuir o desmatamento até 2030. Nós queremos chegar a desmatamento zero na Amazônia. Nós vamos fazer, como disse o Rui Costa, como disse Fernando Haddad e outros ministros, tudo possível para que a gente faça do Brasil o centro do mundo na produção de energia alternativa”, disse o presidente Lula.
O ministro da Casa Civil adiantou que a Petrobras e a petroleira saudita Aramco vão atuar conjuntamente em projetos financiadores da transição energética, além de juntas desenvolverem “novos projetos, novas tecnologias para preencher um grande déficit da balança comercial brasileira com o mundo que é a área de químicos petroquímicos e plásticos, que chega perto, esse ano, de US$ 90 bilhões. Rui explicou que o Brasil tem desenvolvido pesquisas, projetos e produção na área da inovação da energia, com bioquímicos, biodiesel, bioplástico, gás e fertilizantes. Estas iniciativas corroboram com o objetivo do governo saudita, de acordo com o ministro Costa: “descabonizar a sua produção de petróleo”.
“Essa parceria vai além da produção atual, com as novas produções energéticas. E, neste ponto, o Brasil se apresenta como um parceiro que tem no nordeste brasileiro a grande oportunidade e a grande produtividade da geração de energia eólica e solar. Temos uma carteira de renováveis da ordem R$ 150 bilhões disponíveis, seja projeto já consolidado, seja projetos greenfield que vão ser construídos”, assinalou o ministro.
Outra área anunciada em destaque foi a segurança alimentar. Os sauditas querem a expertise brasileira para avançar nesse segmento. “Aqui tem vários representantes do empresariado brasileiro, alguns, inclusive, já investindo na produção de alimentos na Arábia Saudita. Mas podemos aumentar a integração, seja trazendo empresas brasileiras para produzir aqui ou a presença de investimentos da Arábia Saudita em empresas que produzem no Brasil”, adiantou o ministro.
Os projetos prioritários para o Brasil na área de infraestrutura foram apresentados pelo ministro como mais um ponto-chave das parcerias. Ele explicou que estes projetos compõem o plano do Brasil para ampliar o desenvolvimento econômico e social de modo sustentável, o Novo PAC, que prevê R$1,7 trilhão em investimentos. “Mais de dois terços do total de investimentos previstos são projetados para iniciativa privada, seja no modelo de concessões públicas de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos (algumas delas já contam com a participação de fundos árabes), seja também em parceria público privada”, afirmou Rui ao convidar os investidores a visitarem o Brasil e conhecerem de perto cada projeto.
COP30
Ás vésperas da COP28, que será realizada nos Emirados Árabes Unidos, na cidade de Dubai, a partir de quinta-feira (30), o ministro antecipou na Arábia Saudita que as ações para a COP30, no Brasil, em 2025, estão em andamento e os sauditas podem se unir nesta ampla defesa pela Amazônia. “Faremos a COP na Amazônia, que é o grande símbolo da sustentabilidade global. Que nós possamos ter a presença de várias nações para manter esse patrimônio mundial”, destacou.
Fonte: Governo do Brasil
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