Que as ruas de Feira de Santana estão necessitando urgentemente de melhorias, muita gente sabe. É comum o Acorda Cidade mostrar diversas reclamações de buracos e crateras enormes que cederam o piso da cidade no Flagrantes do WhatsApp. São problemas que atrapalham o cotidiano da população diretamente, como ônibus que caem em buracos, condutores e pedestres que se acidentam e problemas de alagamentos que tiram a paz dos feirenses.
Para responder às reclamações dos moradores sobre o piso e prestar explicações, o superintendente de Operações e Manutenção da prefeitura (Soma), João Vianey, esteve no Programa Acorda Cidade, da Rádio Sociedade News 102.01 FM, destacando os desafios e os projetos futuros. Ele revelou que a gestão atual pretende transformar a superintendência em secretaria.
Obras estruturais de pavimentação só com liberação do empréstimo
João Vianey explicou que a prefeitura está aguardando a aprovação do empréstimo junto a órgãos federais para dar início às intervenções maiores.
“Está na tratativa, documentação, ajustes. É exatamente isso para que autorize a assinatura dos contratos.”
Enquanto isso, as equipes seguem atuando nas manutenções mais urgentes e cotidianas.
A parte dos reparos, a parte tapa-buraco, intervenções de drenagem necessárias e alguns reparos localizados são feitos rotineiramente. Agora, algumas localidades demandam reconstrução. Há uma previsão do empréstimo para pavimentação, já está sendo elaborado um planejamento, uma proposta de pavimentações aí de vias dessas localidades e com a materialização dos empréstimos teremos já um avanço desses trabalhos.”
Desgaste do pavimento e impacto das chuvas
Segundo Vianey, além do impacto das chuvas, o pavimento da cidade já está envelhecido. Muitos bairros tiveram suas ruas asfaltadas ainda em 2003 e já ultrapassaram a vida útil do asfalto.
“Você pega bairros hoje como Papagaio, que o pavimento não é tão envelhecido, mas nós temos uma influência muito grande de dezenas de empreendimentos que vão surgindo, com centenas, milhares de fluxos de caminhões e caçambas para o material, então isso naturalmente gera uma degradação, associado a essa condição de chuva.”
Zona rural: cascalhamento e melhorias possíveis
Durante o programa, vários ouvintes cobraram melhorias nas estradas vicinais dos distritos de Feira. Gente das localidades da Mantiba, Tiquaruçu, Tapera, Candeal I e II, Matinha e Maria Quitéria que enfrentam dificuldades no deslocamento .
“Essa região é uma via não pavimentada, tem um fluxo intenso. Nossas equipes estão rotineiramente fazendo vistorias, identificando a condição e atuando sempre que possível. No sábado, por exemplo, fizemos vistoria completa na Matinha, estivemos na Mantiba, temos conhecimento da situação. Faremos as intervenções de melhoramento, patrulhamento, cascalhamento nesta região.”
Ele também explicou que deve lançar uma quantidade de cascalho maior para elevar a cota do asfalto, porque fica enterrado em alguns pontos, por conta das propriedades laterais que ficam mais altas que a pista.
Sobre a possibilidade de pavimentação definitiva em algumas partes da zona rural:
“Já cadastramos propostas federais de convênio, priorizando locais com maior densidade, fluxo de transporte público, transporte escolar. Já estamos estudando isso, o prefeito já solicitou planejamento associado às propostas que foram feitas, que a gente reforce alguns estudos para que seja a busca de viabilizar esse recurso e a gente possa, de fato, melhorar os pontos com maior fluxo, como Carro Quebrado, em Maria Quitéria, Ovo da Ema, que são regiões importantes.”
Pavimentação rígida
Um dos ouvintes apontou a utilização de pavimento rígido (concreto) como solução para melhorar a durabilidade do asfalto da cidade, mas, segundo Vianey, esse tipo de asfalto tem um custo mais elevado de implantação.
“Além do que, ela exige um cuidado muito grande em toda a estrutura que vai ser feita. Caso você projete-a para uma característica e você tenha um uso diferente com cargas mais pesadas, você pode ter um insucesso. Hoje, a situação ali é crítica. Em virtude dessa condição, as placas tiveram um esforço excessivo. Além do aterro ter uma deformação, as trincas são grandes, profundas e o trânsito está bastante comprometido.”
Em Feira de Santana, há esse tipo de asfalto entre alguns cruzamentos da Avenida Tomé de Souza, no bairro Calumbi. “Nós fizemos o recapeamento ali, da entrada do Feira IX até o contorno e nos cruzamentos, onde tinha um fluxo de água muito intenso, fizemos em pavimento rígido”.
Macrodrenagem e canais: pontos críticos mapeados
Um dos maiores gargalos da infraestrutura da cidade são os canais de drenagem. Segundo Vianey, com o recurso do empréstimo, será possível fazer intervenções robustas em vários pontos.
“Temos o Feira X, que tem uma intervenção importante na entrada, criando os amortecimentos, evitando que o canal tenha aquela contribuição que extravasa e gera o efeito nas vizinhanças. Apesar das ocupações indevidas, há uma busca de preservar e reduzir o volume que acessa o canal nos picos da chuva.”
Segundo o superintendente, a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) atua rotineiramente na limpeza dos canais. Neste momento, a pasta está limpando os canais da região do Jardim Acácia e Tomba.
“Fevereiro, março e abril, no preparativo para esse período chuvoso, nós cedemos à Sesp duas escavadeiras hidráulicas para reforçar essa atividade. Então, fizemos esse trabalho. Fizemos, no planejamento com o prefeito e com a Sesp, a aquisição desses equipamentos e fizemos uma ampliação disso.”
Apesar dos esforços, Vianey disse que as pastas continuam “enxugando gelo”, porque a população ainda contribui jogando muito lixo nas ruas, que por muitas vezes, vai parar nos canais.
“Infelizmente, nós temos uma condução de muito lixo doméstico, entulho, invadindo o canal.” No empréstimo, nós temos uma intervenção prevista de retificação dos canais, permitindo uma condição de uma barreira física dificultando esses lançamentos.”
Revitalização de lagoas
Várias lagoas da cidade estão sendo revitalizadas como parte do plano de controle das enchentes e preservação ambiental e cultural da cidade.
“A Lagoa Salgada, que é aquela urbanização lá na Noide, vai ser interligada novamente à Lagoa do Subaé. Já a Lagoa do Prato Raso é uma intervenção extremamente importante também para a Baraúna e para a comunidade da Queimadinha.”
Na Lagoa das Pedras, as pessoas reclamam também a respeito de muitas caçambas na área, que acabam danificando o piso.
Intervenções em bairros críticos que enfrentaram fortes alagamentos no ano passado
Este ano, apesar das chuvas de inverno, Feira de Santana não tem registrado fortes alagamentos como no ano passado. Mesmo assim, a prefeitura ainda enfrenta dificuldade para realizara algumas manutenção no período mais frio.
Na rota dos alagamentos há alguns anos, a Rua Petronílio Pinto, no bairro Baraúnas também está no radar da prefeitura.
“A Secretaria de Planejamento está elaborando o projeto. Esse é um trecho em que o projeto já está em elaboração, algumas outras intervenções vão demandar a contratação de projetos, mas essa, a Seplan já está conduzindo. Foram feitas já as sondagens, a topografia de todo o bairro, todos os cálculos hidráulicos, da limitação de bacia, tudo isso já está elaborado pelo Planejamento e o projeto, em breve, já estará pronto e está previsto esse investimento no empréstimo do Fonplata.”
A expansão imobiliária acelerada do bairro Papagaio trouxe impactos à infraestrutura, mas, segundo o superintendente, a prefeitura está atenta para acompanhar o desenvolvimento da região.
A prefeitura assinou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com algumas construtoras na região. Será feito um sistema de drenagem, atendendo os empreendimentos, interligando ao canal.
“Então eles vão executar uma drenagem, lançando naquele ponto do canal e evitando esse fluxo de águas pluviais e servidas naquela região. Concluído isso, será feito o alargamento da via em frente à escola, a Faculdade Católica. Vai ser melhorado o alargamento da via ali e o melhoramento da Estrada do Francês.”
No bairro Campo Limpo, por exemplo, moradores enfrentam alagamentos há anos.
“Estamos com um projeto referente ao Campo Limpo de drenagem. Um bom trecho da Moisés do Couto vai sofrer uma intervenção robusta.”
Embasa e danos no asfalto
Muitos ouvintes criticaram que a Embasa, ao realizar manutenções na rede, não recompõe adequadamente o pavimento. Vianey também respondeu:
“A prefeitura, por meio da agência reguladora, faz essa gestão com a Embasa. A Soma autoriza a Embasa exatamente para que a gente possa acompanhar e fazer os reparos. A Embasa tem uma complexidade. Muitas vezes, vai fazer um reparo numa adutora com material saturado. Ela faz um primeiro reparo e depois volta para concluir. Cabe melhoria, estamos acompanhando e cobrando.”
João Vianey ainda acrescentou, garantindo que, com a liberação do empréstimo, Feira de Santana poderá avançar com obras de maior impacto, especialmente nas áreas de drenagem e mobilidade.
“Nós trabalhamos. Nossa equipe está dedicada. Temos um mapeamento muito forte dos locais críticos. Tenho segurança de que, com os investimentos do empréstimo, vamos ter uma melhoria significativa em toda a cidade.”
Para ouvir a entrevista completa, ouça o áudio abaixo:
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